segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Oscar 2010

Começa a temporada do Oscar 2010. E nesse ano a Academia inovou introduzindo novas regras como a forma de votação e o aumento dos indicados para melhor filme, que pulou de 05 para 10 indicados, um reflexo das críticas obtidas no ano passado - que convenhamos foi justo, afinal deixar Batman - O Cavaleiro das Trevas e Wall-E da indicação máxima foi um erro grosseiro.


Amor Sem Escalas

No fim do ano passado, o novo filme de Jason Reitman, o mesmo do subemestimado Juno, era o grande favorito ao prêmio máximo, mas com o passar do tempo perdeu força mesmo com um ótimo trabalho de elenco e pelo seu tema super atual, a crise econômica que os EUA se encontra, destaque para Vera Farmiga. Indicado para 06 Oscars e deve ganhar o de roteiro adaptado.



Avatar

A sensação do momento, a maior bilheteria de todos os tempos...ufa! Cameron tem a força, mesmo que o filme seja redondo demais, tem grandes chances de ser o grande vitorioso da noite, papando todos os prêmios no qual foi indicado, na parte técnica o filme realmente merece, a exceção seria a montagem (convencional), trilha sonora (comum) e direção de arte (é raro ficção ganhar nessa categoria). Indicado para 9 Oscars, deverá ganhar a de som, edição de som, mixagem de som e efeitos especiais.

Bastardos Inglórios

Com 8 merecidas indicações - deveria ter recebido mais - Tarantino fez um filmaço brincando com um tema que a Academia adora, Segunda Guerra Mundial, resultando em um trabalho fantástico de roteiro, cheio de tensão e a ótima atuação do alemão Christoph Waltz. Por conta disso, Tarantino e Waltz já podem fazer os seus discursos de agradecimento. Mas se justiça fosse feita, a sua montagem deveria ser reconhecida, afinal é a mesma de Pulp Fiction e Kill Bill. Precisa dizer mais alguma coisa?

Distrito 9

A grande ficção científica do ano (Avatar?? Fala sério!) misturada com documentário, a produção sul africana faz uma bela parábola sobre racismo e preconceito. Indicado para 05 Oscars e deverá sair de mãos abanando.




Educação

Queridinha da crítica especializada, a obra independente inglesa chama atenção pela delicadeza e a ótima atuação de Carey Mulligan, porém tem poucas chances de ganhar. Mas os críticos estão na torcida. Indicado para 03 Oscars, o filme deve tem poucas chances de ganhar algum prêmio.




Guerra ao Terror

As 9 indicações (empatado com Avatar) que recebeu foi um gesto que a Academia gostou e muito do trabalho de Kathryn Bigelow, considerado o melhor filme sobre a Guerra do Iraque, um tema ainda quente e atual. Vendedor dos prêmios do sindicato de produção e direção do ano, dá a entender que o filme pode ser o grande vencedor da noite, o que seria uma grande surpresa, afinal Hollywood é indústria e Avatar é a sua representação máxima. Mas Guerra ao Terror é o grande favorito para o Oscar de direção, a primeira para uma diretora, um fato que lhe dá grandes beneficios, também tem chances de ganhar o Oscar na categoria de roteiro original, montagem e fotografia.

Um Homem Sério

Novo filme dos irmãos Coen, que entrou na parada em conta das críticas que a Academia recebeu por ter ignorado totalmente o trabalho anterior deles, Queime Depois de Ler. Indicado para 02 Oscars e as chances de levar algum prêmio sao mínimas.



Preciosa

Desde que foi exibida no festival de Sundance, essa produção arrancou aplausos diante de uma estória que é a cara dos melodramas de Douglas Kirk, no qual todo o seu peso se cai na ótima atuação de Gabourey Sibide e Mo´Nique, favorita ao Oscar de atriz coadjuvante. Indicado para 06 Oscars.




Um Sonho Possível

A maior surpresa da lista de indicados, vem sendo duramente criticada pelo trabalho totalmente convencional (tá longe de ser um excelente trabalho), mas que só serviu para demonstrar como a indústria gosta de Sandra Bullock, que deverá ganhar o Oscar de atriz, na qual muitos dizem que nem é lá essas coisas...vai entender! Indicado para 02 Oscars.



