quarta-feira, janeiro 25, 2023

Globo de Ouro 2023


Tentando renascer das cinzas, o Globo de Ouro abre as premiações televisionadas ano 2023 com uma boa lista de indicados. E na noite de gala, ocorreram surpresas como o indiano RRR vencedor na categoria de melhor canção e a veterana Angela Bassett para atriz coadjuvante. As merecidas vitórias de Argentina,1985 (filme internacional), Pinóquio (animação) e Babilônia (trilha sonora). e na briga entre Os Banshees de InisherinTudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, o filme de Martin McDonagh se saiu melhor com três importantes vitórias. E se no mês de dezembro, Os Falbemans quase sumiu na lista dos críticos dos EUA, o Globo de Ouro demonstrou que Steven Spielberg está mais vivo do que nunca.


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A lista dos vencedores do Globo de Ouro 2023:

Melhor Filme - Drama: Os Falbemans
Melhor Filme - Comédia: Os Banshees de Inisherin
Melhor Direção: Steven Spielberg (Os Fabelmans)
Melhor Ator - Drama: Austin Butler (Elvis)
Melhor Ator - Comédia: Colin Farrell (Os Banshees de Inisherin)
Melhor Atriz - Drama: Cate Blanchett (Tár)
Melhor Atriz - Comédia: Michelle Yeon (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Ator Coadjuvante: Ke Hyu Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Atriz Coadjuvante: Angela Bassett (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
Melhor Filme Estrangeiro: Argentina, 1985 (Argentina)
Melhor Longa em Animação: Pinóquio de Guilermo delToro
Melhor Roteiro: Os Banshees de Inisherin
Melhor Trilha Sonora: Babilônia
Melhor Canção: RRR

sexta-feira, janeiro 20, 2023

Destaques nos Cinemas

GATO DE BOTAS 2: O ULTIMO PEDIDO
(Puss in Boots: The Last Wish, EUA, 2022) de Joel Crawford e Januel Mercado
Animação. Ao perceber que perdeu 07 das 08 vidas, o aventureiro gato de botas busca uma forma de recuperá-las. 





DECISÃO DE PARTIR

(Heojil Kyolshim, Coréia do Sul, 2022) de Park Chan-Wook
Suspense. Detetive investiga um possível assassinato e acaba se envolvendo com a principal suspeita: viúva da vítima. 




OS FABELMANS

(The Fabelmans, EUA, 2022) de Steven Spielberg
Drama. Após assistir a um filme no cinema, jovem decide filmar estórias até descobrir segredos familiares.



CORSAGE

(Áustria/Alemanha/França, 2022) de Marie Kreutzer
Drama. No fim do século 19, a imperatriz da Áustria luta para manter a sua imagem de monarca arranhada com o passar dos tempos.



HOLY SPIDER

(Dinamarca/Suécia/Alemanha) de Ali Abbasi
Drama. Jornalista se arrisca ao investigar um caso de um serial killer que mata prostitutas em uma cidade do Irã.




TÁR
(EUA, 2022) de Todd Field
Drama. Maestrina e compositora consagrada vê o seu mundo ruir quando enfrenta as suas atitudes e os seus segredos.

domingo, janeiro 15, 2023

Lançamentos nos Streamings

AFTERSUN
(Inglaterra/EUA, 2022) de Charlotte Wells
MUBI
Drama. Fragmentos e memórias em que pai e filha passam férias juntos em um resort na Turquia.



CRY MACHO: O CAMINHO PARA REDENÇÃO
(EUA, 2021) de Clint Eastwood
Amazon Prime
Drama. Vaqueiro aposentado aceita a missão de transportar o filho de seu ex-chefe do México para os EUA.




EMA
(Chile, 2019) de Pablo Larrain
MUBI
Drama. Casal passa por problemas no relacionamento que envolve o seu filho adotivo.



FESTA DE FAMILIA

(Festen, Dinamarca/Suécia, 1998) de Thomas Vinterberg
MUBI
Drama. Em uma festa de família alegre se torna um pesadelo quando segredos familiares são revelados.




FILADELFIA
(Philadelfia, EUA, 1993) de Jonathan Demme
HBO Max
Drama. No início dos anos 90, advogado ver sua vida e carreira profissional ruir ao ser infectado pelo HIV.



O MENU 
(The Menu, EUA, 2022) de Mark Mylod
Star+
Terror. Casal rico se desloca para um restaurante da alta gastronomia mas o seu menu reserva surpresas.



O PÁLIDO OLHO AZUL
(The Pale Blue Eye, EUA, 2022) de Scott Cooper
Netflix
Suspense. Em 1830, um detetive investiga um crime em conjunto com um jovem que se tornaria um mestre do fantástico e terror.



