quarta-feira, abril 18, 2007

Destaques nos cinemas

Sunshine - Alerta Solar
(Sunshine, Inglaterra, 2007) de Danny Boyle
Ficção cientifica. Uma nave espacial é mandada para a rota do Sol com a missão de impedir que a estrela solar não se extingue.

A Leste de Bucareste (A Fost Sal N-A Post, Romênia, 2006) de Corneliu Porumboiu
Comédia. Mostra o cotidiano de três personagens no dia em que a Romênia comemora a queda do ditador romeno Ceausescu.

Maria
(Mary, Itália/França/EUA, 2005) de Abel Ferrara
Drama. Depois de interpretar Virgem Maria, atriz acaba confundindo personagem e realidade.

terça-feira, abril 17, 2007

Lançamentos em DVD

Filhos da Esperança (Children Of Men, EUA, 2006) de Alfonso Cuarón
Ficção científica. Na Londres de 2027, a humanidade entra em colapso porque todas as mulheres do planeta ficam inférteis.
Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, EUA, 2006) de Jonathan Dayton e Valerie Faris
Comédia. Uma família leva a sua caçula para participar de um concurso de miss mirim.

Perfume – A História de Um Assassino(Das Parfum – Die Geschichte Eines Mörders, Alemanha/França/Espanha, 2006) de Tom Tykwer

Drama. Na França do século 18, rapaz de olfato apurado esta atrás da essência perfeita.


O Labirinto do Fauno

(El Labirinto Del Fauno, México/Espanha, 2006) de Guillermo del Toro
Drama. Na Espanha franquista, uma garota encontra num bosque, uma caverna que a leva a um mundo mágico.

Cidade Baixa
(Brasil, 2006) de Sérgio Machado
Drama. Numa região pesqueira de Salvador, dois pescadores se envolvem com uma prostituta.

Fonte da Vida
(The Fountain, EUA, 2006) de Darren Aronofsky
Drama. Em três épocas diferentes, um homem procura a cura para a doença de sua esposa.

A Árvore dos Tamancos
(L´Albero Deglu Zocolli, Itália, 1978) de Ermanno Olmi
Drama. O cotidiano de uma família do interior da Itália no fim do século 19.
Ninguem Pode Saber
(Dare Mo Shirame, Japão, 2004) de Hirokazu Kore-Eda
Drama. Mulher aluga um apartamento em Tóquio, mas esconde dos seus inquilinos que é mãe de quatro filhos.

As Quatro Estações
Conto de Primavera
(Conte De Printemps, França, 1989) de Eric Rohmer
Conto de Inverno
(Conte D´Hiver, França, 1991) de Eric Rohmer
Conto de Verão
(Conte D´Éte, França, 1996) de Eric Rohmer
Conto de Outono
(Conte D´Outomne, França, 1998) de Eric Rohmer
Drama. Quatro filmes do mestre francês Rohmer baseado nas estações do ano.

A Glória de Meu Pai
(La Gloire De Mon Pére, França, 1990) de Yves Robert
Drama. As peripécias de um garoto no interior da França no inicio do século 20.

O Castelo de Minha Mãe
(Lê Château De Ma Mére, França, 1990) de Yves Robert
Drama. Continuação de A Glória de Meu Pai, em que a família do garoto viaja até achar um castelo.

quarta-feira, abril 11, 2007

Tela Super8: Fome De Viver

A sensacional abertura de Fome De Viver (The Hunger, EUA/Inglaterra, 1983) de Tony Scott, em que os vampiros Catherine Deneuve e David Bowie caçam as suas presas numa boate punk ao som da música Bela Lugosi Is Dead (do álbum Press The Eject And Give Me The Tape) da banda inglesa de punk rock Bauhaus. Show de bola.

terça-feira, abril 10, 2007

Pecados Íntimos

O filme “Pecados Íntimos” conta a estória de Sarah, uma típica dona de casa, que troca a vida acadêmica para cuidar da filha e do lar. Durante um passeio diária que Sarah faz com a filha no parque, ela conhece Brad. Ele também é um “dono” de casa, em que de dia cuida do filho, e a noite vai a biblioteca estudar para o exame da ordem dos advogados (na verdade, ele fica a noite inteira num parque vendo as manobras dos skatistas). Com rotinas em comum, Sarah e Brad se apaixonam, e colocam em prática um tórrido romance. Enquanto isso, a comunidade na qual os dois vivem, entra em polvorosa com a chegada de Ronnie, que acabou de sair da prisão por pedofilia.

Excelente estudo sobre a imaturidade do ser humano, o filme mostra a infantilidade dos personagens (Sarah, Brad e Ronnie) diante de um mundo opressor. Se Brad e Sarah vivem um romance adolescente para sobreviver ao marasmo da vida, Ronnie é uma “criança” que só consegue sobreviver por causa da mãe, a única que o vê como pessoa e não um monstro.

