Destaque nos cinemas

ESTRELAS DE CINEMA NUNCA MORREM
(Film Stars Don´t Die in Liverpool, Inglaterra, 2017) de Paul McGuigan
Drama. Uma singela estoria de amor entre um jovem ator amador e uma veterana estrela de Hollywood.

O PARQUE
(Le Parc, França, 2016) de Damien Manivel
Drama. Dois jovens marcam um encontro em um parque e descobrem uma afinidade imediata.

ESPLENDOR
(Hikari, Japão/França, 2017) de Naomi Kawase
Drama. Jovem que trabalha em adaptações literárias para deficientes visuais conhece uma fotografa que esta perdendo a visão.

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

O ARTISTA DO DESASTRE
(The Disaster Artist, EUA, 2017) de James Franco
Comédia. Dois artista esnobados em Hollywood juntam forças para realizar uma obra-prima cinematográfica.

PROJETO FLORIDA
(The Florida Project, EUA, 2017) de Sean Baker
Drama. Garota e sua mãe inconsequente vivem aos trancos e barrancos ao lado da Disneylândia.

STAR WARS: EPISODIO VIII - O ULTIMO JEDI
(Star Wars: The Last Jedi, EUA, 2017) de Rian Johnson
Fantasia. A garota Rey dá os seus primeiros passos para ser uma jedi e lutar contra as forças do Império.

Tela Super8: Farinelli

Em meados do século XVIII, era comum castrar os cantores de ópera para que os mesmos atingisse a perfeição vocal. Esse enredo real é relatado no bonito filme Farinelli (Bélgica/Itália/França, 1994) de Gerard Corbiau, E não é difícil de se emocionar com a musica Lascia Ch´io Pianga

Uma Mulher Fantástica

(Una Mujer Fantástica, Chile/Espanha/EUA/Alemanha, 2017)
Direção: Sebastián Lelio
Elenco: Daniela Vega, Francisco Reyes, Luis Gnecco, Aline Kuppenheim.

Marina e Orlando aparentemente vivem uma relação amorosa comum até que Orlando morre de causas naturais - o que bastaria para Marina entrar em uma profunda tristeza. Mas o luto é o de menos quando a mesma é obrigada a encarar um velho conhecido: o preconceito por ser transexual.

Com uma sensibilidade singular (e uns toques de Buñuel), o diretor Sebastián Lelio foge de todas as armadilhas em transformar Marina em uma coitada, e a torna uma pessoa totalmente consciente e lúcida sobre a sua identidade; o filme usa e abusa de reflexos e espelhos e até mesmo as canções retratam a constante luta da personagem em mostrar o que sempre foi: uma mulher. E por falar em música, a trilha sonora de Matthew Hebert é interessante pela leveza recordando Danny Elfman. Mas não se pode falar do filme sem mencionar a impressionante atuação de Daniela Vega, que atua com garra uma mulher forte, e que precisa ser mais incisiva ao encarar a família do amado. Assim, Marina é um símbolo que não é ela que tem problemas, mas sim uma grande parcela da sociedade que é hipócrita e machista (e incluindo algumas mulheres nesse pacote lamentavelmente).

Trama Fantasma

(Phantom Thread, EUA, 2017)
Direção: Paul Thomas Anderson
Elenco: Daniel Day-Lewis, Vicky Krieps, Lesley Manville, Brian Gleeson

Se no início de sua carreira, Paul Thomas Anderson tinha como referência Martin Scorsese e Robert Altman; em Trama Fantasma, o diretor americano vai parar na Inglaterra dos anos 50, e realiza uma obra convencional mas surpreendentemente elegante e classudo a ponto de deixar o mestre inglês David Lean de sorriso largo. Com um design impecável, cada tomada é um colírio para os olhos. Destaca-se a bela trilha sonora de Jonny Greenwood que recorda o grande John Barry. E com um roteiro inteligente e bem amarrado, Trama Fantasma retrata Reynolds Woodcock, um homem dominador que não tem consciência que no fundo só consegue lidar emocionalmente com mulheres de caráter forte como a sua irmã Cyril, e sua musa e amante chamada Alma. E mesmo que Daniel Day-Lewis faça um show de interpretação, são as desconhecidas Vicky Krieps e Lesley Manville que roubam a cena e não se intimidam com a persona do grande ator, reforçando a segurança e competência do diretor. Sem dúvida nenhuma uma das grandes e gratas surpresas do ano.

Três Anúncios Para um Crime

(Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, EUA/Inglaterra, 2017)
Direção: Martin McDonagh
Elenco: Frances McDormand, Sam Rockwell, Woody Harrelson, Caled Landry Jones.

Após um hiato de 05 anos após o fracasso de Sete Psicopatas e um Shin Tzun, o diretor inglês Martin McDonagh retorna em grande estilo com Três Anúncios Para um Crime, e cria instantaneamente um clássico. Se ele ganhou notoriedade por Na Mira do Chefe (2008) por recordar Tarantino; em Três Anúncios Para um Crime, o diretor bebe da fonte dos irmãos Coen (Fargo vem a mente com facilidade) e retrata um EUA misógino, racista...e imbecil. Com um roteiro espetacular, McDonagh vai além dos irmãos Coen ao injetar camadas em seus personagens reservando ótimas surpresas na narrativa através de uma edição calculista. Nota-se que o diretor deve ter levado um bom tempo para escrever essa maravilha, o que valeu a pena - faz algum tempo que não via um roteiro tão bom nas telas. Mas a luta da mãe Mildred Haynes contra o sistema para buscar justiça não seria a mesma sem um elenco inspirado. E o trio Frances McDormand, Sam Rockwell e Woody Harrelson estão em estado de graça. Também destaco a ótima atuação da desconhecida Sandy Martin como a mãe do oficial Jason, que em poucos minutos consegue mostrar o melhor e o pior lado de uma mãe com uma naturalidade impressionante. O diretor acerta em cheio ao realizar uma obra que vai além de cutucar o preconceito; ele instigue a lutar pelos direitos. Uma obra fundamental nos dias de hoje.