Destaque nos cinemas

EU, DANIEL BLAKE
(I, Daniel Blake, Inglaterra, 2016) de Ken Loach
Drama. Daniel é um senhor que se torna vítima do péssimo serviço de saúde britânico após sofrer um acidente.

O APARTAMENTO
(Forushande, Ira/França, 2016) de Asghar Farhadi
Drama. Casal entra em crise após assistir a peça clássica o teatro americano "A Morte de um Caixeiro Viajante".

A CRIADA
(Ah-ga-ssi, Coreia do Sul, 2016) de Chan-wook Park
Drama. Mulher é contratada - por motivos ambíguos - para ser criada de uma herdeira japonesa.

LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES
(La La Land, EUA, 2016) de Damien Chazelle
Musical. Após se instalar em Los Angeles, jovem pianista inicia uma relação amorosa com uma aspirante a atriz.

MANCHESTER À BEIRA-MAR
(Manchester by the Sea, EUA, 2016) de Kenneth Lonergan
Drama. Com a morte de seu irmão, rapaz se responsabilizará com o seu sobrinho - e terá que acertar as contas com o seu passado.

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM
(Hacksaw Ridge, EUA/Austrália, 2016) de Mel Gibson
Drama. Em plena Segunda Guerra Mundial, jovem médico surpreende a todos ao decidir não matar ninguém.

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

O HOMEM NAS TREVAS
(Don´t Breathe, EUA, 2016) de Fede Alvarez
Terror. Grupo invade casa de um cego com a intenção de cometer um assalto mas o plano não sai como esperado.

PETS - A VIDA SECRETA DOS BICHOS
(The Secret Life of Pets, EUA/Japão, 2016) de Yarrow Cheney e Chris Renaud
Animação. Dupla de cães tentam impedir um plano diabólico de um coelho: se vingar dos humanos que esqueceram dos seus animais de estimação.

DEMÔNIO DE NEON
(The Neon Demon, EUA/França/Dinamarca, 2016) de Nicolas Winding Refn
Suspense. Ao se aventurar pelo mundo da moda, jovem modelo sofre abusos por parte das pessoas que convivem nesse universo.

Tela Super8: Juice Newton - "Angel of the Morning"

Confesso que não gostei do filme Deadpool (EUA, 2016) de Tim Miller - pra ser sincero dormir perante a sua exibição. Com o seu humor adolescente (alguns juram politicamente incorreto mas não vou entrar no mérito) o que me atraiu a obra foi a salada musical que mistura vários gêneros, do romântico ao rap. E diante de tantas canções achei curioso a música utilizada na abertura - a melosa "Angel of the Morning" de Juice Newton, hit dos anos 80.

Conquista Sangrenta

(Flesh + Blood, EUA/Holanda, 1985)
Direção: Paul Verhoeven
Elenco: Rutger Hauer, Jennifer Jason Leight, Tom Burlinson, Jack Thompson.

A primeira produção de Paul Verhoeven falado em inglês tem todos os elementos que se encontram em seu cinema: violência, sexo, moralidade, ética e personagens determinados que não medem esforços para chegar a um objetivo. Rutger Hauer no auge da carreira interpreta Martin, um guerreiro da Europa do século 16 que busca vingança após ser traído por um nobre. E nesse tempo, o protagonista convive com a brutalidade, a devassidão e o horror da peste. Neste quesito o diretor se sente totalmente a vontade num filme ao mostrar seres brutos e brutalizados por um ambiente que mistura selvageria e misticismo, e assim o enredo mistura drama, ação na medida certa. Não é um grande filme mas ganha pontos ao expor personagens - nada agradáveis - que se encaixam perfeitamente ao seu período de tempo. Será?

Rede de Intrigas

(Network, EUA, 1976)
Direção: Sidney Lumet
Elenco: Faye Dunaway, Peter Finch, William Holden, Robert Duvall.

No canal de televisão UBS, Howard Beale é um apresentador que surta ao vivo após ser informado da sua demissão; Diana Christensen é uma executiva gananciosa que não mede esforços para atingir os seus objetivos (grande audiência); e por fim Max Schumacher, diretor da área jornalística testemunha e se torna vítima dos desvarios de Howard e Diana.

A obra-prima de Sidney Lumet é um filme atemporal pois vai além da crítica sobre a manipulação midiática sobre a sociedade - aborda um mundo dominado pelo dinheiro, especialmente o político (até radicais políticos revolucionários de esquerda entram na onda). Com uma direção segura, Lumet conduz com tintas realistas a mudança de valores no setor jornalístico: o estilo velho do correto Max versus a novidade representada pela predadora Diana (uma típica workaholic, obcecada pelo trabalho e vazia na vida pessoal). E o filme se beneficia com o fantaástico roteiro de Paddy Chayefsky - que ainda criou muitos diálogos cheio de metalinguagem (para uma obra calcada no real acho uma tremenda ousadia). E o elenco arrebenta especialmente o casal Faye Dunaway e William Holden. Rede de Intrigas completa 40 anos, mas o mundo continua, infelizmente, um balcão de negócios escuso, ilícito e amoral.

Entre Nós

(Brasil, 2013)
Direção: Paulo Morelli
Elenco: Caio Blat, Maria Ribeiro, Carolina Dieckmann, Júlio Andrade.

O peso do tempo. Com o passar dos anos, o homem acumula vitórias, fracassos, sonhos frustrados, desejos correspondidos. O tempo do peso. Um momento que tragédias pessoais, escolhas precipitadas assombram, entristecem as nossas vidas marcando seus ordinários destinos.

A reflexão citada acima se encaixa no bonito filme brasileiro Entre Nós - que relata o encontro de sete jovens amigos intelectuais em um sítio no ano de 1992; e salta no tempo dez anos depois quando os mesmos se reencontram no mesmo lugar - exceto um que morreu em um acidente de carro no primeiro encontro - uma tragédia que ainda marca as suas vidas.

Com uma produção impecável, o filme chama atenção pela sensível trilha sonora de Beto Villares, e o elenco está ótimo em que até atores medianos como Paulo Vilhena e Carolina Dieckmann surpreendem. Uma singela obra sobre maturidade, amizade e o que o tempo faz sobre as nossas vidas.