domingo, fevereiro 20, 2011

Oscar 2011

E finalmente sai os indicados ao Oscar 2011 e a Academia fez uma lista bacana e eclética na edição atual. Tem faroeste, comédia independente, comédia inglesa, suspense, animação, ficção. Enfim, tem de tudo um pouco, mas algumas injustiças aconteceram como a outra esnobada para Christopher Nolan pela direção de A Origem, além da sua ótima montagem; a trilha sonora de Tron - O legado; Andrew Garfield como ator coadjuvante por A Rede social; e a ausência completa de Scott Pilgrim Contra o Mundo. Mas nesse ano a briga vai ser boa entre A Rede Social e O Discurso do Rei. Quem vencerá (meu momento Mãe Diná rsrsrs)?

BRAVURA INDÔMITA
Os irmãos Coen estão com tudo no Oscar. Indicados no ano passado por Um Homem Sério, a sua versão faroeste chamou atenção não só da crítica como o do público (a maior bilheteria da dupla) e surpreendeu a todos com as 10 indicações conquistadas, mas o filme merece, além de bonito, é uma das obras mais acessíveis da dupla. Dessa maneira deve ganhar a de melhor fotografia (Roger Deakins).


127 HORAS
O novo filme de Danny Boyle (Quem Quer Ser Milionário?) retrata o desespero de um homem que se encontra preso num canyon e tenta correr contra o tempo para sobreviver - além de tomar uma atitude extremada e corajosa. Com 06 indicações, dificilmente o filme ganhará algo, mas com a ausência de A Origem e Bravura Indômita na categoria de montagem pode fortalecer a premiação de Jon Harris.

CISNE NEGRO
A descida do inferno de uma bailarina perfeccionista comoveu a crítica em que o diretor Darren Aronofsky volta ao estilo que o consagrou como o visceral Réquiem para o Sonho, mas com pinceladas de terror psicológico que bebe de fontes como Polanski, Cronenberg e Lynch. Precisa dizer mais uma coisa para informar que é um filmaço? Com 5 indicações, deve ganhar a de melhor atriz para Natalie Portman.



O DISCURSO DO REI
O atual favorito para ganhar o prêmio principal é um exercício de um cinema correto, classudo, do jeito que os ingleses sabem fazer. Ao contar a incrível estória de superação de um monarca, o filme é um primor visualmente e conta com um trio de tirar o fõlego, com destaque para a atuação de Colin Firth, cada vez melhor. Com 12 indicações, deverá ganhar, além de melhor filme, também a de direção (Tom Hooper), ator (Colin Firth), direção de arte (Eve Steward e Judy Farr).


INVERNO DA ALMA
Representante do cinema indie americano, é a típica obra que com o passar de 2010 foi abocanhando mais barulho ao mostrar uma América decadente, suja, selvagem, sem regras. Com um enredo pesado e ainda por cima aborda a via crucis de uma adolescente, chama atenção pelo ótimo elenco particularmente pela atuação de Jennifer Lawrence que atua com uma garra e sensibilidade impressionante. Com 04 indicações, tem poucas chances de levar algum prêmio.

MINHAS MÃES E MEU PAI
Outra obra do cinema independemte americano que foi conquistando a todos com o passar do ano chama a atenção por mostrar as novas mudanças nas estruturas familiares através de um bom casamento entre o drama e o humor valorizado pelo ótimo trio representado pela Annette Bening, Juliane Moore e Mark Ruffalo. Com 04 indicações, o filme tem uma real possibilidade de melhor atriz para Annette Benning, mas Portman está forte. Dessa maneira, é provavel que o filme saia de mãos abanando.

A ORIGEM
O grande injustiçado da lista. Mesmo com 08 indicações, o filme foi esquecido justamente nas categorias que era considerado o favorito, melhor diretor e montagem. Mais uma vez deixado de fora, o diretor inglês Christopher Nolan faz um filmaço original, intrigante com um enredo pra lá de surreal e que conquistou o público com uma ótima bilheteria. Deve ganhar de melhor roteiro original (Christopher Nolan), trilha sonora (Hans Zimmer), efeitos visuais (Paul Franklin, Chris Corbould, Andrew Lockley e Peter Bebb), mixagem de som (Lora Hirschberg, Gary A. Rizzo e Ed Novick) e edição de som (Richard King).


A REDE SOCIAL
O antigo favorito ao Oscar de melhor filme e direção, o filme mais maduro de David Fincher é uma obra atualíssima que fala de ética e poder da midia e faz um retrato da juventude atual. Pena que não fez a cabeça do público por ser bastante verborrágico e com uma montagem enxuta - traduzindo: o filme é bastante teatral. Com 08 indicações, deve ganhar a de melhor roteiro adaptado (Aaron Sorkin) e montagem (Kirk Baxter e Angus Wall).

