O Sobrevivente

O filme “O Sobrevivente” conta a estória real do piloto da força aérea militar americana, Dieter Dengler, que num vôo de rotina, o seu jato sofre uma pane caindo em Laos, uma região da Ásia mergulhada em conflitos político e militar – afinal, são os anos 60, o auge da guerra fria. No meio da floresta descaldante, Dieter é sequestrado por um grupo de guerrilheiros, em que o chefe do bando, uma autoridade política, lhe promete a liberdade se ele aceitar a opção de assinar um papel de contéudo anti-americano. Com o ego ferido, Dieter não assina o que acarreta em mais tortura, até que ele é levado a um “campo de concentração” no meio da selva, local este que se encontram outros prisioneiros, a maioria militares americanos. Diante dessa situação, Dieter e os outros presos se juntam e bolam um plano de fuga.

O Sobrevivente é um típico filme do cineasta alemão Werner Herzog, mestre em contar estórias de homens que testam os seus limites físicos e psicológicos diante de uma força que eles desconhecem (geralmente a própria natureza). Com uma linda fotografia (explorando ao máximo os tons naturais), o filme impressiona pelo ótimo elenco, especialmente Christian Bale, ao interpretar um homem que nunca perde a sanidade, mesmo que seu corpo aparenta ser mais frágil com o passar do tempo.
Porém, esse filme incomoda mas não soa pesado. As vezes, o diretor vira um mero observador, deixando o filme um pouco mais frio. Mas confesso que não sou um grande fã de Herzog (só assisti Nosferatu e O Enigma de Kaspar Hauser), as vezes eu não consigo digerir os seus trabalhos. E isso aconteceu novamente com O Sobrevivente. Mas, sem dúvida nenhuma, o filme perde pontos com o seu final “comercial” que destoa o resto do filme.