Notas do blog

Bom! Mais um ano se passa, e outro começa, e a vida continua...mas fazendo o resumo da ópera, gostaria de mandar bons votos de um feliz natal e um ótimo ano novo para todos que visitaram o blog; além de agradecer pelas críticas e sugestões mandada por todos. Espero que o próximo ano seja recheado de boas notícias (pelo menos para mim, 2008 foi um ano doido, no sentido pessoal) e de bons filmes. Valeu galera!

Fabrício.

Para animar o fim de ano postei o clip de uma das minhas músicas preferidas de 2008, "Ready for the Floor" da banda Hot Chip, no qual o seu clip foi inspirado no Batman (mesmo que não faça parte da trilha sonora do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas).

http://br.youtube.com/watch?v=8Cxry9cLFQI

Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!

Destaques nos cinemas

GOMORRA

(Gomorrah, Itália, 2008) de Matteo Garrone.

Drama. Na região de Nápoles, cinco estórias se interligam por terem uma conexão com a organização criminosa italiana chamada Camorra.

CLIMAS

(Iklimler, Turquia/França, 2006) de Nuri Bilce Ceylan.
Drama. As etapas de uma relação amorosa tendo como pano de fundo as quatro estações do ano.

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

(The Boy In The Striped Pijamas, EUA/Inglaterra, 2008) de Mark Herman.

Drama. Na Alemanha nazista, garoto e sua família se mudam para o interior, no qual ele acaba descobrindo que existe uma fazenda ao lado onde todos se vestem de pijamas, mas na verdade é um campo de concentração.

Lançamentos em DVD

WALL-E

(Wall-E, EUA, 2008) de Andrew Stanton.

Drama. No futuro, o robô Wall-E tem a missão de limpar o planeta Terra da poluição provocada pelo homem, mas ele acaba se apaixonando pelo robô chamado Eve.

TROVÃO TROPICAL

(Tropic Thunder, EUA, 2008) de Ben Stiller.

Comédia. Nos bastidores de um filme de guerra, a equipe e o elenco são surpreendidos por uma guerrilha real, transformando todos em reféns de guerra.

VIOLÊNCIA GRATUITA

(Funny Games U. S., EUA/Alemanha/Áustria/França/Inglaterra) de Michael Haneke.
Drama. Uma família irá passar um fim de semana tranqüilo no interior até receber a visita de dois adolescentes que estão em busca de “novas emoções”.

BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS

(The Dark Knight, EUA, 2008) de Christopher Nolan.

Aventura. O homem morcego, ao lado do promotor Harvey Dent, dá trabalho para a máfia de Gotham City até que os chefões do crime convocam o insano Coringa para mudar a situação.

Ensaio Sobre a Cegueira

O filme “Ensaio Sobre a Cegueira” conta a estória de um homem que está dirigindo o seu carro quando, abruptamente, perde a visão, e vê somente uma luz branca. Enfim, ele está cego. Diante desse fato, o seu oftalmologista alega que desconhece o problema, e o recomenda a ir a um hospital para tirar exames mais completos. Com o passar das horas, todos que entraram em contato com este homem é contaminado pela cegueira branca causando o caos na cidade. A única que fica imune da contaminação é a esposa do oftalmologista.

“Em terra de cego, quem enxerga é amaldiçoado por testemunhar o caos e a barbárie da humanidade”. Esse é o dilema do sufocante trabalho de Fernando Meirelles, adaptação do clássico português de José Saramago. Fiel a obra lusitana, o filme mostra uma inacreditável mas plausível inversão de valores – afinal, a mulher do oftalmologista enxerga tudo, mas aceita se fazer de cega para não sofrer represárias; enquanto os cegos desde de nascença, ou antes da epidemia presente, mostram o controle absoluto sobre a situação, fazendo o bem ou mal (dependendo da sua conduta moral).
Com um elenco eclético (de astros de Hollywood a atores renomados de várias nacionalidades) que têm uma boa atuação mas nada marcante; o destaque vai para a gélida fotografia que exerce perfeitamente o papel de incomodar a visão do público, causando a sensação da cegueira branca. Chama a atenção também a instrumental trilha sonora, afinal os cegos tem uma audição apurada.
Enfim, a obra acaba de virar para o avesso o famoso provérbio “se em terra de cego, quem enxerga é rei”. O que Saramago quis dizer é que o que importa de verdade é a nossa conduta ética, mesmo que a gente enxergue ou não a nossa realidade.

