quinta-feira, março 17, 2011

Destaque nos cinemas

INCÊNDIOS
(Incendies, Canadá, 2010) de Denis Villeneuve
Drama. Na beira da morte, mãe pede aos seus dois filhos que vão ao Oriente Médio atrás do até então inexistente pai.














GNOMEU E JULIETA
(Gnomeo & Juliet, EUA/Inglaterra, 2011) de Kelly Asbury
Animação. Anões de jardim de casas vizinhas, na verdade famílias rivais, entram em confilto em conta das paixão entre Gnomeu e Julieta.








EM UM MUNDO MELHOR
(Hævnen, Dinamarca/Suécia, 2010) de Susanne Bier
Drama. Médico recém-separado visita o seu filho adolescente que sofre de bullying e que em conta dessa situação acaba se aproximando de um violento colega de escola.






NÃO ME ABANDONE JAMAIS
(Never Let Me Go, EUA/Inglaterra, 2010) de Mark Romanek
Drama. Três jovens que se conheceram no orfanato, crescem juntos e decidem encarar a maturidade unidos.









HOMENS E DEUSES
(Des Hommes et des Dieux, França, 2010) de Xavier Beauvois
Drama. Mosteiro de monges franceses localizado na Argélia tem a sua rotina alterada em conta dos ataques de fundamentalistas mulçumanos na região.







NAMORADOS PARA SEMPRE
(Blue Valentine, EUA, 2010) de Derek Cianfrance
Drama. Durante uma crise em sua relação, casal decide se refugiar nas lembranças dos seus bons momentos.







RANGO
(EUA, 2011) de Gore Verbinski
Animação. Camaleão que sonha em se tornar herói, ver o seu objetivo se concretizar ao se instalar em uma cidade ameaçada por bandidos.

quarta-feira, março 16, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

A VIDA DURANTE A GUERRA
(Life During Wartime, EUA, 2009) de Todd Solondz
Drama. Mulher divorciada tenta voltar a normalidade mas a libertação de seu ex-marido preso por pedofilia pode comprometer essa paz.




MICMACS - UM SONHO COMPLICADO
(Micmacs à Tire-larigot, França, 2010) de Jean Pierre Jeunet
Comédia. Após levar um tiro na cabeça e ter a bala alojada em seu crânio, um homem acaba mudando de percepção sobre a sua vida e decide morar com um grupo de excêntricos.




REINO ANIMAL
(Animal Kingdom, Austrália, 2010) de David Michôd
Drama. Detetive decide tirar um jovem do seu convívio familiar pois considera que eles são um mau exemplo para o rapaz.





MINHAS MÃES E MEU PAI
(The Kids Are All Right, EUA, 2010) de Lisa Cholodenko
Comédia. Após atingir a maioridade, jovem decide procurar o seu verdadeiro pai deixando as suas mães, um casal de lésbicas, em polvorosa.




A REDE SOCIAL
(The Social Network, EUA, 2010) de David Fincher
Drama. Nerd egocêntrico briga na justiça a respeito da criação do site de relacionamento social, o Facebook.

terça-feira, março 15, 2011

Tela Super8: Amores Imaginários

No começo desse ano, vi uma crítica do filme Amores Imaginários (Les Amours Imaginaires, Canadá, 2010) de Xavier Dolan, uma obra que eu desconhecia por completo, mas gostei tanto da crítica que fui atrás do trailler do filme. E de repente me encantei com a cena em que o casal de protagonistas fazem de tudo para despertar a atenção de um jovem rapaz ao som de "Bang Bang" versão italiana de Dalila. Percebe-se mil referências ao cinema como o chinês Kar Wai Wong (Amor à Flor da Pele) a Tarantino (a música Bang Bang foi utilizado na abertura de Kill Bill, versão em inglês de Nancy Sinatra).

domingo, março 13, 2011

Bravura Indômita

Era de esperar que os irmãos Coen algum dia explorariam o gênero americano por natureza: o faroeste. Com uma filmografia que imprime um vigor visual surprendente como o mar de neve de Fargo, as planícies áridas de Onde os Fracos Não Tem Vez, a fotografia noir de O Homem que Não Estava Lá, não seria surpresa que a dupla iria arrebentar com o ótimo Bravura Indômita. Adaptado da obra de Charles Portis, que foi filmado em 1969, esta nova versão chama a atenção por ser uma das obras mais acessiveis dos irmãos Coen (a ótima bilheteria que o filme teve é prova disso), mas que não deixa de lado as suas caracteristicas como o humor negro e a violência quase gratuita. No século 19, garota de 14 anos, Mattie Ross, tenta procurar justiça em conta do assassinato de seu pai. O assassino, Chaney, fugiu para terras indígenas o que dificulta a sua prisão, mas Mattie não perde as esperanças e ela própria contrata um policial, uma espécie de pistoleiro legal chamado Rooster Cogburn, competente justiceiro, mas que está em franca decadência em conta do alcoolismo. E na parada ainda tem a ajuda do xerife LaBoeuf, que está atrás de Chaney para vingar uma morte. Visualmente o filme é belíssimo, explorando de forma poética as paisagens do interior dos EUA. A montagem é envolvente e a trilha sonora de Carter Burwell é muito bonita, que me chama a atenção pois de início ela faz uma citação/homenagem das trilhas típicas dos filmes de western. O elenco está ótimo, cheia de figuras taribadas como Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin. Mas o grande destaque é a excelente atuação de Hailee Steinfeld como Mattie. De certa forma, ela é a grande protagonista, uma garota durona, decidida e corajosa, mas que ao se lançar nessa aventura, vemos uma garota sensível, responsável - que ao embarcar nessa jornada, ela não está apenas em busca de justiça, mas compreenderá a força da lealdade e se assustará com o espírito instável do homem, que quando se adentra nas matas, pisa em um terreno sem lei, a brutalidade, o respeito e a sobrevivência andam juntos.

