domingo, dezembro 25, 2016

Nota do Blog

Chega o mês de dezembro, e com ele o ano se termina. E diante deste clima de despedida, o blog Super8 agradece aos visitantes pelos acessos no decorrer do ano; e que em 2017 o trabalho continua firme e forte - além de celebrar os 10 anos de aniversário do blog - o tempo passa rápido, voando mesmo. E como é tradição no blog, a última postagem é um vídeo de espírito natalino - e vasculhando o Youtube descubro uma raridade: Nelson Gonçalves cantando música de natal em uma montagem de filmes natalinos.

FELIZ NATAL
E UM ÓTIMO ANO NOVO PARA TODOS 


terça-feira, dezembro 20, 2016

Destaque nos cinemas

NERUDA
(Chile/Argentina/EUA/França, 2016) de Pablo Larrain
Drama. Inspetor da polícia investiga se o famoso escritor chileno tem envolvimento com os comunistas.



ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS
(Rogue One: A Star Wars Story, EUA, 2016) de Gareth Edwards
Fantasia. Rebeldes tentam roubar os planos da Estrela da Morta para combater a ascensão do Império Galáctico.



SIERANEVADA
(Romênia/França, 2016) de Cristi Puiu
Drama. No aniversario de morto de um patriarca, membros se reúnem e discutem suas vidas.



CAPITÃO FANTÁSTICO
(Captain Fantastic, EUA, 2016) de Matt Ross
Comédia. Após viverem de forma rústica e primitiva, pai e filhos são obrigados a se mudar para uma cidade - e o choque de realidade é inevitável.



ANIMAIS NOTURNOS
(Noctunal Animals, EUA, 2016) de Tom Ford
Suspense. Mulher recebe um livro escrito por seu ex-marido e lembranças do seu atormentado passado volta a tona.

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

BOI NEON
(Brasil, 2016) de Gabriel Mascaro
Drama. Jovem que trabalha nas vaquejadas batalha para realizar o desejo de ser estilista de moda.


JOVENS, LOUCOS E MAIS REBELDES
(Everybody Wants Some!!, EUA, 2016) de Richard Linklater
Comédia. No iicio dos anos 80, grupo de rapazes esportivas tem as suas primeiras experiências de vida ao ingressarem na universidade.




O ROUBO DA TAÇA
(Brasil, 2016) de Caito Ortiz
Comédia. Homem tem uma brilhante ideia para acabar com as suas dívidas: roubar a taça Jules Rimet, do tricampeonato da copa do mundo de 1970.

JULIETA
(Espanha, 2016) de Pedro Almodóvar
Drama. Ao receber notícia de sua filha desaparecida, mãe recorda o seu próprio passado.



MÃE SÓ HÁ UMA
(Brasil, 2016) de Anna Muylaert
Drama. Ao descobrir que foi roubado dos pais legítimos na maternidade, jovem sofre crise de identidade.



AQUARIUS
(Brasil, 2016) de Kleber Mendonça Filho
Drama. Por causa da especulação imobiliária, jornalista aposentada é constantemente pressionada a vender o seu apartamento.

sábado, dezembro 10, 2016

A Chegada

(Arrival, EUA, 2016)
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg.

Denis Villeneuve é o cara. A cada filme que faz surpreende pela diversidade de gênero, e total domínio na narrativa. E em A Chegada, o diretor usa a ficção científica como uma crítica ao militarismo sem noção; que busca no conflito uma solução a respeito da invasão alienígena. Mas o que impera mesmo no filme é a dor pessoal da professora de linguística Dr. Louise Banks (uma bela atuação de Amy Adams) contratada pelos militares para desvendar o motivo da visita inesperada mas que carrega todo dia a morte da sua filha.
Com muita calma (o que pode afugentar o público atual habituado a um ritmo incessante), o filme aborda questões existenciais com muita sensibilidade e uma segurança incrível (luto; a vida como um ciclo em que tudo tem um início e um fim) - numa rota totalmente diferente do seu parente distante Interestelar que usa e abusa da pirotecnia visual e narrativo. Até nos efeitos visuais o filme é econômico mas muito bem-feito. Vale destacar a ótima trilha sonora de Jóhann Johannsson, um mestre da música climática e orgânica. Como ficção científica, A Chegada é um contundente drama a respeito da nossa finitude. Contar mais seria estragar as emoções que o filme reserva.

segunda-feira, dezembro 05, 2016

Carrie - A Estranha

(Carrie, EUA, 1976)
Direção: Brian De Palma
Elenco: Sissy Spacek, Piper Laurie, Amy Irving, William Katt.