Longe Dela

O filme "Longe Dela" conta a estória de um casal que vive junto há mais de 40 anos numa pacata região do interior do Canadá. Mas essa relação sofre um baque quando um dos cônjuges, Fiona, é diagnosticada com mal de Alzheimer. O seu marido, Grant, tenta a todo custo ajudá-la, mas com o tempo, o estado de Fiona piora, levando-a a decidir se internar em uma clínica. Mas durante a internação, Grant fica desolado pois não poderá visitar Fiona por um mês - uma norma da clínica para facilitar a adaptação do paciente ao novo ambiente. Passado esse tempo, Grant finalmente a visita e toma um tremendo choque: ela não o reconhece mais. E o pior, Fiona se envolve sentimentalmente com um paciente. Essa nova realidade deixa Grant sem chão, até perceber que as coisas não será como antes.

Se para os mais jovens, mudanças bruscas é uma barra pesada, imagine para um casal que sempre viveu junto por um longo tempo. O belo début da atriz canadense Sarah Polley desmitifica a tese de que pessoas idosas estão mais "receptivas" em relação a perda/dor/morte, tema recorrente nessa fase da vida. Tanto Grant quanto qualquer ser humano luta para mudar esse cenário, como a bela natureza que o rodeia - em contraste com o seu caos interior. Mas o poder da natureza (olha ae ela de novo!) é irreversível, fazendo com que Grant tome uma novo rumo; até mesmo uma segunda chance. Eis um filme que chama atenção pela sensibilidade, a linda fotografia e a ótima química do casal Gordon Pinsent e Julie Christie.

Linha de Passe

O filme “Linha de Passe” conta a estória de uma família pobre que mora numa periferia de São Paulo convivendo com a dura realidade, mas também com os seus sonhos e desejos. Para começar tem a chefe da família, Cleuza, corinthiana roxa que trabalha como empregada doméstica, mas que por conta da sua gravidez (a quinta!) está prestes a perder o emprego. E os seus filhos a estória não é diferente. Dinho trabalha num posto de gasolina, e tenta manter a dignidade através da fé (ele é evangélico). Já Dênis é um motoboy mulherengo que vive “liso” por causa das prestações da moto. Dário sonha em ser jogador de futebol, mas não consegue passar nos testes (peneiras) por ser considerado “velho”. E o caçula Reginaldo gosta de matar aula para andar de ônibus, a procura do seu pai desconhecido, que é motorista de ônibus.

A triste realidade assola o novo trabalho da dupla Walter Salles e Daniela Thomas (Terra Estrangeira). Enveredando pelo melodrama, os diretores se sobressaem pela ótima montagem, que lembra bastante o estilo de cineastas como Iñárritu (Amores Brutos) e Meirelles (Cidade de Deus). Mas o seu principal mérito vai para o elenco, que é um verdadeiro achado. Se Sandra Coverloni ganhou o prêmio de atriz em Cannes, isso se deve a ótima química do elenco, especialmente Kaique de Jesus Santos no papel do Reginaldo – que para a minha pessoa é o grande personagem do filme. Um garoto teimoso e encrenqueiro, mas ingênuo e inocente que aos poucos vai perdendo as esperanças de achar o pai (a fuga de sua vida ordinária) para se deparar com um futuro incerto.

