sábado, fevereiro 25, 2017

Destaque nos cinemas

ESTRELAS ALÉM DO TEMPO
(Hidden Figures, EUA, 2016) de Theodore Melfi
Drama. Os desafios de três mulheres negras que tiveram papel importante no sucesso do projeto espacial dos EUA.





JACKIE
(EUA/França/Chile, 2016) de Pablo Larrain
Drama. Relato do difícil momento em que a primeira dama dos EUA, Jackie Kennedy, teve que viver após o assassinato do marido.






A QUALQUER CUSTO
(Hell or High Water, EUA, 2016) de David Mackenzie
Drama. Dois irmãos investem em assaltar bancos para dar um futuro melhor a sua família.





A CIDADE ONDE ENVELHEÇO
(Brasil/Portugal, 2016) de Marília Rocha
Drama. Duas portuguesas investem em morar no Brasil e juntas percebem que são mais parecidas que nunca.






TONI ERDMANN
(Alemanha/Áustria, 2016) de Maren Ade
Drama. Pai excêntrico decide visitar a filha pois suspeita que a mesma perdeu o senso de humor.





LION - UMA JORNADA PARA CASA
(Austrália/EUA/Inglaterra, 2016) de Garth Davis
Drama. Adotado por uma família australiana, jovem retorna a Índia em busca de suas origens.






UM HOMEM CHAMADO OVE
(En man som heter Ove, Suécia, 2015) de Hannes Holm
Comédia. Após a morte da esposa, homem rabugento decide se matar, mas antes ele tem que resolver pendências que surgiram na última hora.




MOONLIGHT; SOB A LUZ DO LUAR
(EUA, 2016) de Barry Jenkins
Drama. Mesmo convivendo em um bairro violento e sem futuro, homem busca dignidade e respostas sobre os anseios que lhe atormentam.

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

MATE-ME POR FAVOR
(Brasil/Argentina, 2015) de Anita Rocha da Silveira
Drama. Jovem que vive num bairro carioca tem a sua rotina alterada em conta dos ataques de um psicopata na região.

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Oscar 2017

Após a grande polêmica no Oscar 2016 em virtude de artistas negros e outras etnias terem sido excluídas nas indicações, a edição 2017 bateu recorde de atores negros indicados, 05 - e com reais chances de vitórias - e ainda impulsionou filmes como Um Limite Entre Nós, Estrelas Além do Tempo e Moonlight: Sob a Luz do Luar. No entanto, a festa tem dono: o musical La La Land: Cantando Estações. Desde do Festival de Veneza que o filme de Damien Chazelle vem causando frisson e a crítica se derreteu toda a ponto da Academia indicá-lo a 14 prêmios (um exagero). Por outro lado, o grande perdedor foi a bela ficção cientifica A Chegada que foi esnobado em categorias consideradas certas como efeitos visuais, trilha sonora e atriz para Amy Adams (um absurdo). E falando em melhor atriz, o discurso anti-Trump de Meryl Streep fez efeito e a dama do cinema americano abocanhou a sua 20ª indicação. E a Academia não gosta mesmo de Xavier Dolan - um dos favoritos ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o canadense É Apenas o Fim do Mundo caiu fora, polarizando a briga entre o iraniano O Apartamento (o favorito) e o alemão Toni Erdmann. Uma pena constatar que o brasileiro Aquarius poderia ter entrado com folga na lista. E por fim, vale lembrar que a "grande surpresa" de 2016, Deadpool, foi totalmente esquecido e não recebeu nenhuma indicação, diferente dos prêmios dos sindicatos - sinceramente eis uma conclusão que concordo com a Academia.

A CHEGADA
Quem diria que o grande filme de 2016 seria uma tocante, singela e simples ficção cientifica que apresenta temas tão caro ao gênero como o luto e a finitude da vida. Mais um belo trabalho do melhor cineasta de Hollywood do momento, um canadense que sabe casar o entretenimento com reflexão. Pena que as suas limitadas 08 indicações representa que o seu poder de fogo na cerimonia do Oscar poderá se transformar em uma fagulha, mas mesmo assim tem alguma chance para vencer nas categorias de roteiro adaptado, edição de som e mixagem de som.