Carie - A Estranha representa a primeira adaptação cinematográfica do mestre do terror Stephen King, e também é considerado o primeiro grande trabalho de um outro mestre, o do suspense Brian De Palma. Foi aqui que o diretor encontrou terreno perfeito para explorar os seus maneirismos de forma plena: câmera lenta, telas divididas, longas tomadas, a dramática trilha sonora de Pino Donaggio. E pra completar, tem a inesquecível atuação de Sissy Spacek como a inocente e delicada Carrie, uma estudante pura e ingênua que sofre nas mãos de uma mãe religiosa perturbada, e de suas colegas de escola ávidas por vingança após receberem um castigo por tratarem mal a Carrie.
Ao meu ver esse conto de horror continua atualíssimo não por falar somente do bullying mas sim a luta de uma garota que deseja um lugar ao sol diante de um mundo cada vez mais desumano, vide a hipocrisia das mulheres, do narcisismo dos homens, e da religiosidade ignorante e castradora. E é uma maravilha constatar que a incrível cena do baile continua uma aula de tensão que só a visão do De Palma poderia contemplar. Filmão.

quinta-feira, dezembro 01, 2016

Paraisos Artificiais

(Brasil, 2012)
Direção: Marcos Prado
Elenco: Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, Bernardo Melo Barreto.

Érika e Nando tem o destino cruzados. Enquanto ela larga o Brasil (e um passado conturbado) para viver com sucesso a carreira de DJ na Holanda; ele é um filhinho de papai sem lenço e sem documento que decide "curtir a vida" em Amsterdã. Ao contar uma estória de jovens em busca de um sentido em suas vidas (e arcando as consequências de suas humanas decisões), o diretor Marcos Prado (documentarista em sua primeira ficção) teve em mãos uma ótima produção, com destaque as cenas das raves. Em compensação, a obra não foi feliz ao explorar as angústias de seus personagens, expostas de uma forma bastante superficial e fraca através de uma montagem frouxa que vai e vem no tempo. O elenco também não ajuda muito - as vezes tem a impressão que o diretor manipulou os ângulos da câmera e montagem para extrair uma melhor performance, mas gostei da atuação de Nathalia Dill como Érika, a personagem mais rica do enredo - mas não o suficiente para salvar o filme.

sexta-feira, novembro 25, 2016

Destaque nos cinemas

DOUTOR ESTRANHO
(Doctor Stranger, EUA, 2016) de Scott Derrickson
Fantasia. Cirurgião desfigurado ganha uma segunda chance com o objetivo de se tornar o Mago Supremo.


O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO
(The Birth of a Nation, EUA, 2016) de Nate Parker
Drama. Biografia de um jovem que liberou, e sofreu as consequências, de uma rebelião de negros no século 19 nos EUA.



SNOWDEN - HERÓI OU TRAIDOR
(Snowden, EUA/Alemanha, 2016) de Oliver Stone
Drama. Funcionário da CIA expõe ao mundo que a referida organização utiliza métodos que invadem a privacidade das pessoas.


ELLE
(França/Alemanha, 2016) de Paul Vehoeven
Suspense. Após ser estuprada, fria mulher de negócios decide - particularmente - caçar o seu algoz.




A CHEGADA
(Arrival, EUA, 2016) de Denis Villeneuve
Ficção cientifica. Linguista é designada pelos militares a se comunicar com seres alienígenas que se encontram em 12 pontos do planeta.