Destaques nos cinemas

[REC]

(Espanha, 2007) de Jaume Balagueró e Paco Plaza.

Terror. Durante uma matéria jornalística, uma equipe de TV se depara com um ataque de zumbis num prédio antigo.

VICKY CRISTINA BARCELONA

(Espanha, 2008) de Woody Allen.

Comédia. Duas americanas em passagem por Barcelona tem uma intensa relação com um pintor local.

QUEIME DEPOIS DE LER

(Burn After Reading, EUA, 2008) de Joel e Ethan Coen.

Comédia. Personal trainer tenta estorquir dinheiro de um analista da CIA, com o objetivo de fazer uma plástica e arranjar um namorado novo.

TERRA VERMELHA

(Birdwatchers, Itália/Brasil, 2008) de Marco Bechis.

Drama. Numa região sem lei no interior da floresta amazônica, índios invadem uma fazenda, em busca de melhores condições de vida.

FELIZ NATAL

(Brasil, 2008) de Selton Mello.

Drama. Na noite de natal, homem retorna a família em busca de uma nova chance, mas cicatrizes não curadas dos seus familiares dificultam o seu plano.

FATAL

(Elegy, EUA, 2008) de Isabel Coixet.

Drama. Professor desce numa espiral sem volta ao se envolver com uma aluna sua.

EU, MEU IRMÃO E NOSSA NAMORADA

(Dan In The Real Life, EUA, 2007) de Peter Hedges.

Comédia. Jornalista se apaixona por uma mulher que na verdade é namorada do seu irmão.

Lançamentos em DVD

VÁ E VEJA
(Idi I Smotri, URSS, 1985) de Elem Klimov.

Drama. Em plena Segunda Guerra Mundial, garoto do interior da URSS tenta sobreviver aos ataques dos alemães.

SÃO BERNARDO

(Brasil, 1972) de Leon Hirszman.

Drama. Homem severo e obsessivo se auto desgraça ao suspeitar que sua esposa o está traindo.

O BANHEIRO DO PAPA

(El Bano Del Papa, Uruguai/Brasil/França, 2007) de César Charlone e Enrique Fernandez.

Drama. Uma pequena cidade do interior do Uruguai entra em polvorosa com a visita do papa na região.

FATALIDADE

(A Double Life, EUA, 1947) de George Cukor.

Suspense. Ator talentoso começa a perder a insanidade ao confundir a sua vida pessoal com Macbeth, personagem que ele representa no teatro.

O CONFORMISTA

(Il Conformista, Itália/França, 1970) de Bernardo Betolucci.

Drama. NaIitália fascista, homem rico entra em crise ao fazer espionagem em nome do governo de Mussolini.

AS AVENTURAS DE MOLIÈRE

(Molière, França, 2007) de Laurent Tirard.

Drama. O famoso dramaturgo francês Molière entra numa fria ao ajudar um nobre a conquistar uma dama.

UM CRIME AMERICANO

(An American Crime, EUA, 2007) de Tommy O´Haver.

Drama. Mulher é contratada para cuidar de duas adolescentes, mas acaba transformando a vida das duas num inferno.

MARCAS DA VIDA

(Red Road, Inglaterra/Dinamarca, 2006) de Andrea Arnold

Drama. Controladora de camêras de segurança começa a vigiar os passos de um homem misterioso.

Tela Super8: Echo & The Bunnymen - "The Killing Moon"

Clássico cult dos anos 90, Donnie Darko (EUA, 2001) de Richard Kelly é uma intricada mistura de filme de adolescentes (o filme se passa nos anos 80, homenageando os trabalhos de John Hugles) com metafísica, ao abordar um garoto que recebe estranhas visitas de um coelho-monstro bizarro. Com uma ótima trilha sonora, recheadas de clássicos dos anos 80, em destaque para a música da abertura, "The Killing Moon" da banda inglesa Echo & The Bunnymen.

