sexta-feira, janeiro 25, 2019

Globo de Ouro 2019

O início do ano começa com a tradicional entrega dos prêmios dos jornalistas estrangeiros que atuam nos EUA, o Globo de Ouro. E na edição 2019, a Instituição fez uma bagunça no momento de selecionar os melhores nas categorias drama e comédia/musical. E o resultado foi o drama Green Book: O Guia levou o prêmio de melhor comédia, e o musical Bohemian Rhapsody conquistou o de melhor filme drama. Vá entender! Mas com essa confusão dá pra tirar algumas conclusões. Primeiro, Green Book: O Guia demonstrou que pode surpreender nas futuras premiações. Outro que ganhou força foi Roma que pode fazer história no Oscar (levar o prêmio de melhor filme e direção). Já a vibe sobre Nasce Uma Estrela caiu um pouco o que é uma pena pois a obra é muito superior a Bohemian Rhapsody. E fico feliz pela consagração da grande Glenn Close. Pena que o melhor filme americano de 2018, Infiltrado na Klan saiu de mãos vazias.

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A lista dos vencedores do Globo de Ouro 2018:

Melhor Filme - Drama: Bohemian Rhapsody
Melhor Filme - Comédia: Green Book: O Guia
Melhor Direção: Alfonso Cuáron (Roma)
Melhor Ator - Drama: Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Melhor Ator - Comédia: Christian Bale (Vice)
Melhor Atriz - Drama: Glenn Close (A Esposa)
Melhor Atriz - Comédia: Oliva Colman (A Favorita)
Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia)
Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
Melhor Filme Estrangeiro: Roma (México)
Melhor Longa em Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso
Melhor Roteiro: Green Book: O Guia
Melhor Trilha Sonora: Primeiro Homem
Melhor Canção: Shallow (Nasce Uma Estrela)

domingo, janeiro 20, 2019

Destaque nos cinemas

A ESPOSA
(The Wife, EUA/Suécia, 2017) de Björn Runge
Drama. Mulher reflete sobre sua vida no exato momento que o seu marido receberá um prêmio Nobel de literatura.




ASSUNTO DE FAMÍLIA
(Manbiki Kazoku, Japão, 2018) de Hirokazu Koreeda
Drama. Família pobre que sobrevive de forma "diferente" decide adotar uma garotinha abandonada.





A FAVORITA
(The Favourite, EUA/Inglaterra, 2018) de Yorgos Lanthimos
Drama. Na realeza britânica no seculo XVIII, duas serviçais brigam pela atenção da instável rainha Anne.




GREEN BOOK - O GUIA
(EUA, 2018) de Peter Farrelly
Drama. Nos anos 60, um rude ítalo-americano aceita transportar um famoso pianista negro que está em turnê nos EUA.



SE A RUA BEALE FALASSE
(If Beale Street Could Talk, EUA, 2018) de Barry Jenkins
Drama. Mulher grávida luta com todas as forças para provar a inocência de seu noivo, acusado de um crime injustamente.



BOY ERASED: UMA VERDADE ANULADA
(EUA, 2018) de Joel Edgerton
Drama. Pastor obriga que seu filho participe de um programa da sua igreja para se transformar em heterossexual.



O ANJO
(El Angel, Argentina/Espanha, 2018) de Luis Ortega
Drama. No auge da ditadura argentina, um psicopata de face dócil e angelical assusta os portenhos.




VICE
(EUA, 2018) de Adam McKay
Comédia dramática. Biografia do burocrata de Washington que se transformou em vice-presidente de George W. Bush.

quinta-feira, janeiro 10, 2019

O Assalto ao Trem Pagador

(Brasil, 1962)
Direção: Roberto Farias
Elenco: Eliezer Gomes, Reginaldo Farias, Atila Iorio, Grande Otelo