É APENAS O FIM DO MUNDO
(Just la fin du Monde, Canadá/França, 2016) de Xavier Dolan
Drama. Após um longo tempo sem se verem, escritor decide se encontrar com a sua família para informar que tem uma doença terminal.

domingo, novembro 20, 2016

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

NEGÓCIOS DA ARÁBIA
(A Hologram for the King, EUA/Inglaterra/Alemanha, 2016) de Tom Tykwer
Drama. Americano falido decide ir a Arábia Saudita com a intenção de vender uma ideia a um monarca da região.


INVOCAÇÃO DO MAL 2
(The Conjuring, EUA, 2016) de James Wan
Terror. Famoso casal demonologista investigarão estranhos acontecimentos que assombram uma família em Londres.



JULIETA
(Espanha, 2016) de Pedro Almodovar
Drama. Mãe revisita o passado para entender o estranho sumiço de sua filha.

terça-feira, novembro 15, 2016

Tela Super8: Simon & Garfunkel - "El Condor Pasa (If I Could)"

É preciso se perder para se encontrar. Este dilema tão essencial da personagem Cheryl vivido com garra por Reese Witherspoon que se transforma na combustão no bonito filme Livre (Wild, EUA, 2014) de Jean-Marc Vallée. E como um jogo de memórias e sentimentos, o cineasta canadense usa com inteligência muitas músicas na jornada de Cheryl, com destaque para a bela canção dos anos 70 da dupla Simon & Garfunkel, "El Condor Passa (If I Could)".



quinta-feira, novembro 10, 2016

Hush - A Morte Ouvi

(EUA, 2016)
Direção: Mike Flanagan
Elenco: Kate Siegel, John Gallaguer Jr., Michael Trucco, Samantha Sloyan.

Em 2016 o diretor Mike Flanagan demonstrou fôlego em realizar três filmes - todos na linha suspense ou terror. E Hush - A Morte Ouvi é um deles. Enredo: mulher surda e muda, que vive isolada numa casa no meio do nada, é assediada por um psicopata. Diante desse fiapo de estória, infelizmente o diretor não foi criativo (como o interessante O Espelho) e realiza um típico filme jogo de gato e rato, bem Supercine para ser específico. Esperava que a obra usasse com inteligência a deficiência da personagem - e também recursos audiovisuais - para escapar da sina. Só que não. Assim, o filme não fede e não cheira, e entrega uma banal luta; pelo menos a sua duração é curtíssima, 80 minutos. Indicado para aqueles dias necessários para desligar o cérebro.

sábado, novembro 05, 2016

Jurassic Park - Parque dos Dinossauros

(Jurassic Park, EUA, 1993)
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Sam Nell, Laura Dern, Richard Attenborough, Jeff Goldblum.

Tem cineasta que quando envelhece dá sinais que perdeu a mão, e as vezes até a realidade. Infelizmente Steven Spielberg entra nesse rol em conta dos seus últimos filmes, no qual ele abraça o politicamente correto - o seu cinema atual dá voz a ternura, aos bons sentimentos. Não é de estranhar que os seus filmes não atraem o público e a critica como outrora. E Jurassic Park representa aquele Spielberg que a gente conhece tão bem. O grande campeão de bilheteria de 1993 - que assombrou pelos efeitos visuais inédito na época - ficou datado na forma que explora o quesito ético científico (cientista dando uma de Deus não é novidade), mas o filme ganha um grande fôlego quando os personagens lutam para sobreviver dos dinossauros que escaparam do seu espaço, melhor, cercado. Com um ritmo incessante, e um suspense bem construido, Spielberg mostra domínio criando a sensação de uma montanha russa desgovernado. Com uma ótima produção, destaque a boa trilha sonora do mestre John Willians, Jurassic Park se transformou no último grande filme pipoca do diretor, completando 23 anos.

terça-feira, novembro 01, 2016

Parceiros da Noite

(Cruising, EUA, 1980)
Direção: William Friedkin
Elenco: Al Pacino, Paul Sorvino, Karen Allen, Richard Cox.

