segunda-feira, janeiro 20, 2025

Destaques nos Cinemas

NOSFERATU

(EUA/República Tcheca, 2024) de Robert Eggers
Terror. Na Alemanha do século 19, um casal tem o destino testado com a presença perturbadora do Conde Orlock.




BABYGIRL

(EUA/Holanda, 2024) de Halina Reijn
Drama. Com uma vida aparentemente feliz, uma realizada dona de casa e CEO de uma grande empresa arrisca tudo por um caso com um estagiário.



BABY

(Brasil, 2024) de Sean Baker
Drama. Após sair da prisão, e ser excluído de sua família, jovem perambula por uma São Paulo marginal e se envolve com um garoto de programa.



A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO

(Dane-ye Anjir-e Ma´abed, Alemanha/França, 2024) de Mohammad Rasoulof
Drama. Após o sumiço de sua arma, juiz suspeita de sua esposa e filhas o que gera um ambiente perturbador em sua família.



CONCLAVE

(EUA/Inglaterra) de Edward Berger
Suspense. Após a morte do papa, cardeais do Vaticano se reúnem para definir o novo chefe da Igreja Católica.



ANORA
(EUA, 2024) de Sean Baker
Comédia. Garota de programa se envolve em confusão após casar com um inconsequente filho de uma poderosa família russa.



FLOW

(Letônia, 2024) de Gints Zilbalodis
Animação. O mundo passa por uma grande enchente e um gato sobrevive ao embarcar em um barco repleto de animais.



A VERDADEIRA DOR

(A Real Pain, EUA, 2024) de Jesse Eisenberg
Drama. Dois primos decidem conhecer a origem de sua família judaica na Polônia.


SETEMBRO 5
(EUA, 2024) de Tim Fehlbaum 
Drama. Canal de esportes fazem a cobertura das olimpíadas de Munique e são surpreendidos com o sequestro de atletas de Israel.

quarta-feira, janeiro 15, 2025

Lançamentos nos Streamings

CANINA
(Nightbitch, EUA, 2024) de Marielle Heller
Disney+
Suspense. Após parir, mulher tem um estranho comportamento que a leva a mostrar todo lado selvagem da maternidade.


PISQUE DUAS VEZES
(Blink Twice, EUA, 2024) de Zoe Kravitz
Amazon Prime
Suspense. Jovem conhece um milionário e recebe um convite para uma festa em uma ilha particular.



NÃO! NÃO OLHE!
(Nope, EUA, 2022) de Jordan Peele
Netflix
Suspense. Ao investigar a estranha morte de seu pai, jovem se depara com estranhos acontecimentos na fazenda de sua família.


NOITES DE CABIRIA

(Le Notti di Cabiria, Itália, 1957) de Federico Fellini
Mubi
Drama. Prostituta de Roma de bom coração - sonha e sofre - na sua busca ilusória por um bom marido.





SOB A AREIA

(Souls Le Sable, França, 2000) de François Ozon
Mubi
Drama. Mulher assusta  os amigos e família ao não aceitar o desaparecimento do marido em uma viagem de férias.

sexta-feira, janeiro 10, 2025

Tár

(EUA, 2022)
Direção: Todd Field
Elenco: Cate Blanchett, Nina Hoss, Noémie Merlant, Mark Strong.

A maestra Lydia Tár rege a prestigiada orquestra sinfônica de Berlim. O seu imenso talento reflete uma personalidade forte e direta que lhe gera muito respeito na área, mas também causa problemas. Vivendo aparentemente feliz em uma relação com a companheira e a filha, Tár  mergulha  em um espiral da loucura quando é envolvida em um suicídio de uma de suas pupilas.
Quando o assunto é a área da música, muito cineastas vão fundo no terreno tão competitivo. De All That Jazz - O Show Deve Continuar a Whiplash: Em Busca da Perfeição, o cenário musical é explorado com toda a ferocidade. Mas é em Tár que Hollywood demonstra o universo implacável da música clássica. Em seu terceiro filme em uma carreira de mais de 20 anos, Todd Field demonstra uma maturidade e segurança espantosa ao criar uma das personagens mais complexas da década: Lydia Tár. Defendida com uma garra impressionante pela sempre competente Cate Blanchett, a personagem é uma força da natureza pela entrega a carreira de maestrina/compositora. Uma mulher que em diferentes ângulos pode se transformar numa gênia a insuportável. Destaque ao senso de humor necessário para humanizar a protagonista; e também para a brilhante ideia da ausência de uma trilha sonora o que deixa tudo mais seco e desconcertante (e outra demonstração da ironia). Vale pontuar a crítica ao cancelamento tão comum nessa era digital. Tár um filmaço que exige paciência do público pela longa duração. Mais é uma obra fascinante em que o olhar impiedoso de Field lança luz sobre uma mulher brilhante mas que tenta escapar a todo custo de um mundo quase selvagem e misógino - e principalmente da mão fatal (e mortal) das redes sociais.