Dirigido com precisão cirúrgica, o cineasta Todd Field (Entre Quatro Paredes) faz um excelente trabalho, com destaque para a cena em que Ronnie esta banhando na piscina pública (é uma aula de direção e montagem). Com um elenco soberbo, quem rouba a atenção é Jackie Earle Haley (que faz o Ronnie). Um ator de uma presença que acaba lembrando o personagem clássico do cinema Nosferatu: representa o medo, angústia e repulsa. Um monstro que precisa sofrer para purgar os seus próprios pecados.

segunda-feira, abril 09, 2007

Apocalypto

O filme “Apocalypto” conta a estória do índio Jaguar Paw que vive harmoniosamente com a sua tribo, antes da chegada do europeu nesta terra virgem. Porém, a sua tribo é invadida por um outro povo, que leva todos os adultos da tribo de Jaguar Pow para serem usados num sacrifício pagão.

O novo trabalho de Mel Gibson é extremamente violento, e por vezes desagradável, mas vale ressaltar que a sua obra tem boas qualidades: o filme usa um dialeto primitivo do México, que o deixa mais autêntico, verossível; e um ótimo desenho de produção (o seu visual às vezes lembra Satyricon de Fellini). Mas o que me chamou a atenção foi à bela fotografia, e os movimentos de câmera nas cenas de perseguição na floresta. Gibson conseguiu mostrar que a câmera digital veio pra ficar.
Apocalypto é um filme que surpreende por toda a sua selvageria e brutalidade, mas que acaba perdendo força no seu último ato, quando o personagem principal se transforma num Rambo. Uma pena, já que o diretor poderia ter feito um paralelo do caos daquela época com o de hoje, mas no final, ele caiu num autêntico clichê.

domingo, abril 08, 2007

Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América

O filme “Borat” conta a estória de um jornalista do Cazaquistão chamado Borat que ganha a sorte grande: ele recebeu uma boa verba do governo de seu país para fazer um documentário sobre, na opinião dele, o maior país do mundo, Estados Unidos da América. A intenção desse documentário é mostrar aos nativos locais o “exótico” modo de vida americano. Na primeira estadia na América, em Nova Iorque, Borat fica impressionado com a cultura local. Mas ao ver cenas do seriado Baywatch na televisão, ele se apaixona loucamente pela “atriz” Pamela Anderson. Emoção esta, que ele vai atrás da amada, cruzando os Estados Unidos de leste a oeste até Los Angeles.

Borat não é um filme para todas as platéias. Na verdade, é um show de vulgaridade e mau gosto – enfim, é politicamente incorreto na mais alta voltagem. Mas o filme é rico ao abordar que o país mais rico do mundo tem um pensamente que não condiz com o seu status: é chauvinista, hipócrita, racista, xenofóbico, etc. Características estas tão próximas de países atrasados.
Misturando comédia boboca (bem ao estilo Jackass), documentário e road movie, o filme tem os seus bons momentos (a introdução; as matérias de Borat) e os maus (a relação entre Borat e o seu assistente). Mas o que chama a atenção é o comediante inglês Sacha Baron Cohen, bem à vontade no papel. Especialmente nas cenas mais grotescas. Porém, o filme não é tão subversivo como Pink Flamingos (1972), clássico trash de John Waters. Borat tem muito que aprender com a Divine.

quinta-feira, abril 05, 2007

O Ano Em Que Os Meus Pais Saíram de Férias

O filme “O Ano Em Que Os Meus Pais Saíram de Férias” conta a estória de Mauro, um garoto de 10 anos, que de forma abrupta, é obrigado pelos seus pais a se estabelecer, por um tempo, no apartamento do seu avô no bairro do Bom Retiro em São Paulo, no auge da ditadura militar em 1970. Mas chegando lá, o garoto descobre que o seu avô tinha acabado de falecer. Diante dessa situação trágica, Mauro acaba vivendo sob os cuidados dos moradores do condomínio onde o seu avô morava, especialmente do vizinho Shlomo.

O cineasta Cão Hamburger mostra todo o seu talento como contador de estórias nesse seu novo filme. Um trabalho autobiográfico que lembra os filmes do americano Steven Spielberg: leve, divertido e tocante. Outro ingrediente importante da obra é a forte sensação de nostalgia. Algo fundamental para que o público entre de cabeça no filme; que o seu coração seja tocado por esse sentimento (Copa de 70; repressão política; expansão econômica; o país do futuro). Mas o filme explora o tom político de uma forma pudica – afinal, o garoto é um exilado, da mesma forma que os militantes que se enquadravam no exterior. Isso é algo pouco comum no cinema brasileiro, acostumado a ser mais direto nesse tema. Alias, esse filme deveria ser uma regra para o nosso cinema: bem produzido, ótimos atores, direção e roteiro inspirados.