Destaque nos cinemas

EXPRESSO DO AMANHÃ
(Snowpierce, EUA/Coréia do Sul, 2013) de Joon-ho Bong
Ficção científica. Em um mundo destruído pelo aquecimento global, os poucos sobreviventes se estabelecem em um trem em constante movimento.

A PELE DE VÊNUS
(La Vénus à la Fourrure, França, 2013) de Roman Polanski
Drama. Atriz seduz um cineasta com o objetivo de ser escalada em um filme.

DE CABEÇA ERGUIDA
(La Tête Haute, França, 2015) de Emmanuelle Bercot
Drama. Um professor e uma juíza tentam dar um norte na vida de um adolescente problemático.

O CLUBE
(El Club, Chile, 2014) de Pablo Larraín
Drama. Grupo de religiosos se estabelecem em uma casa de praia, mas a chegada de um novo membro causa um incômodo em todos.

Lançamentos em DVD/Bluray

PÁSSARO BRANCO NA NEVASCA
(White Bird in a Blizzard, EUA, 2014) de Gregg Araki
Drama. Jovem adolescente procura vestígios de sua bela mãe que sumiu misteriosamente.

O ESPELHO
(Oculus, EUA, 2013) de Mike Flanagan
Terror. Casal de irmãos decidem se vingar de um espelho maligno responsável pela morte de seus pais.

GAROTAS
(Bande de Filles, França, 2014) de Celine Sciamma
Drama. vivendo em um mundo de reclusão, garota joga tudo para o ar ao fazer amizade com outras garotas que buscam um sentimento raro: liberdade.

Tela Super8: The Beatles - "Baby You´re a Rich Man"

"Você não é babaca. Mas faz de tudo para ser". A última frase do genial A Rede Social (The Social Network, EUA, 2010) de David Fincher reflete bem a moral distorcida de um jovem nerd em busca da glória. E pra fechar o filme com chave de ouro, o diretor escolheu a super apropriada "Baby You´re a Rich Man" dos The Beatles.

14 Estações de Maria

(Kreuzweg, Alemanha, 2014)
Direção: Dietrich Brüggermann
Elenco: Lea van Acken, Franziska Weisz, Lucien Aron, Florian Stetter

Que filmão! O diretor alemão Brüggermann faz um belo estudo sobre a fé mas de uma forma ambígua. Tendo como base as 14 estações da via Crucis de Jesus Cristo, o filme mostra o cotidiano calvário da adolescente Maria, criada numa família católica extremamente fervorosa. E em 14 cenas estáticas, expõe uma garota que respeita os preceitos radicais de uma ala católica, mas que não pode deixar de lado a tentação da "modernidade". "Rock é música satânica", diz Maria. E pra completar é submissa a uma mãe dominadora e super religiosa. Brüggermann dá uma aula de cinema pois dependendo do público o filme tem várias interpretações: é uma dura crítica ao radicalismo religioso; mas pode representar um estudo sobre a busca pela fé e os seus desafios; ou essa fé pode ser uma fuga a uma vida opressiva. E essa ambiguidade é reforçada pela inteligente decisão da total ausência de trilha sonora. E pra completar a atriz que faz Maria, Lea van Acken, é um achado. Com um jeito delicado e frágil, Acken exibe uma pessoa que busca o sentido da vida através de Deus mas num fundo é uma típica adolescente que sofre das típicas dúvidas de sua idade.

Mapa para as Estrelas

(Maps to the Stars, EUA/Canadá/Alemanha/França, 2014)
Direção: David Cronenberg
Elenco: Julianne Moore, Mia Wasikowsa, Evan Bird, John Cusack

Quando um cineasta talentoso e criativo tenta fazer uma crítica a Hollywood, ninguém escapa ileso. Billy Wilder, Robert Altman, David Lynch, Alejandro González Iñarritu realizaram obras-primas sobre "a fábrica de sonhos" com um humor e acidez que mais parece lavagem de roupa em público. E David Cronenberg entra na lista e faz um filme interessante sobre a busca da fama e do sucesso, e da arte de transformar tragédia alheia em cifras. Não existe moral ou ética, o que importa é a gorda bilheteria. Juntando duas estórias, a de uma atriz envelhecida querendo dar a volta por cima enquanto não se livra dos fantasmas do passado; e o seu terapeuta que recebe a visita de um fantasma real, sua filha perturbada, o que acaba desestabilizando a sua família. Com uma boa produção o filme derrapa no elenco irregular, mas a sempre competente Juliane Moore se sobressai e faz uma de suas melhores atuações de uma forma exagerada, camp da personagem de nome exótico Havana Segrand.

Mommy

(Canadá/França, 2014)
Direção: Xavier Dolan
Elenco: Anne Dorval, Antoine-Olivier Pilon, Suzanne Clément, Alexandre Goyette

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes de direção em 2014, o último filme do "Darling" do cinema canadense Xavier Dolan é uma obra perturbadora sobre maternidade. De fotografia escura e filmado com um tipo de lente que estreita a imagem o que ressalta o incômodo ao acompanharmos a difícil relação entre a mãe cafona e barraqueira chamada Diane com o seu filho Steve que acaba de sair do internato em conta do seu comportamento instável e violento. A entrada em cena da vizinha tímida Kyla é um elemento novo que ajuda na aproximação entre mãe e filho. Mas nem isso é o bastante pois o atrito de ambos é grande.
Confesso que assistir Mommy não é fácil pois os personagens em muitos momentos são insuportáveis: vivem gritando, se agredindo, enfim barraco direto. Do elenco gostei da atuação das atrizes Dorval e Clément; já achei forçado a atuação do garoto Pilon, o clone do cozinheiro inglês Jaime Oliver rsrs. No fim, o filme me desagradou em conta da longa duração; uma pena pois tem duas belas cenas (a do karaokê, e a da armadilha que a mãe faz ao filho no fim do filme). Esperava mais.