Destaques nos cinemas

UM HOMEM SÉRIO
(A Serious Man, EUA/Inglaterra/França, 2009) de Ethan Coen e Joel Coen
Drama. Casal tem a sua relação conturbada em conta da presença de um cunhado folgado.



DIREITO DE AMAR
(A Single Man, EUA, 2009) de Tom Ford
Drama. Professor universitário é atormetado por lembranças do seu passado, particularmente após a morte de sua grande paixão.





O SEGREDO DOS SEUS OLHOS
(El Secreto de sus Ojos, Argentina/Espanha, 2009) de Juan José Campanella
Drama. Oficial de justiça aposentado está escrevendo o seu primeiro livro no qual é inspirado num caso que aconteceu no seu passado profissional.




A ILHA DO MEDO
(Shutter Island, EUA, 2010) de Martin Scorsese
Suspense. Hospital psiquiátrico contrata um detetive para investigar o desaparecimento de uma paciente, mas o lugar é cheio de mistério.

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

BASTARDOS INGLÓRIOS
(Inglourious Basterds, EUA/Alemanha/França, 2009) de Quentin Tarantino
Aventura. Uma garota e um grupo de caça-nazistas acabam bolando, separadamente, um ataque a Hitler em uma sala de cinema.

DISTRITO 9
(District 9, EUA/África do Sul/Nova Zelândia, 2009) de Neill Blomkamp
Ficção-científica. Ao retirar alienígenas num subúrbio de Joanesburgo, funcionário é contaminado por um produto tóxico tornando-se em um et.

SINÉDOQUE, NOVA YORK
(Synecdoche, New York, 2008) de Charlie Kaufman
Drama. Autor de teatro tem a sua vida de pernas para o ar em conta do abandono de sua esposa e de uma doença misteriosa.

ACONTECEU EM WOODSTOCK
(Taking Woodstock, EUA, 2009) de Ang Lee
Comédia. Rapaz retorna para o interior, melhor, a pensão dos seus pais e ajuda a instalar um festival de rock para hippies.

À DERIVA
(À Deriva, Brasil, 2009) de Heitor Dhalia
Drama. Adolescente percebe que a relação dos seus pais está balançada e, ao mesmo tempo, descobre a sua própria sexualidade.

POR UMA VIDA MELHOR
(Away We Go, EUA/Inglaterra, 2009) de Sam Mendes
Comédia. Casal viaja para o interior dos EUA em busca de um lugar perfeito para criar o seu primeiro filho.

(500) DIAS COM ELA
((500) Days of Summer, EUA, 2009) de Marc Webb
Comédia. Rapaz sensível se apaixona por uma garota que tem uma visão fria sobre relações afetivas.

Tela Super8: The Killers - "Shadowplay"

Uma música que me deixa eletrizado é a versão do fodastica "Shadowplay" que a banda The Killers fez especialmente para a trilha sonora do filme Control (Control, EUA/Inglaterra, 2007) de Anton Corbijn, biografia de Ian Curtis, vocalista do Joy Division.

Amor Sem Escalas

Ryan Bingham é um exemplar funcionário de uma grande corporação que se especializou em demitir empregados de uma forma sem criar traumas as vítimas, melhor, aos trabalhadores - além de ser um exímio palestrante em motivação, mas que no fundo a sua grande ambição é juntar o máximo possível as milhas de viagens aéreas. Durante uma reunião de trabalho, Natalie Keener, uma nova funcionária da empresa impressiona a alta cúpula da organização com um novo método de demissão, deixando Ryan apreensivo, pois pode prejudicar a sua contagem de milhas aéreas. Por conta do atrito entre os dois, a corporação decide que Ryan deverá mostrar a Natalie a dura realidade de sua função, o que acaba gerando mudanças no estilo de vida de Ryan, particularmente com o seu caso com a executiva Alex Goran.