William Friedkin sempre foi um diretor ousado. Seus filmes tem o hábito de jogar pesado com o público, como o mais famoso deles: O Exorcista (1973). No entanto, o seu filme mais polêmico e controverso continua sendo Parceiros da Noite. Desde do inicio de sua produção todo mundo chiou - especialmente os homossexuais, pois o filme aborda o submundo gay com uma visão chocante (e de certo modo suja). De forma crua e realista, o filme aborda o ponto de vista de um policial hétero que é designado a descobrir a identidade de um psicopata que mata gays. Com uma linguagem tão incômoda e sem tratamento e filtro, Friedkin escancara o estilo de vida gay, e realiza uma obra indigesta. Mas o filme tem duas cartas na manga que o faz ser comentado até hoje: o astro Al Pacino ter aceito fazer o papel principal, uma demonstração de coragem até para os dias de hoje (um bom trabalho, e por incrível que pareça, uma interpretação mais contida; esperava algo mais explosivo); e o seu inesperado final aberto. E de filme de investigação, a obra acaba embarcando para um estudo de personagem em que a persona de Pacino, Steve Burns, é mais complexo que a gente imagina. Não é o melhor trabalho do diretor (adoro Possuídos) mas pelo menos o mesmo sabe como poucos a chacoalhar um cinema tão careta e conservador que é o cinema americano.

terça-feira, outubro 25, 2016

Destaque nos cinemas

CEGONHAS - A HISTÓRIA QUE NÃO TE CONTARAM
(Storks, EUA, 2016) de Nicholas Stoller e Doug Sweetland
Animação. Cegonha tem que se virar após uma confusão na entrega de um bebê.




O LAR DAS CRIANÇAS PECULIARES
(Miss Peregrine´s Home for Peculiar Children, EUA/Inglaterra, 2016) de Tim Burton
Fantasia. Garoto descobre um novo mágico mas terá que lidar com as consequências perigosas desse inusitado ambiente.


JOVENS, LOUCOS E MAIS REBELDES!!
(Everybody Wants Some!!, EUA, 2016) de Richard Linklater
Comédia. Os encantos e desencantos da vida sob o ponto de vista de jovens esportistas no início dos anos 80.

quinta-feira, outubro 20, 2016

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

AGNUS DEI
(Les Innocentes, França/Polônia, 2016) de Anne Fontaine
Drama. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, estagiária da Cruz Vermelha fica estarrecida com o que aconteceu em um convento de freiras.





O VALOR DE UM HOMEM
(La Loi du Marche, França, 2015) de Stéphane Brizé
Drama. Depois de um longo tempo desempregado, senhor enfrenta dilemas morais no seu novo posto de trabalho.

sábado, outubro 15, 2016

Tela Super8: O Candelabro Italiano

Ah! a Itália com a sua Veneza, Florença, Toscana, Roma e etc. E nesse clima, Hollywood criou o romântico O Candelabro Italiano (Rome Adveture, EUA, 1962) de Delmes Davies. E um dos pontos alto da obra é a musica "Al Di La" de Peppino Di Capri, canção que aqui e acolá embala corações apaixonados.


segunda-feira, outubro 10, 2016

Seis Graus de Separação

(Six Degrees of Separation, EUA, 1993)
Direção: Fred Schepisi
Elenco: Donald Sutherland, Stockard Channing, Will Smith, Bruce Davison

Excelente trabalho do diretor australiano Fred Schepisi na adaptação da peça teatral de John Guare (responsável pelo ótimo roteiro). Falando de sonhos não realizados e manipulação sob o ponto de vista da classe alta de Nova Iorque, Seis Graus de Separação conta a estória de um casal rico que recebe uma inesperada visita de um colega de um dos seus filhos (e que diz ser filho do ator mítico americano Sidney Poitier), e que se encanta pela classe e inteligência do rapaz...até descobrir que o mesmo é uma farsa. Com uma bela trilha sonora do mestre Jerry Goldsmith, o destaque vai para o elenco afiado em que Stockard Channing brilha mas é Will Smith que se mostra um monstro na tela esbanjando charme e carisma surpreendente como estudante charlatão. Um ótimo filme que chama a atenção por tirar o estereótipo do casal da classe alta que tem as suas vidas alteradas quando conhecem um rapaz que tenta entrar nesse universo, e que os fazem refletir que as aparências são mais interessantes que a realidade.