http://br.youtube.com/watch?v=aX1PwkgwsG0

O Nevoeiro

O filme “O Nevoeiro” conta a estória de uma família que mora numa pacata região que acabara de ser devastada por uma tempestade violenta. Diante dessa situação, David Drayton, patriarca da família, vai para um hipermercado comprar materiais para reconstruir a sua casa acompanhado de seu filho e do vizinho, deixando a sua mulher em casa. Durante as compras, fatos estranhos começam a acontecer como o intenso fluxo de militares na região. Até que de repente, surge no horizonte um estranho e intenso nevoeiro, e um senhor todo ensangüentado corre em direção ao hipermercado alegando que tem alguma coisa no nevoeiro que assassina pessoas. Assim, todos que estão no hipermercado se estabelecem nesse local até a situação se estabilizar, mas o medo acaba mexendo com os brios de todos.

Mais uma interessante adaptação do diretor Frank Darabont, que já adaptara dois livros do mestre do terror Stephen King, Um Sonho de Liberdade (1994) e À Espera de um Milagre (1999). Mesmo sendo inferior as outras adaptações, esta obra tem o seu charme. Alem de assustar, incomoda por estudar o comportamento do homem social diante do caos. Presos por temer do desconhecido, as pessoas começam a perder o bom senso e a aflorar os seus instintos primitivos gerando desordem, em que tanto as pessoas quanto o nevoeiro tem sede de sangue.

Hellboy II - O Exército Dourado

O filme “Hellboy II – O Exército Dourado” conta a estória de um ser diferente chamado Hellboy que vive com outros seres fantásticos com o objetivo de deter “crimes sobrenaturais” sob o auxilio e supervisão do governo americano. Hellboy, que no momento vive uma relação amorosa com Liz Sherman, tem uma nova missão: deter o príncipe Nuada, um ser mitológico que quer se vingar dos homens por causa da exploração predatória que o homem está fazendo com o meio-ambiente.

Continuação inferior ao bom Hellboy. Se no primeiro filme, o tom era mais dramático, pois os seus personagens se sentiam deslocados (especialmente Liz Sherman); nessa continuação, o filme debanda para o nonsense. Uma típica sessão da tarde. Mas infelizmente, o ótimo cineasta mexicano Guilhermo del Toro deixou de lado a sua criatividade, pois o seu humor negro é posto de lado em muitos momentos, dando margem ao humor mais inofensivo. Em certos momentos, o filme parece ser mais uma continuação de Homens de Preto do que do Hellboy. Mas os destaques continuam sendo o seu bom elenco, e o ótimo trabalho de maquiagem... porém, esperava mais do filme, mesmo que o seu enredo surpreenda. Afinal, o vilão quer dar um basta na ação predatória que o homem faz da natureza. Então quem é o malvado nessa estória? O filme deveria ter sido mais criativo nesse enredo ambíguo.

Batman - O Cavaleiro das Trevas

O filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas” conta a estória do herói de Gotham City, o misterioso Batman, que está tentando dar um fim nas atividades da máfia local. No entanto, Batman não esta sozinho nessa luta. Harvey Dent, brilhante promotor público entra em cena irritando os chefões do crime organizado, tendo como armas a lei – ao contrário de Batman, que usa as suas próprias regras. E a ação dos dois heróis acabam afetando os lucros da máfia, que por puro desespero aceitam a ajuda de um bandido chamado Coringa para reverter essa situação. O que eles e toda Gotham City não esperava é que o Coringa é um louco insano capaz de tudo para atingir o seu objetivo: descobrir a verdadeira identidade do Batman.

