terça-feira, fevereiro 25, 2025

Festival de Sundance 2025



Nos dias 23 de janeiro a 02 de fevereiro de 2025 iniciou o Festival de Sundance 2025. E o grande vencedor desta edição foi Atropia de Harley Gates que conta de uma atriz que atua em uma cidade cenográfica para jogos de guerra. Outros destaques do festival foram: If I Had Leg´s I´d Kick You de Mary Bronstein em que uma psicóloga vive um dia de cão; Rebuilding de Max Walker-Silberman mostra que depois de perder a casa em incêndio, cowboy tenta uma volta por cima ao viver em uma comunidade; O Beijo da Mulher-Aranha de Bill Condon é a adaptação cinematográfica da Broadway do clássico de Hector Babenco; Ricky de Rashad Frett que aborda um jovem que tenta se reconectar com a sociedade após anos na prisão; Train Dreamns de Clint Bentley conta a estória de um homem que trabalha em ferrovias como uma maneira de se distanciar de todos; Twinless de James Sweeney expõe uma estranha e intensa relação de dois jovens após se conhecerem em um grupo de apoio; The Things You Kill de Alireza Khamati expõe um professor turco que trabalha nos EUA mas que retoma a terra natal após a morte da mãe; Sorry, Baby de Eva Victor conta a estória de um professor universitário tenta se recuperar de um trauma sexual.


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A lista dos vencedores do Festival de Sundance 2025:

FILME AMERICANO:
Grande Prêmio do Júri: Atropia de Harley Gates
Prêmio de Diretor: Rashad Frett - Ricky
Prêmio de Roteirista Waldo Salt: Eva Victor - Sorry, Baby
Prêmio Especial do Júri para Visão Artística: Dylan O´Brien de Twinless
Prêmio Especial do Júri para Elenco: Plainclothes de Carmen Emmi

FILME ESTRANGEIRO:
Grande Prêmio do Júri: Cactus Pears (Índia) de Sabar Bonda 
Prêmio Especial do Júri: Chloé Robichaud e Catherine Léger - Two Women (Canadá)
Prêmio Especial do Júri do Cinema Mundial por Visão Criativa: DJ Ahmet (Macedônia) de Georgi M. Unkovski

quinta-feira, fevereiro 20, 2025

Destaques nos Cinemas

EMILIA PÉREZ
(França/México/EUA, 2024) de Jacques Audiard
Musical. Advogada decepcionada ganha uma missão inusitada: ajudar na mudança de gênero de um temível traficante.




O BRUTALISTA

(The Brutalist, EUA/Inglaterra/Hungria, 2024) de Brady Corbert
Drama. Após o trauma da Segunda Guerra Mundial, arquiteto húngaro e sua esposa buscam uma vida nova nos Estados Unidos.


UM COMPLETO DESCONHECIDO
(A Complete Unknown, EUA, 2024) de James Mangold
Drama. Na nova Iorque de 1965 a chegada de um desconhecido chamado Bob Dylan  abala o cenário musical.

sábado, fevereiro 15, 2025

Lançamentos nos Streamings

CARVÃO
(Brasil, 2022) de Carolina Markowicz
Mubi
Drama. Uma família que vive no interior tem a sua rotina quebrada com a chegada de um estranho.






CECIL BEM DEMENTE

(Cecil B. DeMented, EUA, 2000) de John Waters
Mubi
Comédia. Um cineasta maluco e sua equipe sequestram uma estrela de cinema para que esta atue em seu novo filme.


1917
(Inglaterra, 2019) de Sam Mendes
Globoplay
Guerra. Jovem aceita uma missão arriscada no auge da Primeira Guerra Mundial para salvar a vida de seu irmão.






TRIÂNGULO DA TRISTEZA
(Triangle of Sadness, Suécia/EUA/Inglaterra) de Ruben Ostlund
Max
Drama. Casal de modelos aceitam embarcar num cruzeiro de bilionários - e coisas estranham acontecem.


TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO
(Everything Everywhere All at Once, EUA, 2022) de Dan Kwan e Daniel Scheinert
Max
Drama. Uma imigrante chinesa dona de uma lavanderia ganha uma bizarra missão para salvar o mundo e sua família.


VINGANÇA
(Revenge, França, 2017) de Coralie Fargeat
Mubi
Suspense. O que seria uma viagem com o namorado vira um jogo de vida e morte para uma jovem garota.

segunda-feira, fevereiro 10, 2025

Baby

(Brasil, 2024)
Direção: Marcelo Caetano
Elenco: João Pedro Mariano, Ricardo Teodoro, Ana Flávia Cavalcante, Bruna Linzmeyer.