Up - Altas Aventuras

Ótimo desenho animado da Pixar, finalmente recebeu a indicação máxima, e mesmo que seja considerado menor, mas que diante dos seus concorrentes, o filme de Pete Docter, Bob Peterson não faz feio. Indicado para 06 Oscars e deve ganhar o de melhor filme de animação e justiça seja feita, a linda trilha sonora composta por Michael Giacchino.

domingo, fevereiro 14, 2010

Destaques nos cinemas

AMOR SEM ESCALAS
(Up in the Air, EUA, 2009) de Jason Reitman
Drama. Funcionário responsável em "remanejamento de pessoal", ou seja, demitir sem traumatizar o empregado, só tem olhos em aumentar as suas milhas aéreas.







INVICTUS
(Invictus, EUA, 2009) de Clint Eastwood
Drama. O presidente da África do Sul, Nelson Mandela, percebe que pode contornar os conflitos sociais do seu país em conta da campanhia do seu time de rugbi na copa do mundo.









GUERRA AO TERROR
(The Hurt Locker, EUA, 2008) de Kathryn Bigelow
Drama. Militar americano especialista em desarmar bombas vive o inferno de sua profissão na Guerra do Iraque contra os ataques de extremista da região.









A FITA BRANCA
(Das weiße Band, Áustria, Alemanha, França, Itália, 2009) de Michael Haneke
Drama. Acontecimentos bizarros acontecem num vilarejo do interior da Alemanha em 1914 na qual os filhos dos habitantes são as maiores vítimas.







EDUCAÇÃO
(An Education, Inglaterra, 2009) de Lone Scherfig
Drama. Adolescente em uma fase decisiva em sua vida fica dividida entre a carreira acadêmica ou jogar tudo para o alto para se envolver com um homem mais velho.









O MENSAGEIRO
(The Messenger, EUA, 2009) de Oren Moverman
Drama. Ferido e traumatizado pela guerra, soldado americano volta para o seu país mas ganha uma nova função no serviço militar: comunicar as mortes dos soldados para os seus familiares.

sábado, fevereiro 13, 2010

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

INIMIGOS PÚBLICOS
(Public Enemy, EUA, 2009) de Michael Mann
Drama. Agente do FBI tenta capturar um gângster que virou celebridade pela população de Chicago no auge da depressão americana.







POCILGA
(Porcile, Italia/França, 1969) de Pier Paolo Pasolini
Drama. Duas estórias: na idade média, um homem come tudo que vê pela frente; e na atualidade, filho de um industrial decide viver com os porcos.







VERONIKA QUER MORRER
(Veronika Decides To Die, EUA, 2009) de Emily Young
Drama. Após uma tentativa de suícidio, mulher descobre que tem uma doença que lhe dá pouco tempo de vida.







STAR TREK
(EUA, 2009) de J. J. Abrams
Ficção científica. Capitão Kirk e cia se lançam na sua primeira aventura intergaláctica e enfrentam os romulanos que querem vingar dos terráqueos.






INFÂMIA
(The Children´s Hour, EUA, 1961) de William Wyler
Drama. Duas professoras que trabalham num colégio para meninas são acusadas por uma aluna de manter uma relação que vai além de amizade.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Mal do Século

Num suburbio rico de Los Angeles vive a dona de casa Carol White que parece ter uma vida perfeita: uma bela e grande casa, um marido carinhoso que lhe dá mimos, um enteado que não lhe causa problemas. Diante da visão do paraíso, fatos estranhos começam a acontecer com Carol. Do nada, ela começa a sentir cansaço, falta de ar, sangramentos. Nos exames médicos diagnosticam que ela está bem e que poderia ser stress, o que lhe encaminham a um psiquiatra. Mas Carol percebe que o seu estado agrava quando entra em contato com produtos tóxicos que vai desde a fumaça do carburador de um caminhão até produtos de beleza utilizados no salão de beleza que frequenta. Diante dessa conclusão, ela decide radicalizar o seu modo de vida: deixar a rotina pomposa, glaumurosa de Los Angeles e vai passar um tempo numa comunidade localizada no deserto na qual é frequentada por pessoas que têm os mesmos problemas que Carol.