A QUALQUER CUSTO
Despontado no último Festival de Cannes, o novo filme de David Mackenzie é lembrado por mostrar mais um trabalho de primeira do roteirista Taylor Sheridan que bebe muito do clássico Onde os Fracos Não Tem Vez e realiza o que os críticos chamam de neo-western - em que o sistema bancário é o grande vilão da estoria num país cada vez mais desencantado, e desigual socialmente. Com 04 indicações, o filme provavelmente não ganhará nada.

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM
Representando o filme de guerra, um gênero que a Academia adora, Até o Último Homem também significa o renascer das cinzas do antigo astro Mel Gibson que virou persona non grata nos últimos 10 anos em conta de sua atribulada vida pessoal (violência doméstica, alcoolismo). Tudo isso e as boas criticas que o filme recebeu - desculpe a sinceridade - O Resgate do Soldado Ryan com pegada cristã conquistou as surpreendentes 06 indicações, e ainda por cima é o favorito na categoria edição de som (um ótimo trabalho por sinal).

ESTRELAS ALÉM DO TEMPO
Sucesso de bilheteria, esse drama agridoce bem inofensivo agrada num ano que a Academia passou sufoco pelo boicote dos atores negros na última cerimônia. e lembrar Estrelas Além do Tempo é uma forma de pedir desculpas. Com 03 indicações, o filme de Theodore Melfi tem poucas chances de vitória.



LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES
Los Angeles. Cinema. Jazz. La La Land: Cantando Estações junta tudo isso e se transforma num produto tipico que a Academia ama - e sejamos francos, o diretor Damien Chazelle mereceu reconhecimento pelo seu brilhante trabalho anterior, Wiplash: Em Busca da Perfeição, e o Oscar parece que quer buscar justiça com o seu último filme. E alguém duvida quem vai fazer a farra na cerimônia na edição mais previsível dos últimos anos? Com 14 indicações, é o grande favorito para melhor filme, direção, roteiro original, direção de arte, fotografia, edição, canção, trilha sonora e mixagem de som.

LION: UMA JORNADA PARA CASA
Representando o clássico dramalhão, a obra que vem lá de longe, Austrália pra ser exato, agradou a Academia com o seu enredo multicultural mas que será lembrado por uma surpreendente atuação de Nicole Kidman num papel bem atípico. Com 06 indicações, o filme sairá de mãos abanando na entrega do Oscar.





MANCHESTER À BEIRA-MAR
Desde da sua estreia no Festival de Sundance, o novo filme de Kenneth Lonnegan arrancou críticas consagradoras graças a um bom roteiro e um elenco afiado com destaque para um surpreendente Casey Affleck em um papel exigente e dolorido. Com todo esse pedigree o filme não perdeu força, e com o passar do ano sempre presente na lista dos melhores do ano. Resultado? As 06 indicações que o filme recebeu, e ainda é o grande favorito a de melhor ator, além de ter chance na de roteiro original.

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR
O grande favorito da crítica, Moonlight: Sob a Luz do Luar é uma obra forte que vai além do tema preconceito e racismo. Autoconhecimento e a busca por questionamentos existenciais tornam o debut de Barry Jenkins em um verdadeiro achado, que criou uma bela palheta de cores e sons ao dar vida aos anseios do personagem principal chamado Black. Com 08 indicações, tem reais chances de vitória nas categorias de melhor roteiro adaptado e ator coadjuvante.


UM LIMITE ENTRE NÓS
Adaptado pelo próprio Denzel Washington para as telas, o filme não faz questão de esconder a origem teatral (o que para muitos é um ponto negativo da obra) mas no entanto deixa intacto o show de interpretação do elenco ao abordar temas tão humanos como conflitos familiares e sonhos virados em cinzas. Com 04 indicações, é o favorito para ganhar o de melhor atriz coadjuvante.