quarta-feira, outubro 05, 2016

Aquarius

(Brasil, 2016)
Direção: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Sonia Braga, Irandhir Santos, Humberto Carrão, Maeve Jinkings

Dando continuidade ao ótimo O Som ao Redor (2012), o diretor Kleber Mendonça Filho continua afiado e expande os temas explorados na sua obra anterior, as relações sociais do Brasil atual (e extremamente urbano) e vai fundo a respeito da memória (a linda abertura recordando uma festa em 1980), solidão, e por último a especulação imobiliária (que ganhou conotação política óbvia com o cenário político de 2016). E diante de uma gama de temas, o diretor fez vários filmes em um só (dividido em três partes) o que de início causa um estranhamento mas depois as coisas vão fluindo, mostrando um amadurecimento impressionante do artista citado. A primeira parte é uma crônica social; a segunda parte embarca para a solidão soturna; e a última parte a via Crucis da personagem principal, Clara, uma jornalista aposentada e única residente de um decadente prédio chamado Aquarius que é constantemente assediada por uma construtora que precisa que a mesma saia do prédio para a realização de um novo empreendimento no local.
Com unhas e dentes, Sonia Braga volta com tudo em uma das personagens mais fortes que o cinema brasileiro criou nos últimos tempos: viúva, vitima de um câncer de mama (o que assusta os homens na hora de arranjar uma relação), o papel de mãe e avó, e no fim ainda tem um espaço na agenda para brigar com a construtora que inferniza a sua vida. E o diretor ainda tem tempo para cutucar a tudo e a todos sobre a "nova" classe média brasileira - o empoderamento da elite (todo mundo tem ligação com alguém influente ampliando o controle em vários meios), a relação patrão e empregado ("nós exploramos as empregadas domésticas, e elas nos roubam" diz uma parente de Clara, e a emancipação feminina (diferentes dos filhos homens, a única filha de Clara, pertencente a nova geração, ao invés de apoiar a independência e a atitude da mãe, critica a sua postura demonstrando um certo conservadorismo). No fim o diretor faz um belo trabalho que expõe os velhos vícios da nossa sociedade mas ainda assim é capaz de mostrar um povo que continua a seguir em frente diante das dificuldades - e isso fica bem registrado na ótima trilha sonora.

sábado, outubro 01, 2016

O Pântano

(La Ciénaga, Argentina/Espanha/França, 2001)
Direção: Lucrecia Martel
Elenco: Graciela Borges, Mercedes Móran, Sylvia Bayle, Martín Adjemián

O cinema argentino é sempre lembrado pelos melodramas bem conduzidos - uma característica bem latina. Mas o filme O Pântano vai na contramão, e com uma pegada mais fria, e uma montagem solta, atípica, expõe uma família classe média típica argentina que vive (ou só está passando o carnaval) em um sítio em meados dos anos 90. Recordando o estilo Robert Altman, a diretora Lucrecia Martel exibe uma família que não perde a arrogância do seu status social diante de um abismo que separa pais possessivos (e distantes sem perder a pompa) e filhos mimados sem perspectiva, uma relação que deixa feridas/cicatrizes - a começar pela mãe que se machuca com os cacos de vidro quebrado no início da obra. E ainda alfineta o preconceito vide classes sociais e da relação com os descendentes indígenas. O Pântano não é uma obra fácil - de fato é mais perturbador e incômodo - mas ganha força ao alfinetar as relações familiares e sociais; uma realidade que o Brasil conhece muito bem.

domingo, setembro 25, 2016

Destaques nos cinemas

STAR TREK: SEM FRONTEIRAS
(Star Trek Beyond, EUA, 2016) de Justin Lin
Ficção científica. Durante uma missão, a famosa nave Enterprise é atacada por uma espécie alienígena.


