quarta-feira, setembro 10, 2025

A Hora do Mal

(Weapons, EUA, 2025)
Direção: Zach Cregger
Elenco: Julia Gadner, Josh Brolin, Alden Ehreinreich, Benedict Wong.

Uma noite aparentemente tranquila na pequena cidade do interior da Flórida um fato muito bizarro aconteceu: as 02:17 da madrugada, 17 crianças que são colegas de turma saem correndo de casa para a rua sem direção até desaparecer por completo. Os pais, a escola e a polícia tentam achar o paradeiro dos desaparecidos. Mas com o tempo passando todos começam a apontar a culpa na professora Justine pela situação.
Estamos em 2025 e ainda tem gente que fala da competição entre Marvel e DC como fato relevante. Mas no fundo é o gênero terror que mostra que tem mais de sete vidas em relação a fórmula batida das adaptações em quadrinhos. Se em Pecadores, o horror se mistura com a música para abordar o racismo; A Hora do Mal o diretor Zach Cregger usa como trunfo o efeito Rashomon para causar tensão e aflição. Narrado em capítulos, no qual cada ato apresenta  pontos de vistas distintos, A Hora do Mal faz uma forte crítica às instituições que não sabem lidar com o humano. Aqui, a cidade pequena que deveria ser um ambiente perfeito para o sonho americano desaba com uma polícia corrupta e ineficiente, escola despreparada para lidar com tragédias, drogados perdidos e ainda uma mulher solteira como símbolo de perigo social (isso mesmo!). E para completar, Cregger conduz todos esses elementos misturando suspense, o horror... e o cômico (e o absurdo). Não é para menos que muitos comentam que A Hora do Mal parece uma mistura maluca de Os Suspeitos com Magnólia. Assim, o destaque fica para a ótimo montagem de Joe Murphy que nunca deixa a peteca cair conta; e a sensacional trilha sonora de Ryan e Hays Holladay e do próprio diretor que cria uma variada sonoridade mas sem ofuscar o clima sombrio. O elenco está ótimo com destaque para a sempre competente Julia Gardner ao dar vida a uma professora imperfeita (que em outros tempos será encarada com uma bruxa) mas que não se deixa abalar totalmente em uma situação de perigo real. Assim, A Hora do Mal é mais uma grata surpresa que reforça que o horror e o suspense real não tem uma formula padrão. É a criatividade que move a manivela do gênero e a curiosidade do público.

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