quinta-feira, setembro 08, 2011

Reencontrando a Felicidade



"Após a tempestade vem a calmaria". Esse é o lema do casal Howie e Becca que estão no luto de 8 meses após a perda do único filho. Mas achar uma saída para voltar ao normal é um dilema difícil de decifrar para o casal, especialmente a esposa Becca em que a dor existe dentro e fora do seu casamento. Por dentro, Becca tenta a normalidade ocultando todos os vestígios de seu filho, algo que Howie não aceita. Por fora, a sua relação com a mãe e a irmã é um caos. A mãe tenta desastrosamente se aproximar de Becca, pois ela conhece a dor da perda de um filho, mas Becca odeia comparar a morte de seu filho (atropelamento) com a do irmão (overdose). Já a irmã é uma garota imatura que fica grávida de um músico pobretão.
De forma surpreendentemente sensível, o diretor John Cameron Mitchell se distancia totalmente de suas obras anteriores ("Hedwig - Rock, Amor e Traição" e "Shortbus") e conduz essa triste estória com uma delicadeza que torna tudo mais humano e vulnerável. Se o filme é tocante, mas sem ser profundo demais e muito menos melodramático, se deve ao fato de que sair do luto é sair de uma proteção de um mundo que a gente projetou, mas que por alguma circunstância, tudo mudou.
Além do bom trabalho de direção e roteiro, o filme vale pela ótima dupla Nicole Kidman e Aaron Eckhart. Ela que finalmente encontrou um projeto desafiante e tirou toda a maquiagem e botox que a estava deixando estranha. Já Eckhart mais uma vez mostra sensibilidade em exibir um pai desesperado em voltar a velha rotina. Aliás, já está na hora da Academia prestar a atenção nele.

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