TOY STORY 3
Ainda não assisti a todos os indicados, mas será uma baita surpresa que os outros nove indicados me faça mudar de ideia de que o desenho da Pixar não é o filme do ano. Se justiça fosse feita, Toy Story 3 levaria o prêmio máximo com essa linda e comovente estória. Com 05 indicações, levará o prêmio de melhor animação (a barbada do ano) e canção (We Belong Together - vou ser sincero, isso é um chute mas tô na torcida que o filme ganhe mais de 1 Oscar).





O VENCEDOR
A estória se passa no mundo do boxe o que já é indicativo de que o filme chamará a atenção da Academia. Mas o seu sensível roteiro vai além desse ambiente e explora as relações humanas e familiares em que um homem humilde tenta dar um basta ao controle exercido pelo seu irmão e sua mãe. Não é de estranhar que o seu ponto alto é o elenco em sintonia perfeita. Com 07 indicações, ganhará nas categorias coadjuvantes, Christian Bale para ator e Melissa Leo como atriz.

sábado, fevereiro 12, 2011

Destaque nos cinemas

DEIXE-ME ENTRAR
(Let Me In, Inglaterra/EUA, 2010) de Matt Reeves
Terror. Garoto tímido e solitário sofre de bullying na escola, mas acaba fazendo amizade com uma estranha garota.






INVERNO DA ALMA
(Winter's Bone, EUA, 2010) de Debra Granik
Drama. Adolescente está a procura do pai pois este colocou a casa como garantia num negócio suspeito, deixando a sua família abalada pois podem ser despejados a qualquer momento.





A ÚLTIMA ESTAÇÃO
(The Last Station, Alemanha/Rússia/Inglaterra, 2009) de Michael Hoffman
Drama. A esposa do escritor Tolstoy entra na justiça contra o próprio marido pois este fez um testamento que deixa toda a sua herança para o povo russo.






O MÁGICO
(L'illusionniste, França, 2010) de Sylvain Chomet
Animação. Ilusionista em franca decadência conhece uma fã que dará um outro rumo em sua vida.







BRAVURA INDÔMITA
(True Grit, EUA, 2010) de Ethan Coen e Joel Coen
Faroeste. Garota contrata um pistoleiro competente mas alcoólatra para se vingar da morte de seu pai.






CISNE NEGRO
(Black Swan, EUA, 2010) de Darren Aronofsky
Suspense. Bailarina tem a grande chance de interpretar o personagem dos seus sonhos, mas o seu perfeccionismo terá sérias consequências.





O DISCURSO DO REI
(The King's Speech, Inglaterra/Austrália, 2010) de Tom Hooper
Drama. Próximo de se tornar rei da Inglaterra, nobre inglês contrata um fonodiólogo para corrigir um grave defeito do rei: a gagueira.





O VENCEDOR
(The Fighter, EUA, 2010) de David O. Russell
Drama. Boxeador frustado tenta dar a volta por cima em sua carreira mas terá que enfrentar um irmão obstinado e uma mãe controladora.




127 HORAS
(127 Hours, EUA/Inglaterra, 2010) de Danny Boyle
Drama. Alpinista se encontra entre a vida e a morte depois de uma frustrada tentativa de escalar um canyon.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

O BOULEVARD DO CRIME
(Les Enfants du Paradis, França, 1945) de Marcel Carné
Drama. Em um lugar boêmio de Paris no século 18 desenrola um triângulo amoroso entre um casal de atores e um mímico.







TROPA DE ELITE 2
(Brasil, 2010) de José Padilha
Policial. Ex-comandante do Bope trabalha na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro e entra em choque com as milícias e os poderosos da política local.






VENCER
(Vincere, Itália/França, 2009) de Marco Bellocchio
Drama. Crescendo na sua carreira política, o farcista Musolini decide por sua ex-amante em um hospício e o seu filho é mandado para o orfanato para não atrapalhar na sua ascensão na Itália.





ENTERRADO VIVO
(Buried, EUA/Espanha, 2010) de Rodrigo Córtes
Suspense. Soldado americano em combate no Iraque acorda numa situação inusitada: dentro de um caixão, enterrado de baixo da terra.





SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO
(Scott Pilgrim vs. the World, EUA/Inglaterra, 2010) de Edgar Wright
Aventura. Para conquistar uma garota, Scott terá que enfrentar os super-poderes dos ex-namorados da amada.






