quarta-feira, abril 01, 2009

O Leitor

O filme “O Leitor” conta a estória do advogado Michael Berg, um homem reservado que após se despedir de sua amante, começa a recordar a primeira grande paixão de sua vida: Hanna Schmitz. Michael a conheceu quando passou mal em frente ao prédio onde residia Hanna, e esta o amparou. Tempos depois, e com a saúde reabilitada, Michael retorna ao prédio de Hanna para agradecer o apoio. Ao reencontrá-la, ele fica atraído por ela, e esse sentimento é correspondido. Dessa relação, ambos descobrem estranhos prazeres: ele, o sexo; e ela, a literatura. Mas com o andar da carruagem, e com o aumento da afetividade entre eles, Hanna decide fugir, deixando Michael atordoado. Anos se passaram, e no meio do curso de direito, Michael reencontra Hanna num tribunal no qual ela, uma ex-guarda de um campo de concentração, é julgada pela morte de várias prisioneiras quando trabalhava nesse cargo.

O novo trabalho de Stephen Daldry transforma uma paixão e suas seqüelas como o pano de fundo para a expiação de uma nação (no caso, a Alemanha) em torno da culpa de carregar uma das maiores atrocidades de todos os tempos: o holocausto. Ele, por ter se envolvido, se apaixonado por uma mulher aparentemente comum, mas que guarda um passado monstruoso. Já ela não guarda nenhum rancor sobre o que ocorreu no campo de concentração, afinal aquela era a sua função. O que lhe incomodava realmente era algo banal: ser analfabeta.
Esse entrave de uma Alemanha pré-nazista (Hanna) e pós-nazista (Michael) seria um ótimo material para o saudoso diretor polonês Krzysztof Kieslowski, mas o cineasta britânico fez um bom filme, com um ótimo elenco, no qual o destaque fica por conta da participação da atriz sueca Lena Olin no final da obra. A sua passagem mostra que existem muitas perguntas sem respostas a respeito desse tema.

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