O clássico de Roberto Farias se encaixa perfeitamente na celebre composição do cantor Cazuza: "museu de grandes novidades, o tempo não para!". O filme de 1962 não perdeu a sua atualidade; pelo contrário, surpreende logo de cara numa abertura que recorda o mestre italiano Sergio Leone (e olha que nem existia western spaghetti no citado ano).
Um grupo rouba um trem pagador e após ao bem-sucedido assalto, o bando promete gastar 10% do que roubou mas a tentação é grande e o acordo começa a ser desfeito até em conta das diferenças sociais dos seus membros (o líder branco proletariado, e os outros negro e favelado).
Passado boa parte nas favelas cariocas, o filme corajosamente humaniza os seus personagens a ponto do público torcer para que dê tudo certo. E como o personagem principal, Tião, é negro e marginalizado, mostra o dia a dia da favela como crianças brincando na lama, alcoolismo, o jeitinho brasileiro de se dar bem e até mesmo arrependimento pelo crime. Também mostra o lado oposto como a vida de bacana do líder branco (único que faz questão de não se misturar com a favelada), e a bruta polícia carioca. Adorei a espetacular trilha sonora de Remo Usai que usa a musicalidade brasileira para criar tensão e retrato social. Um filme ousado que deveria ser mais divulgado para entendermos a nossa realidade. Filmão.

sábado, janeiro 05, 2019

Nasce uma Estrela

(A Star is Born, EUA, 2018)
Direção: Bradley Cooper
Elenco: Bradley Cooper, Lady Gaga, Sam Elliot, Andrew Dice Clay

Jackson Maine é um astro da música folk de bom coração mas o seu alcoolismo reflete um passado dolorido. E justamente em um bar que ele conhece uma aspirante a cantora e compositora Ally, uma garota de intenso carisma e talento. E nessa relação os dois enfrentam oscilações na carreira e no relacionamento.
Estreando na direção, o ator Bradley Cooper surpreende ao realizar um filme bem-feito, utilizando de forma inteligente as tomadas e os movimentos de câmera (usa muito câmera na mão para dar uma maior realismo) e a boa montagem que conta a estória no tempo certo, sem correria, histeria.
Mas o grande destaque do filme é o seu excelente elenco, em que os holofotes estão sobre Lady Gaga que realmente tem muita presença na tela e está ótima mas dá para perceber que a personagem não é desafiante porque Ally é a própria Gaga. Por isso que o filme é mesmo de Cooper numa atuação espetacular em um papel difícil e raro em sua carreira: um artista com problema de surdez, alcoólatra e traumas familiares o que só o deixa mais para baixo. E assim Nasce uma Estrela representa uma boa guinada na carreira de Cooper; Lady Gaga é somente um detalhe.

terça-feira, janeiro 01, 2019

O Primeiro Homem

(First Man, EUA, 2018)
Direção: Damien Chazelle
Elenco: Ryan Gosling, Claire Foy, Jason Clarke, Patrick Fugit

Mesmo em um drama biográfico (sobre a vida do engenheiro/astronauta Neil Armstrong), o diretor Damien Chazelle volta ao seu tema fetiche: um homem em busca de seus sonhos. E nesse trabalho, Chazelle mostra um homem decidido a ajudar os EUA a atingir a façanha de lançar um terrestre a lua. No entanto no meio do caminho o astronauta testemunhou e sentiu muitas perdas humanas (e incluindo a morte de sua filha por câncer).
Repetindo a dobradinha iniciada com La La Land - Cantando Estações (2016), o ator Ryan Gosling faz um personagem bem típico de sua carreira, a de uma homem calado, silencioso. Mesmo se repetindo o ator entrega um bom trabalho. Mas o filme tem outros destaques como a ótima trilha sonora de Justin Hurwitz (que ora é sutil ora é chamativa). E também gostei da decisão do diretor de sempre estar perto do rosto dos atores tanto nos momentos familiares como na missão espacial proporcionando intimidade mas sem cair no melodrama. Outra decisão brilhante de Chazelle foi mostrar que nem todos apoiavam a missão espacial, afinal muito dinheiro era gasto na corrida espacial e pouco na melhoria das estatísticas sociais. Com uma produção de primeira, o diretor se firma entre os melhores sempre entregando ótimos filmes sobre a ambição humana.