quarta-feira, fevereiro 05, 2025

Babygirl

(EUA/Holanda, 2024)
Direção: Halina Rejin
Elenco: Nicole Kidman, Harris Dickinson, Antonio Banderas, Esther McGregor.

Vivendo um casamento meramente feliz, e ainda por cima CEO de uma grande companhia, Romy é um exemplo de uma mulher que conquistou tudo na vida. Mas as pendências pessoais afloram quando entra em cena um estagiário extremamente singular, Samuel. A relação profissional dos dois pula para uma relação amorosa nada convencional em que as fantasias eróticas de Romy são realizadas, mas que coloca suas conquistas em risco.
Particularmente, Babygirl prometeu tudo mas não cumpriu muita coisa. Ao insinuar 50 Tons de Cinza a lá Adrian Lyne, a diretora Halina Rejin (Morte, Morte, Morte) se perdeu no meio do caminho ao inserir um drama moral bobo na metade para um fim. Se no início a obra apresentava um ótimo humor ao brincar com os estereótipos - e sem temer o cancelamento - Babygirl se torna um drama tolo que convence pelo ótimo trio de atores (Kidman, Bandeiras e Dickinson). Outro ponto positivo é a ótima e criativa trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer que expõe todo o conflito interno da protagonista. E o olhar feminino da diretora parece mais temer o julgamento do público a sua protagonista em um melodrama desnecessário. O filme ganha pontos quando a narrativa compara a protagonista com um animal de estimação ao abordar as taras e fantasias sexuais. Mas o jogo de poder se resvala numa crise de consciência que torna Romy desinteressante. Definitivamente, Rejin não tem a mão pesada de Michael Haneke que apresentou uma proposta semelhante com o ótimo A Professora de Piano. Assim, o filme de original e provocante, se torna convencional e quadrado. Uma grande oportunidade de expor uma mulher provando os seus fetiches sem culpa e sem remorso, e no fim vira uma grande figura feminina de poder diminuída por um sentimento de inferioridade em nome de uma sociedade castradora que reluta em dominar seus impulsos.

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