quarta-feira, março 09, 2011

Além da Vida

Achei o novo filme de Clint Eastwood surpreendente. Muita gente comentava que Além da Vida é um filme que aborda a doutrina espírita. Ao meu ver a obra de Eastwood é mais espiritual que espírita. Ou seja, ao invés de falar sobre reencarnação, vidas passadas, vida após a morte - Além da Vida retrata as consequências que existem quando nos deparamos com a experiência de encarar a morte como a solidão (no caso do personagem de Matt Damon), a dor e a saudade (na estória do garotinho inglês) e a mudança no olhar sobre a vida e o mundo (representado pela jornalista francesa). Diante desse mosaico de emoções, o roteirista Peter Morgan criou três estórias que tem um elemento em comum: a morte. Primeira estória: Marie, uma jornalista francesa de férias na Tailândia sobrevive ao terrivel tsunami que devastou a Ásia em 2004. Diante dessa experiência, a sua vida profissional e pessoal é abalada. Segunda estória: George, operário americano que tenta estabelecer uma vida comum para esconder o seu dom que é a vidência. Terceira estória: Marcus, um garoto inglês tem a vida virada pelo avesso em conta da morte do seu irmão gêmeo e da ausência de sua mãe, uma viciada.
Pelo seu formato percebe-se que o veterano Eastwood aos 80 anos está tentando fazer coisas novas, lançando novos desafios, com ese enredo globalizado, mas infelizmente, o diretor não teve a segurança de um Alejandro González-Iñárritu (Babel, Amores Brutos). Dessa forma, tem a impressão que o diretor americano fez três médias-metragens e que a montagem de Joel Coex e Gary Roach não soube dar vida e embalo as estórias com uma edição pra lá de frouxa. Outros pontos negativos é a estranha trilha sonora do próprio Clint Eastwood que em determinados momentos é econômica, sutil e em outros momentos se torna melodramática. O final do filme também não ajuda a melhorar o quadro. Mas o filme me agradou por fugir do lugar comum e nos mostra a morte com uma ótica bem diferente ao da explorada no cinema brasileiro atualmente.

sexta-feira, março 04, 2011

Anticristo

O caos reina tudo. Eis a frase que envoca esse trabalho que reflete bem o estilo do diretor Lars Von Trier ao explorar o gênero de terror: o sacrifício da mulher; o homem racional querendo transformar a situação da amada em cobaia de experiência científica (Dogville); é recheado de cenas fortes, pesadas; o ódio a humanidade. Só senti falta de um final impactante, mas em compensação o diretor esbanja um vigor em criar lindas cenas. Vendo o filme, vi que o horror vem de nós mesmo, de uma natureza que não compreendemos e não adianta compreender. Somos complexos, irracionais, e em algumas situações encaramos os três mendigos: dor, desespero e luto; melhor, raposa, veado e corvo na concepção da natureza. O que torna o trabalho do Von Trier interessante é que a história bebe muito da Biblia: o casal (homem e mulher, melhor, uma espécie de Adão e Eva) volta a floresta - que se chama Éden - para expulgar uma situação dilacerante, a morte do filho. Mas o diretor mostra o terror na forma que não estamos acostumados a ver, já que no cinema americano o terror resumi-se ao susto, ao medo do sobrenatural. O filme está mais na linha de Polanski de Repulsa ao Sexo, em que mais uma vez uma mulher enlouquece mostrando o terror do nosso subconsciente. Se no primeiro tempo, somos encantados por lindas imagens: a abertura de cair o queixo, as cenas da hipnose em que a mulher imagina andando na floresta simplesmente parecem um quadro de tão belos. Já a segunda parte mostra a que veio, o inferno a dois, um mundo que não adianta entender. O diretor quis dizer que somos passionais a tudo, não adianta sermos racionais, pensativos...as vezes somos loucos, sem noção. Mas será que quando perdemos tudo...como o filho no caso do filme, perdemos a vontade de tudo? Através do filme penso que dar a volta por cima é um processo tão doloroso quanto ainda ficar nesse estado. É um filme de muitos significados, mas mostra que diante da natureza que nos rodeia, a nossa natureza interior é tão bela, caótica, pertubadora, imperfeita.