Também intitulado como A Salvo (o seu título original é Safe), Mal do Século é um trabalho impressionante de Todd Haynes no qual considero o seu melhor filme. Com uma concepção visual incrível, o diretor utiliza imagens estáticas que exploram com precisão cirúrgica o plano de fundo dos cenários internos e externos a ponto de transformar Julianne Moore (ótima) como uma formiga perdida no cenário, uma completa alusão ao vazio existencial de Carol a um mundo que valoriza a riqueza, o materialismo, consumismo, mas também a falta de perspectiva - afinal, ela é uma dondoca que está mais preocupada em manter a casa a mais linda possível. Como de hábito, Haynes soube conduzir a parte técnica como a bonita fotografia, a montagem é bem-feita (a cena em que Carol está passando mal enquanto dirige o carro é extremamente sufocante) e a interessante trilha sonora que lembra demais Mulholland Drive - Cidade dos Sonhos (que também se passa em Los Angeles). Enfim, é um filme que tem um vigor e uma estória que cria vários pontos de vistas (bem ao estilo do diretor), que para mim é uma jornada de uma mulher que agrada mais aos outros a ponto de deixar um doloroso oco dentro de si mesma.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Sherlock Holmes

Na Londres vitoriana, o detetive de faro apurado e de uma linha de raciocínio incrível Sherlock Holmes e o leal companheiro de investigação, o médico Watson conseguem capturar o tenebroso Lord Blackwood, responsável pela morte de cinco garotas, executadas em rituais de magia negra. Diante dos fatos, Lord Blackwood é condenado a morte, mas antes do seu inevitável fim, ele revela a Sherlock que essas mortes é o início de grandes acontecimentos. Dias depois da execução do Lord Blackwood, Sherlock e Watson recebem a inusitada notícia de que o Lord Blackwood ressuscitou e saiu vivo e caminhando no cemitério. Em conta do aspecto macabro, o sempre cético Holmes tenta desvendar esse intrigante mistério, ao mesmo tempo, tem que encarar os ciúmes que ele sente pelo grande amigo Watson que está prestes a se casar.
De tempos em tempos, Hollywood gosta de modernizar clássicos, e as obras imortais do britânico Arthur Conan Doyle não poderiam ficar de fora. Com uma copagem pop, o diretor Guy Ritchie fez um filme divertido com destaque para o carisma da dupla Robert Downey Jr. e Jude Law - que para um público de imaginação fértil pode deduzir algo além de amizade entre os dois. Bem produzido, com uma boa fotografia, uma montagem bacana (mesmo que me faça lembrar do seriado C. S. I.) e uma eclética trilha sonora (com pitadas indianas, irlandesas, tango), Sherlock Holmes me fez lembrar do filme O Enigma da Pirâmide (1985) de Barry Levinson que eu adorava quando era pequeno. E essa foi a impressão que ficou quando assisti a obra de Guy Ritchie, mas tenho vontade de rever O Enigma da Pirâmide para "desvendar" as diferenças entre os dois filmes.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

The Rock Horror Picture Show


Após a uma cerimônia de casamento de amigos, o casal Brad e Janet pegam a estrada para voltar a sua cidade, mas durante o trajeto, o pneu do carro fura. Ao perceberem que tinham passado por um castelo, Brad e Janet vão a este lugar para telefonar a uma empresa para rebocar o carro. Chegando no castelo, o casal é recebido por um estranho modormo que os convida para entrar. Lá dentro, Brad e Janet descobrem a ocorrência de uma bizarra festa orquestrada por Dr. Frank-N-Furter, um ser alienígena diabólico que quer comemorar a sua nova criação: um loiro musculoso para ser seu companheiro.


“Sweet Transvestite”. Eis o nome da música que me contagiou e tinha que ser logo na primeira aparição de Tim Curry, numa atuação espetacular com toda aquela maquiagem carregada e figurino maluco: espartilho, sunga, cinta-liga, salto alto. Mas Tim Curry foi além do figurino: kitsch, sensual, diabólico, afetado. Nem a Susan Saradon, em início de carreira, foi páreo no papel da almofadinha (pero no mucho) Janet.
Uma verdadeira viagem, The Rock Horror Picture Show é um produto do seu tempo (1975), o auge do glam rock, mas que hoje está datado pelo seu ritmo irregular, e olha que às vezes o filme recorda, e muito, Moulin Rouge – Amor em Vermelho e os trabalhos de Tim Burton como O Estranho Mundo de Jack. Mas mesmo assim, vale a pena ver, rever e ouvir “Science Fiction/Double Feature” (a música da abertura) e “Sweet Transvestite”, e o trabalho fenomenal de Curry.