AQUARIUS
(Brasil, 2016) de Kleber Mendonça Filho
Drama. Jornalista aposentada é constantemente assediada por uma construtora para vender o seu apartamento.







O ROUBO DA TAÇA
(Brasil, 2016) de Caio Ortiz
Comédia. Para pagar as suas dívidas, homem tem uma grande ideia: roubar a Taça Jules Rimet, prêmio do tricampeonato mundial de futebol do Brasil.



O SILÊNCIO DO CÉU
(Brasil, 2016) de Marco Dutra
Drama. Casal vive um dilema ao encobrir um segredo que ambos compartilham mas que não revelam a si mesmos: o estupro da esposa.

terça-feira, setembro 20, 2016

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

RUA CLOVERFIELD, 10
(10 Cloverfield Lane, EUA, 2016) de Dan Trachtenberg
Suspense. Após um acidente de carro, jovem desperta em uma casa na qual o proprietário afirma que houve um ataque nuclear na região.



AMOR POR DIREITO
(Freeheld, EUA, 2015) de Peter Sollett
Drama. Ao ser diagnosticada com câncer, policial briga na justiça para que a sua companheira tenha o direito a receber os benefícios sociais da categoria.



AVE, CÉSAR!
(Hail, Caesar!, EUA/Inglaterra, 2016) de Ethan e Joel Coen
Comédia. Agente de um famoso ator de Hollywood procura o seu cliente após este ter sido sequestrado por um grupo comunista.

quinta-feira, setembro 15, 2016

Tela Super8: Moulin Rouge - Amor em Vermelho

Com o filme Moulin Rouge - Amor em Vermelho (Moulin Rouge!, Austrália/EUA, 2001) o diretor australiano Baz Lurhmann entregou a obra perfeita para o seu estilo exuberante e barroco que infelizmente até hoje não conseguiu superar (pelo contrário, suas obras posteriores frustraram). E diante de tantas cenas de lindo apuro visual, o ponto alto para mim é a linda versão tango do clássico do The Police "Roxanne".


sábado, setembro 10, 2016

Esquadrão Suicida

(Suicide Squad, EUA, 2016)
Direção: David Ayer
Elenco: Viola Davis, Will Smith, Margot Robbie, Jared Leto.

A Warner não aprendeu com os seus erros. Depois do fracasso Batman vs Superman: A Origem da Justiça, Esquadrão Suicida representaria o seu Phoenix diante dos ótimos trailers. No entanto, o estúdio deu luz a bomba do ano. Com uma montagem a MTV, com muita música em que o enredo é jogado na tela sem nenhuma conexão; e muitas cenas de ação que não empolga ninguém - e que no formato 3D tudo piora em conta da excessiva escuridão. E dá pra acreditar num grupo de vilões...que não são vilões?!? Nem a criançada se espanta com essa galera. Até o Coringa (numa atuação canastrona do péssimo Jared Leto) só é malvado pois adora torturar Arquelina (decepção pois de louca é só uma pobre coitada que precisa ler a Lei Maria da Penha). A melhor coisa do filme é a ótima Viola Davis que faz milagre como Amanda Waller, a criadora do "esquadrão" - a verdadeira vilã do filme e a que realmente mete medo por representar um Estado manipulador e repressivo que obriga os "vilões" a matar algo (uma tal de Bruxa, uma personagem sem eira  e nem beira) que invadiu a cidade. Até nisso o filme não esclarece bem e no fim o público fica perdido. Candidato favorito ao prêmio Framboesa - grande feito de uma produção sem noção e suicida.

segunda-feira, setembro 05, 2016

Julieta

(Espanha, 2016)
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Emma Suárez, Adriana Ugarte, Blanca Parés, Dario Grandinetti

