quinta-feira, junho 03, 2010

Chico Xavier

No ano de 2010, Chico Xavier, um personagem fundamental na introdução do espiritismo no Brasil, completa 100 anos de existência. E pensando numa homenagem - também nos lucros - pela pessoa caridosa que ele representa para o brasileiro, Daniel Filho fez uma obra correta (até demais) ao mostrar a figura que todos nós conhecemos como o seu lado humanitário, mas deixou a pessoa comum, com os seus erros e defeitos de fora, e não é grosseria demostrar o seu lado sexual para não ser mais polêmico afinal ele é um ser humano (ficou a impressão que ele é um ser assexualizado). Outro fato que irrita é que os flashbacks ocorrem sempre depois que a câmera entra na televisão recordando Matrix, mas de uma forma tão grosseira que lembra telefilmes manjados. Outros erros são visíveis também em conta da péssima atuação do ator André Dias que faz o guia espiritual que acompanha Xavier e a trilha sonora estranha. Mas o filme tem pontos positivos em conta do seu ótimo elenco. Ângelo Antônio está muito bem no papel do Xavier jovem, e a semelhança visual entre Nelson Xavier e Xavier já velho impressiona. Uma pena que o Daniel Filho explorou por pouco tempo a presença de Nelson na tela. Mas o destaque fica por conta da ótima atuação de Tony Ramos que rouba a cena como o diretor cético mas que tem todos os seus conceitos abalados (ele é ateu) em conta da carta psicografada que o Xavier recebeu de seu filho morto. Resumindo: o filme mostra o surgimento do espiritismo no Brasil, um caminho nada fácil diante da posição ferrenha da igreja e da sociedade, mas a pessoa em si foi deixada de fora com os seus pontos fortes e fracos. Uma pena.

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