quarta-feira, julho 25, 2018

Destaque nos cinemas

ILHA DE CACHORROS
(Isle of Dogs, EUA, 2018) de Wes Anderson
Animação. Garoto tenta salvar seu cão quando este é enviado para uma ilha em virtude de uma gripe canina no Japão.



OS INCRÍVEIS 2
(Incredibles 2, EUA, 2018) de Brad Bird
Animação. A Mulher-Elástica se encarrega de proteger o mundo enquanto em casa o Sr. Incrível é responsável pelo lar e os filhos.

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME
(Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, EUA/Inglaterra, 2017) de Martin McDonagh
Drama. Mulher provoca uma comunidade em busca de justiça a respeito do assassinato de sua filha.





LADY BIRD - A HORA DE VOAR
(EUA, 2017) de Greta Gerwig
Drama. Prestes a entrar na vida universitária, garota passa por dilemas e uma relação atrita com a mãe conservadora.

domingo, julho 15, 2018

Tela Super8: Cabaret

O filme Cabaret (EUA, 1972) de Bob Fosse representa com mérito o cinema musical para maiores de 18 anos; em outras palavras a alegria de viver é substituída pela crueldade da realidade, que nesse caso fala do crescimento do nazismo na Alemanha do inicio dos anos 30. Com muita sensualidade, Liza Minelli canta "Mein Herr" numa cena que faz lembrar de outro clássico da Broadway do diretor, Chicago que em 2002 foi adaptado para o cinema por Rob Marshall.

terça-feira, julho 10, 2018

Mãe Só Há Uma

(Brasil, 2016)
Direção: Anna Muylaert
Elenco: Naomi Nero, Daniela Nefussi, Matheus Nachtergaele, Lais Dias.

Após a consagração com o belo Que Horas Ela Volta?, Muylaert dá continuidade as diferenças sociais e ao estudo de personagem. No entanto, a pegada é totalmente diferente no seu novo filme. Se em Que Horas Ela Volta? a diretora mostra maturidade ao focar o abismo entre empregado e patrão. Mãe Só Há Uma, Muylaert enfatiza a linguagem ao abordar o inferno de um jovem saindo da adolescência  chamado Pierre (que é hétero mas que curte a androginia) ao descobrir que foi roubado na maternidade e que sua família biológica é a típica família classe média alta (o horror dos horrores); e o seu nome real é Felipe. Observação: a linguagem a qual me refiro é o uso de câmera na mão nas cenas da sua família inicial e de sua vida íntima representando a liberdade; já quando surge a família biológica e a nova realidade, a diretora usa câmeras estáticas representando o aprisionamento do Pierre ou Felipe a tal condição.
Com um enredo não muito convencional, Muylaert faz um bom trabalho graças ao ótimo elenco, em especial Naomi Nero que mostra carisma em um personagem difícil. Porém, a diretora perde a mão com uma condução ágil demais (o filme tem 80 minutos) em uma obra em que o seu enredo é tão intrigante e cheio de camadas - identidade, convenções sociais, família - e nenhuma delas é dissecada com profundidade. Uma pena pois a sua premissa é tão boa que a gente assiste até o fim reforçando o poder de seu argumento,

quinta-feira, julho 05, 2018

Força Maior

(Force Majeure, Dinamarca/França/Noruega/Suécia, 2014)
Direção: Ruben Östlund
Elenco: Johannes Kuhnke, Lisa Loven Kongsli, Kristofer Hivfur, Fanni Metelius.

Tomas e Ebba e seus dois filhos são turistas dinamarqueses que vão passar as férias em uma estação de esqui nos Alpes. E o que deveria ser pura diversão se transforma em um inferno familiar quando acontece uma falsa avalanche, e ao invés de Tomas proteger a sua família da catástrofe, deixa-os à deriva, um comportamento que causa desapontamento em sua família.
Ruben Östlund é um dos grandes cineastas do momento, e aqui ele mostra todo o seu estilo que  o consagrou em The Square - A Arte da Discórdia: câmeras estáticas, registro do cotidiano no local onde se passa a estória, a música clássica, os dilemas de um homem maduro. Mas em Força Maior, Östlund faz uma obra mais consistente, e um senso de humor que tira onda sobre o tema do macho-alfa e suas obrigações familiares e sociais - algo que até Tomas não consegue compreender (ou o constrangimento é maior por ter consciência de sua impotência). E é esse incômodo que comanda o enredo e brinca com os esteriótipos tão comuns sobre o papel do homem e mulher no núcleo familiar - particularmente em seu final.

domingo, julho 01, 2018

Stromboli

(Stromboli, Itália/EUA, 1950)
Direção: Roberto Rossellini
Elenco: Ingrid Bergman, Mario Vintale, Renzo Cesana, Mario Sponzo.

Karin é uma refugiada da Segunda Guerra Mundial, de passado misterioso, que vive na Itália em busca de uma nova oportunidade ao tentar embarcar para Argentina. Com o visto recusado para o país portenho, a segunda opção é se casar com um soldado italiano. Mas a vida matrimonial é um desastre anunciado quando Karin, uma mulher urbana e moderna, é obrigada a viver em uma ilha seca e pedregosa da Sicília e os seus habitantes conservadores.
Obra-prima do pai do neo-realismo italiano que com Stromboli embarca no melodrama ao usar a lenda da Fênix como metáfora de uma Europa ávida por dias melhores, e agonizada para esquecer um passado bélico. Mas o diretor também alfineta o conservadorismo em razão da repercussão do seu polêmico relacionamento com a estrela Ingrid Bergman, uma afronta na época por que ambos mantiveram um caso mesmo casados com outros. E falando em Ingrid Bergman, ela se apresenta bela, classuda e uma força da natureza carismática. Pena que a sua trilha sonora esteja datada mas isso não diminui o impacto narrativo e visual em particular ao seu belíssimo epilogo.