Surpreendente continuação do já ótimo Batman Begins. Mais uma vez, o trabalho do diretor Christopher Nolan está focado na força dramática dos seus personagens. Mas que nesse filme, essa carga chega a um patamar mais alto. Nunca vi uma obra estritamente comercial ser tão densa. E essa força vem de um belo trabalho de desenvolvimento dos personagens principais: Batman, Coringa e Harvey Dent (o futuro Duas Caras). Mas quem se destaca mesmo é o Coringa, interpretado de forma insana e bestial por Heath Ledger. Uma atuação memorável que lembra Javier Bardem (Onde os Fracos Não Tem Vez) e Malcolm McDowell (Laranja Mecânica).
Outros pontos positivos são a montagem perfeita; uma ótima trilha sonora (que pode ser perigosa para os cardíacos de tão tensa); um roteiro bem trincado; e uma direção de tão segura que dá até raiva. Enfim, um programão.

Destaques nos cinemas

BABY LOVE
(Comme Les Autres, França, 2008) de Vicent Gareng.
Comédia. Pediatra gay tenta realizar um grande sonho: ter um filho. Mas nem tudo sai como planejado.






QUATRO MINUTOS
(Vier Minuten, Alemanha, 2006) de Chris Kraus.
Drama. Professora de piano descobre numa penitenciária uma garota com raro talento musical, mas a complicada relação das duas dificultará as coisas.





ROMANCE
(Brasil, 2008) de Guel Arraes.
Comédia. Casal de atores vive um tórrido romance até que o sucesso dela acaba afetando a relação.




CAOS CALMO
(Itália, 2008) de Antonello Grimaldi.
Drama. Pai e filha vivem uma difícil relação depois da morte da matriarca da família.

Lançamentos em DVD

GOTHIC
(Inglaterra, 1986) de Ken Russel.
Terror. Na Inglaterra vitoriana, três renomados escritores passam alguns dias juntos num castelo, cenário este onde eles provarão de tudo (bebida, drogas, sexo).





OS SETE SAMURAIS
(Shichinin No Samurai, Japão, 1954) de Akira Kurosawa.
Aventura. No Japão feudal, moradores de uma vila contratam um grupo de samurais para dar um fim aos ataques de bandidos.





IRINA PALM
(Inglaterra/Alemanha/França/Bélgica/Luxemburgo, 2007) de Sam Garbaski.
Drama. Para bancar o tratamento de saúde de seu neto, avó toma uma decisão inusitada: trabalhar num prostíbulo.




O NEVOEIRO
(The Mist, EUA, 2007) de Frank Darabont.
Suspense. Moradores ficam presos num hipermercado por conta de um misterioso nevoeiro que paira sobre a região.

Tela Super8: Fama

Antológica cena do filme Fama (Fame, EUA, 1980) de Alan Parker, ao som clássico dos anos 80, "Fame" cantada por Irene Cara. Infelizmente, não posso afirmar se o filme é bom ou não pois nunca vi, mas tenho curiosidade; em compensação, sempre gostei dessa música, ela levanta o meu astral :)

http://br.youtube.com/watch?v=1ipmoYzYkbc&feature=related

La Luna

O filme “La Luna” conta a estória da cantora de ópera Caterina, que depois de casar e ter um filho dá um tempo na sua carreira na Europa, e se integra totalmente a sua família em Nova Iorque. Anos se passam e a relação do casal esfria. Mas, subitamente, o marido de Caterina sofre um acidente de carro e não sobrevive. Diante dos fatos, e sozinha para criar o filho, Joe, Caterina volta a Europa, melhor, Roma, e retoma as óperas. Parece que dessa vez tudo está nos trilhos: a carreira de Caterina está de vento em popa e Joe parece se adaptar bem ao novo ambiente, até consegue um namorico com uma nativa. Porém, o paraíso se transforma em inferno quando Caterina descobre que seu filho é viciado em heroína. É nesse momento que ela fará de tudo para que ele abandone o vício, extrapolando os limites da relação entre mãe e filho.