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Capitão Fantástico

(Captain Fantastic, EUA, 2016)
Direção: Matt Ross
Elenco: Viggo Mortensen, George MacKay, Frank Langella, Steven Zahn.

O novo filme de Matt Ross é muito parecido com o excelente Pequena Miss Sunshine. Capitão Fantástico é um road-movie em que uma família nada convencional anda pelas estradas com a missão de ir ao enterro da matriarca. E nas andanças mostra a busca para que as crianças da família não percam a sua identidade perante a uma cultura cada vez mais ignorante - uma crítica que com certeza rompe barreiras atualmente. Unindo com muita eficiência drama e humor não há como não se encantar pela estória e o amor que o pai tem de tornar as suas crias em seres independentes, fortes, inteligentes e politizados. E falando em pai, o filme é todo de Viggo Mortensen que está excelente no filme e merece todas as críticas que vem recebendo. Também gostei do roteiro por alfinetar a atual onda conservadora e protecionista que assombra o mundo todo - um ambiente cada vez mais nocivo para quem quer sair do marasmo e ver o planeta de outra forma, e buscar a sua individualidade.

domingo, fevereiro 05, 2017

Animais Noturnos

(Nocturnal Animals, EUA, 2016)
Direção: Tom Ford
Elenco: Amy Adams, Jake Gynlhenhal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson.

Depois de se aventurar num drama com pinceladas românticas em Direito de Amar, Tom Ford se arrisca em mais um drama romântico (de novo!) mas com uma pegada de suspense cheia de metalinguagem em Animais Noturnos - e em ambos a parte técnica se destaca mais diante de um roteiro e direção que por momentos se torna vazio, sem vida. E olha que o filme narra três estórias que refletem a turbulenta relação entre Susan e Tony; ela uma dona de uma galeria de arte pra lá de blasé, e ele um escritor que escreve um livro violento dedicado a amada. Com um belo visual, o diretor tinha potencial para reverenciar David Lynch ou Brian De Palma, mas o tiro foi pela culatra; o que dá certo quando mostra o enredo do livro sobre o ponto de vista de Susan - em que brilham Michael Shanon e especialmente Aaron Taylor-Johnson que surpreende como o vilão. No entanto, na enfadonha vida pessoal de Susan, o diretor usa e abusa de caras e bocas de uma ultra-glamorosa-chique Amy Adams em um trabalho sem total despropósito - e olha que estou me referindo a uma baita atriz que aqui demonstra um talento desperdiçado. E no fim fica a impressão que Animais Noturnos é uma obra que gira em torno de pessoas chatas mas com um grande senso de imaginação.

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Um Cadáver Para Sobreviver

(Swiss Army Man, EUA, 2016)
Direção: Dan Kwan e Daniel Scheinert
Elenco: Paul Dano, Daniel Radcliff, Mary Elizabeth Winstead, Antonia Ribero.

Filmes calcados no absurdo e surrealismo geralmente causam incômodo a um público mais desavisado - e no "moderninho" indie americano Um Cadáver Para Sobreviver não é diferente. Porém o seu primeiro grande obstáculo é a escatologia e o humor absurdamente chulo; flatulência e pênis ereto é rotina na sua curta duração. Mesmo com todos os ingredientes capazes de gerar extremo desconforto  (o que de fato acontece particularmente no seu início), o primeiro filme dos diretores Dan Kwan e Daniel Scheinert surpreende ao criar uma alegoria a respeito da amizade entre um jovem perdido e um defunto - e dessa relação expiar um rapaz que se desiludiu com a sua vida vazia sem amigos, sem namorada e ainda  dominada por uma mãe que já morreu faz tempo. Diante de um humor que fatalmente poderia cair no grotesco do começo ao fim, Um Cadáver Para Sobreviver "sobrevive" por se levar a sério - e a dupla Paul Dano e Daniel Radcliff demonstram que gostam de se arriscar e exibe uma ótima sintonia. Uma boa surpresa.