domingo, janeiro 05, 2025

Como Água Para Chocolate

(México, 1992)
Direção: Alfonso Arau
Elenco: Lumi Cavazos, Regina Torné, Marco Leonardi, Mário I. Martinez.

No México do início do século XX, uma família rica vive de velhos costumes como o fato da filha mais nova ser obrigada a ficar solteira para cuidar dos pais. Esse destino cruel cai nas mãos de Tita que vê sua vida ser transformada em inferno por causa da mãe perversa.
Filme mexicano que fez bastante sucesso no cinema e na televisão brasileira nos anos 1990 mas aos olhos de hoje envelheceu bastante. Além de datado, corre o risco de ser cancelado sobre os obstáculos de um amor profundo. Sinceramente não precisava seguir as cartilhas das novela mexicanas; uma mistura maluca de cinema gourmet, realismo mágico e novela rasgada. O filme de Alfonso Arau  hoje pode causar sorrisos involuntários com o vai e vem de personagens que  só enchem a narrativa de linguiça. E ainda transforma a irmã da protagonista como "revolucionária" só por ter quebrado as convenções criadas por uma mãe que é a original e autêntica vilã de novela mexicana. A boa produção salva a obra, mas a trilha sonora de Leo Brouwer bem anos de 1990 ficou presa no tempo. Como Água Para Chocolate é um produto de um cinema que não encontra eco no mundo de hoje -  se tornou uma visão antiquada de uma realidade que não faz muito sentido.

quarta-feira, janeiro 01, 2025

Rio, 40 graus

(Brasil, 1955)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Elenco: Modesto de Souza, Roberto Bataglin, Jece Valadão, Glauce Rocha.

Em um dia no Rio de Janeiro de 40 graus de temperatura vários personagens de realidades distintas se cruzam: a população esquecida do Morro do Cabuçu; o casal no impasse após a gravidez da jovem solteira; um jogador de futebol apavorado em sua estréia em uma Maracanã lotado; a visita de um suplente do Governo Federal na antiga capital; e a vida fútil da burguesia na praia.
Em seu primeiro filme, o mestre brasileiro Nelson Pereira dos Santos faz uma obra muito ousada. A sua mira foi no neo-realismo italiano mas ele atingiu um estilo que consagraria anos mais tarde monstros do cinema como o clássico absoluto A Doce Vida de Fellini ao realizar um raio-x da sociedade carioca em que a câmera (ao invés de um personagem à la Mastroianni) se transforma num personagem em que se choca com várias pessoas e realidades. Mas o filme recorda demais a visão microscópica da sociedade estadunidense do mestre Robert Altman. Guerra (MASH), casamento (Cenas de um Casamento), Los Angeles (Short Cuts) nada passava despercebido na visão crítica e corrosiva dos arroubos da sociedade dos EUA. Santos mostrou maturidade e audácia ao focar na banalidade da miséria a alienação do proletariado. O ponto fraco são as atuações em que ficou evidente a falta de profissionalismo de alguns integrantes do elenco. No entanto, isso não tira o brilho do filme que mesmo mostrando um Rio quase bucólico mas que não disfarçava o enorme contraste social que expõe favelas paupérrimas e burgueses na orgia. Uma cidade que ainda hoje não conseguiu reverter a situação... Na verdade piorou com a chocante violência entre o confronto desses dois universos tão distintos. Um cenário que o nosso cinema tanto explorou em filmes recentes como Cidade de Deus a Tropa de Elite.