Interessante trabalho do mestre polêmico Bernardo Bertolucci que nessa obra mistura elementos gregos como a tragédia grega, o complexo de Édipo e o mundo artístico das óperas.
Com um esplêndido visual, em que Roma e o interior da Itália são mostrados de uma forma rústica, contrasta bem com o difícil relacionamento entre mãe e filho, em que muitas de suas cenas podem chocar pela entrega do dois num momento doloroso e delicado.
Mesmo tendo um ritmo lento, o filme surpreende por mostrar dois seres solitários, mesmo que tenham uma ligação em comum. E eles estão sozinhos num lugar em que lembranças se misturam com novas experiências. E essa equação emocional é dolorosa mas essencial para o amadurecimento.

Um Beijo Roubado

O filme “Um Beijo Roubado” conta a estória de uma garota chamada Elizabeth que vai a um bar pedir informações sobre um homem, supostamente seu namorado. Jeremy, o dono do bar, confirma a Elizabeth que o seu namorado realmente apareceu por lá, no dia anterior; e o pior, acompanhado por uma outra garota. De coração partido, Elizabeth põe um fim na relação, e volta ao bar de Jeremy com um pedido: “Se ele aparecer por aqui, entregue a chave do apartamento a ele!”. Mas durante o pedido, Elizabeth e Jeremy percebem que existe uma grande cumplicidade entre eles e se tornam amigos. Mesmo diante dessa situação, Elizabeth joga tudo para o alto, e cai na estrada com o objetivo de esquecer o ex.

Depois de tanta expectativa criada por ser a primeira produção americana de um dos melhores cineastas da atualidade, Wong Kar Wai, com um elenco totalmente ocidental, o resultado, porém, chega a ser decepcionante. O diretor contratou a cantora Norah Jones para o papel principal, que na verdade só serve como peça de ligação entre vários personagens solitários. Ou seja, falta complexidade a Elizabeth – pelo menos a atuação da cantora não é tão ruim assim. O destaque fica por conta das atuações do casal David Strathairn e Rachel Weisz.
Mas o filme tem muitos defeitos como o uso excessivo da câmera lenta (característica do diretor). Aliás, os lindos movimentos de câmera estão ausentes nessa obra. Outra falha é a trilha sonora que é boa, mas o diretor poderia ter caprichado mais, afinal ele colocou uma versão moderna da linda trilha da sua obra-prima Amor à Flor da Pele, mas que ficou estranha aos ouvidos (pelo menos eu achei). Enfim, ficou a sensação que Kar Wai queria fazer o seu filme mais acessível, mas acaba se transformando num road-movie que anda, anda, mas não sai do lugar algum.

O Império dos Sentidos

O filme “O Império dos Sentidos” conta a estória de Sada, prostituta que com dificuldades financeiras divide o tempo entre os clientes e o seu novo emprego: empregada doméstica. Mas durante a sua nova função, ela se sente atraída pelo seu patrão. E essa atração é correspondida. Mas a paixão é tamanha que os dois se estabelecem num lugar isolado onde se casam, e se entregam aos prazeres do sexo de uma forma obsessiva, levando-os ao limite carnal.

Excelente trabalho do japonês Nagisa Oshima sobre o poder que o sexo oferece dentro de uma relação amorosa. Taxado de pornográfico por causa das cenas de sexo explicito, o diretor foi inteligente ao usar esse artifício, pois encaixa bem no contexto da obra ao mostrar um casal que se entrega aos prazeres mundanos de uma forma visceral. Não é pra menos que o filme não perde a sua atualidade, pois além das ousadas cenas de sexo, ele surpreende pelo seu ágil ritmo – de chato, o filme não tem nada – tem uma linda fotografia (repare que as cores vermelho e branco se destacam na tela, o que lembra os antigos quadros japoneses); um minucioso desenho de produção; e uma bela trilha sonora. Enfim, um belo filme que exalta que sexo é ótimo (uma informação que todo mundo sabe de có), mas dependendo da cabeça do casal envolvido, pode ser um caminho sem volta.