Ótimo trabalho de Jason Reitman, que mostra com habilidade a jornada de um homem que vive numa redoma fechada e inviolável, mas que esse mundo começa a se tornar frágil em conta do seu envolvimento com Natalie e Alex. George Clooney está muito bem ao dosar o seu habitual charme com a frieza de Ryan, além de formar um par bastante sensual com Vera Farmiga que está excelente como a sexy e elegante Alex. Em compensação, o filme pisou na bola na composição de Natalie, afinal ela é uma ótima profissional, mas que foi retratada de uma forma infantil, quase patética, o que é estranho numa garota ambiciosa (ela é até formada em psicologia).
Abordando uma América em plena crise econômica, Amor Sem Escalas mostra um mundo sem emoção, vida, em que o objetivo para continuar nessa rotina são tão fúteis (milhas aéreas, cartões corporativos) que acabam refletindo num estilo de vida vazio, sem graça e tediante.

Julie & Julia

Na Paris pós-Segunda Guerra Mundial, a americana Julia Child chega para morar com o seu marido, funcionário da embaixada dos Estados Unidos. Impressionada pela cidade e entediada por não ter o que fazer, Julia decide participar de vários cursos (chapelaria, brigde) mas acaba se identificando com o de culinária francesa. Com o tempo, ela vai se especializando na cozinha e descobre uma lacuna: não existe nenhum material impresso em inglês sobre a cozinha francesa. Por conta disso, ela decide lançar um livro sobre o tema. Já na Nova Iorque pós-11 de Setembro, Julie Powell se muda com o marido para o bairro do Brooklyn. Entediada com a carreira de funcionária pública (o seu sonho é ser escritora), ela lança um desafio pessoal: anotar num blog a experiência de realizar todas as receitas do livro de culinária francesa de Julia Child num prazo de um ano e meio.

Após anos sem fazer filmes, pois estava se dedicando na carreira de escritora, Nora Ephron volta a ativa com o simpático Julia & Julie. Mas percebe-se que esse filme tem uma narrativa próxima de um dos grandes sucessos da diretora, Sintonia de Amor (a ligação entre Tom Hanks de Seattle e Meg Ryan que vive em Nova Iorque). Porém, se a obra de 1993 tem um cunho romântico, Julia & Julie apresenta um viés atual em conta da crise econômica, já que as duas personagens estão em crise, e encontram na culinária a solução dos seus problemas. Com um bonito desenho de produção e boa trilha sonora, o destaque fica com a ótima atuação de Meryl Streep e a boa montagem que executa a transição das duas estórias com inteligência. Mas tem uma ressalva: não assista ao filme com estômago vazio.

Vida Que Segue

Numa bela manhã, Ben Floss, Jojo Floss e Joe Nast vão ao enterro de Diana Floss, noiva de Joe e filha de Ben e Jojo que fora assassinada numa lanchonete. Por conta da tragédia, o casal Floss e Joe vivem juntos como uma forma de reconforto, além de se ajudarem mutuamente a retornar a vida normal, mas a vontade de vingança de Ben perante ao assassino da filha e o isolamento de Jojo afeta Joe deixando-o perdido e deslocado, uma situação que se agrava em decorrência de um segredo da sua relação com Diane e o seu envolvimento com a atendente Bertie.

Quem nunca meteu os pés pelas mãos num momento delicado? Bom! Todo mundo já passou por isso (sinceramente, sou craque nisso), mas o personagem de Jake Gyllenhaal (Joe) entrou numa canoa furada maior ainda numa fase de sua vida que é uma confusão só, ou seja, é um cara que tem muitas dúvidas e a inesperada morte de Diana só ampliou o caos. Vida Que Segue é um bom drama, especialmente o início que surpreende pelo bom humor e a química entre Susan Saradon e Dustin Hoffman. Da metade, Jake Gyllenhaal ganha destaque quando tenta consertar os erros que ele próprio criou. Mas não espere demais, pois o filme é bem hollywoodiano, daqueles que você já assistiu várias vezes.