O luto de uma mãe. No clássico Tudo Sobre Minha Mãe, Almodóvar mostra uma mãe querendo reparar os erros do passado após a morte do filho; já no recente Julieta, a personagem título tenta voltar ao passado para descobrir os motivos que levaram a sua filha, Antía, a sumir do mapa. Mesmo não alcançando o nível do filme de 1999, o padrão qualidade do mestre espanhol continua irretocável afinal tem que está muito inspirado para cair no nível da sua penúltima obra, o desastroso Amantes Passageiros (2013). Com uma pegada mais amarga, Almodóvar deixa totalmente de lado o humor e cria um melodrama com tintas escuras que aborda depressão, solidão, o amor condicional de uma mãe pela sua cria, e por último sobre a tolerância. Nesse último tópico o diretor me fez recordar dos últimos acontecimentos na Europa, em que Antía é uma espécie de terrorista sentimental que machuca a todos a sua volta sem pensar nas consequências. Assim, Almodóvar expõe um continente amedrontado pelo aumento do preconceito e da intolerância, e que tenta entender como chegou a esse ponto - da mesma forma encontra-se Julieta, uma mãe que quer desvendar um mistério, entender um mundo tão próximo ao seu: a sua própria filha.

quinta-feira, setembro 01, 2016

Caça-Fantasmas

(Ghostbusters, EUA, 2016)
Direção: Paul Feig
Elenco: Kristen Wiig, Melissa McCarthy, Kate McKinnon, Leslie Jones

O mundo é machista mesmo. Após a escolha de quatro mulheres na nova versão do clássico dos anos 80, muita gente chiou e explodiu declarações misóginas, o que é lamentável. No entanto muita gente defendeu a causa feminina transformando, inusitadamente, Caça-Fantasmas (agora sem o artigo plural masculino) no filme mais polêmico e um dos mais esperados da temporada. E surpreendendo com as boas críticas que vem recebendo, confesso que diante da expectativa o filme me decepcionou  (ou será que fiquei mais velho e chato?) - senti falta de piadas mais elaboradas e adultas ou diálogos absurdos na linha do ótimo Missão Madrinha de Casamento (2011)...ok, o filme é censura livre então não dá para "ousar demais". Enfim, achei uma comédia irregular em que o seu ponto forte se encontra no elenco entrosado (destaque para Kate McKinnon e Leslie Jones) e ao bom uso dos efeitos em 3D (para quem for assistir nesta versão). Mesmo inofensivo e bobo, o filme diverte (em alguns momentos) mas vale mesmo por cutucar na ferida e expor de maneira clara e óbvia que a sociedade ainda não amadureceu sobre a condição feminina.

quinta-feira, agosto 25, 2016

Destaque nos cinemas

NAHID - AMOR E LIBERDADE
(Nahid, Irã, 2015) de Ida Panahandeh
Drama. No interior do ira, uma mulher divorciada pode perder a guarda de seu filho por estar vivendo uma nova relação com um homem.





PETS - A VIDA SECRETA DOS BICHOS
(The Secret Life of Pets, EUA/Japão, 2016) de Yarrow Cheney e Chris Renaud
Animação. Dois cães domésticos juntam forças para combater um coelho louco que quer dar um basta aos animais de estimação.

sábado, agosto 20, 2016

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

A SENHORA DA VAN
(The Lady in the Van, Inglaterra, 2015) de Nicholas Hytner
Comédia. Homem acaba fazendo amizade com uma senhora que mora numa van estacionado em frente a sua casa.



A BRUXA
(The Witch, EUA/Canadá, 2015) de Robert Eggers
Terror. Ao se transferir para uma parte isolada de uma floresta, família se desestabiliza com o desaparecimento do caçula.



O QUARTO DE JACK
(Room, Canadá/Irlanda, 2015) de Lenny Abrahamson
Drama. Mãe e filho vivem isolados em um pequeno espaço.





WHITE GOD
(Fehér Isten, Alemanha/Hungria/Suécia, 2014) de Kornéi Mundruczó
Drama. Garotinha procura desesperadamente pelo seu cão perdido.



FOGO NO MAR
(Fuocoammare, Itália/França, 2016) de Gianfranco Rosi
Documentário. De ilha turística, Lempedusa acabou se tornando a porta de entrada de imigrantes para a Europa.