Wellington acaba de sair da prisão e descobre que os pais sumiram no mapa em virtude da não aceitação do pai em relação a homossexualidade do filho. E nas ruas perigosas e efervescentes de São Paulo, Wellington sente uma atração por Ronaldo, um maduro garoto de programa. Ronaldo vê em Wellignton alguém além de uma relação amorosa; um colega de trabalho no ramo de sexo denominado Baby.
É inegável não recordar do maravilhoso Madame Sata ao assistir a Baby. E triste reconhecer que fatos em tempos distintos se equivalem quando o assunto é exclusão social e a marginalização. Mas aqui o diretor Marcelo Caetano (Corpo Elétrico) acerta ao imprimir um ritmo cativante na saga de Wellington, uma personalidade ainda imatura mais que tem uma força e uma vontade de dar a volta por cima. E a entrada de Ronaldo representa um contexto familiar que tanto o protagonista procura. Mas esta é uma relação testada pelas escolhas nem sempre certas dos dois. E o diretor mostra toda a energia da Paulicéia Desvairada através da ótima trilha sonora de Cae Rolfsen e Bruno Prado. E a dupla de atores (João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro) mostra uma tremenda química. Enfim, Baby é mais uma mostra de um cinema que tem sensibilidade ao da vida, sonho e pesadelo aos excluídos de uma sociedade longe, muito longe do justo e ideal.

quarta-feira, fevereiro 05, 2025

Babygirl

(EUA/Holanda, 2024)
Direção: Halina Rejin
Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Antonio Banderas, Esther McGregor.

Vivendo um casamento meramente feliz, e ainda por cima CEO de uma grande companhia, Romy é um exemplo de uma mulher que conquistou tudo na vida. Mas as pendências pessoais afloram quando entra em cena um estagiário extremamente singular, Samuel. A relação profissional dos dois pula para uma relação amorosa nada convencional em que as fantasias eróticas de Romy são realizadas, mas que coloca suas conquistas em risco.
Particularmente, Babygirl prometeu tudo mas não cumpriu muita coisa. Ao insinuar 50 Tons de Cinza a lá Adrian Lyne, a diretora Halina Rejin (Morte, Morte, Morte) se perdeu no meio do caminho ao inserir um drama moral bobo na metade para um fim. Se no início a obra apresentava um ótimo humor ao brincar com os estereótipos - e sem temer o cancelamento - Babygirl se torna um drama tolo que convence pelo ótimo trio de atores (Kidman, Bandeiras e Dickinson). Outro ponto positivo é a ótima e criativa trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer que expõe todo o conflito interno da protagonista. E o olhar feminino da diretora parece mais temer o julgamento do público a sua protagonista em um melodrama desnecessário. O filme ganha pontos quando a narrativa compara a protagonista com um animal de estimação ao abordar as taras e fantasias sexuais. Mas o jogo de poder se resvala numa crise de consciência que torna Romy desinteressante. Definitivamente, Rejin não tem a mão pesada de Michael Haneke que apresentou uma proposta semelhante com o ótimo A Professora de Piano. Assim, o filme de original e provocante, se torna convencional e quadrado. Uma grande oportunidade de expor uma mulher provando os seus fetiches sem culpa e sem remorso, e no fim vira uma grande figura feminina de poder diminuída por um sentimento de inferioridade em nome de uma sociedade castradora que reluta em dominar seus impulsos.

sábado, fevereiro 01, 2025

Jurado N⁰ 2

(Juror # 2, EUA, 2024)
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Nicholas Hoult, Toni Collette, Chris Messina, J. K. Simmons.

Justin é um jovem casado e perto de ser pai que é convocado a ser jurado de um julgamento de um crime meramente passional. Tudo parece crer que os jurados darão um veredito rápido e fácil de mais um caso de feminicídio. Mais Justin recorda de um momento do seu passado e ver ligação com crime. Ele suspeita que matou a vítima e sente o dilema de fazer justiça ou de se proteger. 
Considerado o último filme do mestre Clint Eastwood, Jurado N⁰ 2 é um excelente exemplar do cinema de julgamento. E é inevitável não lembrar de outro clássico recente do subgênero, o francês Anatomia de uma Queda. Mas se o filme francês foca no julgamento moral de sua personagem principal; a obra estadunidense mira na crise de consciência. Aqui, Eastwood brinda com uma narrativa simples, e também com a certeza evidente. A dubiedade vem da insensibilidade de uma sociedade que não se importa com a justiça. Diferente da complexidade do filme de Justine Triet que sempre deixa uma interrogação no ar. Por isso que Jurado N⁰ 2 recorda o clássico 12 Homens e Uma Sentença. E ainda sim subverte o filme de Sidney Lumet em sua visão pessimista, enquanto o filme de 1957 apresenta um olhar mais afetuoso. Uma bela surpresa de um cineasta em seus mais de 90 anos de idade, e que nos brinda com uma crítica desconcertante da sociedade atual.