ALMAS À VENDA
(Could Souls, EUA/França, 2009) de Sophie Barthes
Drama. Ator decide congelar a sua alma em conta da sua ansiedade em atuar num clássico do teatro.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

O Tempo Que Resta


O Tempo Que Resta é um filme triste. Fotógrafo bem-sucedido descobre que tem pouco tempo de vida em conta de um câncer. Diante dessa nova realidade, Romain se isola de tudo, da família, do namorado, em busca de um fim próximo solitário. A exceção é a sua avó, em que ele se abre justamente por achar que ela é a pessoa mais próxima da morte em conta da idade. Um dos destaques do trabalho de François Ozon foi justamente de reverter o clichê existente nesse tipo de enredo - até chamam isso de filme da doença da semana, em que inevitavelmente o doente, melhor, o pobre coitado, se reune com a sua família para aproveitar os últimos dias de vida. Já na obra de Ozon, Romain faz o oposto: o doente se separa do namorado, briga com a família. O cara é cruel com todos como uma forma de que ninguém tenha pena dele, ele não é uma pessoa especial. Diante dessa via crucis, O Tempo Que Resta fala de um homem querendo descobrir o seu próprio fim, a sua existência, e isso se repercute na sua estranha e as vezes estourada fotografia e no seu belo final. A obra de Ozon é triste, mas chama a atenção por sair do lugar comum com essa estória.

domingo, fevereiro 06, 2011

De Pernas Pro Ar


Mês de janeiro significa para o cinema nacional o período de jogar abrobrinha nos cinemas vide os filmes da Xuxa, do Renato Aragão e outras espécies similares. Recentemente, em conta do sucesso de Se Eu Fosse Você, os produtores nacionais estão variando o cardápio e lançando outras obras sem a pretensão de estender as estrelas de programas infantis da televisão. De Pernas Pro Ar é um produto de filme comercial, com viés ainda da televisão, mas que tenta introduzir elementos de cinema GRANDE. O filme até tenta, mas não sai do lugar comum, mas que se destaca pela ótima atuação de Ingrid Guimarães como Alice, a executiva de marketing workaholic que acaba levando um tempo do marido que não aguenta mais ser deixado em segundo plano. E pra completar, ela é demitida no seu trabalho, mas encontra na sua vizinha, dona de um sex shop em declínio como uma forma de dar a volta por cima.
Com uma produção simpática e aqui e acolá com piadas inspiradas (até a presença da casseta Maria Paula não destoa) especialmente quando Alice se mete em confusões com brinquedos eróticos. Outra boa atuação é da Denise Weinberg como a mãe sexualmente ativa de Alice, em conta de uma perfomance natural, mas parece que a atriz está se divertindo a beça.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Tron - O Legado


Tron - O Legado, continuação do cultuado Tron de 1982 (na qual eu ainda não vi) é um filme interessante que fica mais legal ainda se for visto num bom cinema, mas o filme desagrada no quesito 3D. A praga tecnológica que Hollywood explora ainda não foi dominada perfeitamente e Tron mostra bem isso (e olha que estou me referindo nas cenas em que Sam Flynn entra no programa de computador). Vamos a estória: depois do desaparecimento de seu pai, um gênio da inovação tecnológica, Sam Flynn recebe uma informação de um amigo de seu pai, que recebeu um estranha ligação e pede para que Sam vá ao antigo escritório do seu pai. Chegando lá, o rapaz se depara com um estranho computador em que por passe de mágica é sugado para dentro do pc. Dentro do sistema de computador, Sam reencontra com o pai e tenta levá-lo de volta para casa, mas dois programas do computador, que mandam no pedaço, não vão deixar barato essa estória. Ufa! O enredo é bem simples, mas que ousadamente a Disney (produtora do filme) deixou esticar para quase duas horas e meia. Em conta disso é provável que o filme dê uma certa canseira, mas a película tem suas qualidades. Sem sombra de dúvida, o seu visual recheado de ótimos efeitos especiais chamam a atenção, em conta do seu lindo design que mistura cenografia com os figurinos dos personagens (uma característica marcante do filme original), além de mostrar referências a Blade Runner - O Caçador de Andróides, Metrópolis. O elenco está correto com destaque para a atuação do britânico Michael Sheen que mostra com escracho e exagero um programa albino meio espalhafatoso (é sério, acredite em mim, isso está no filme). Mas o grande bolo da cereja é a linda trilha sonora da banda Daft Punk, que lembra bastante o minimalismo do canadense Philip Glass e o som técnico eletrônico da banda alemã Kraftwerk. Só pela trilha o filme me conquistou de imediato.