OU TUDO OU NADA
(The Full Monty, Inglaterra, 1997) de Peter Catanneo
Star+
Comédia. Seis homens desempregados descobrem que tirar a roupa em um palco pode gerar uma grana.

terça-feira, janeiro 10, 2023

Aftersun

(Inglaterra/EUA, 2022)
Direção: Charlotte Wells
Elenco: Paul Mescal, Frankie Corio, Ruby Thompson, Celia Rowlson-Hall

Calum, um rapaz na casa dos 30 anos de idade, e Sophie sua filha de 11 anos, passam as férias em um resort na Turquia. Dessa convivência aparentemente comum somos testemunhas de duas vidas que parecem mais distantes que próximas. Enquanto Sophie é uma garota esperta dando sua primeiras experiências de vida; o pai é jovem melancólico e desapontado com uma vida banal e sem muitas expectativas.
Estréia da cineasta inglesa Charlotte Wells que aqui foge do comum, do convencional, e foca em um estilo pessoal que recorda Sofia Coppola mas com uma pegada mais sombria. Aqui a diretora alia o drama do cotidiano mas com um clima que remete a imprevisibilidade da relação entre pais e filhos. Aftersun se apoia nos longos planos e diálogos banais mas consegue imprimir uma sinceridade singular sobre a paternidade e a maturidade.
O filme tem muitos destaques a começar pela ótima trilha sonora de Oliver Coates que acentua o suspense e a tristeza nas longas tomadas da cineasta. A intrigante montagem de Blair McClendon que usa a criatividade ao elaborar um jogo de ponto de vista de Calem e Sophie a respeito de uma banal férias em um lugar distante do seu mundo.
Mas o ponto alto do filme é a química perfeita entre a garota Frankie Corio que ilumina a tela com a madura e curiosa Sophie, enquanto Paul Mescal encanta ao compor um jovem que sente o peso do tempo e das responsabilidades de pai.
Aftersun é um delicado e intricada colcha de retalhos sobre drama familiar, memórias, e pontos de vistas. Os questionamentos, descobertas e desilusões se misturam numa viagem aparentemente comum mas que aqui ganha interessantes símbolos. Wells é uma das revelações do ano ao impor um estilo, uma visão com bastante propriedade sobre memórias, recordações e amadurecimento.

quinta-feira, janeiro 05, 2023

Até os Ossos

(Bones and All, EUA/Itália, 2022)
Direção: Luca Guadagnino
Elenco: Taylor Russell, Timothée Chamalet, Mark Rylance, Michael Stuhlbarg.

Maren é uma jovem recém-saída da adolescência e que tem um gosto/instinto peculiar: o canibalismo. E por sobrevivência, ela e seu pai vivem mudando de cidade para esconder essa condição até que chegou um momento que essa proteção se desfaz com a fuga do pai. Desesperada, Maren cai na estrada em busca de resposta sobre si mesma, e encontrar o paradeiro da mãe que ela nunca conheceu. E nessa jornada ela conhecerá figuras na mesma condição que a sua, em especial o jovem desajustado Lee.
Ao sair do cinema após ver o filme Até os Ossos, confesso que tive que...digerir os temas e as camadas que o roteiro explora. Baseado no romance de Camille DeAngelis, o cineasta Luca Guadagnino mostra todo um talento em contar a história de uma jovem e suas descobertas e sua trilha para a maturidade. Aqui o filme anda de mãos dadas com Me Chame pelo seu Nome, mas de um contexto diferente em virtude da sua temática que aborda identidade, solidão e hereditariedade. Um misto de roadmovie, suspense e romance.
Os pontos altos do filme: a linda fotografia de Arseni Khachaturan expondo a rica natureza do interior dos Estados Unidos em contraponto a brutal natureza dos personagens. A boa trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, em que a dupla compõe um clima bem 1980/1990 dando um certo charme. A edição eficiente de Marco Costa que sabe amarrar bem a imprevisibilidade do enredo. E a direção corajosa de Luca Guadagnino que toca assuntos sensíveis como o canibalismo sem cair no clichê. Um trabalho originalíssimo em que ele usa um tema tabu para expiar tópicos da condição humana.
O elenco está em estado de graça a começar pela protagonista Taylor Russell que demonstra delicadeza ao impor o desamparo e a melancolia de Maren. Destaque para a assustadora atuação de Mark Rylance e Michael Stuhlbarg. Até os Ossos é o filme mais bizarro do ano (até agora). E uma grata e boa surpresa.

domingo, janeiro 01, 2023

Sra. Harris vai a Paris

(Mrs. Harris goes to Paris, Inglaterra/França, 2022)
Direção: Anthony Fabian
Elenco: Lesley Manville, Isabelle Huppert, Lambert Wilson, Jason Isaacs.

Em Londres da década de 1950, a senhora Harris é uma viúva que trabalha como faxineira. Certo dia, ela se encanta com um vestido da patroa a ponto de desejá-lo, mas o valor exorbitante é um choque de realidade. No entanto, ela se enche de esperança e vontade para ir a Paris para comprar o vestido da Dior que o destino acaba lhe ajudando. Mas a sua ida a cidade luz será uma jornada de resiliência.
Senhora Harris vai a Paris é uma típica obra inglesa que esbanja uma produção de primeira em que a reconstituição de época é um primor. E o elenco é de primeira composta por atores ingleses e franceses com destaque para Lesley Manville que aqui dá vida há uma Poliana adormecida em virtude da perda do marido na Segunda Guerra Mundial e a difícil vida de uma faxineira.
Mas nem tudo são flores no filme de Anthony Fabian. Confesso que o mundo de hoje me fez sentir um certo incomodo com a "sorte" da Senhora Harris. Afinal, se toda hora que ela erra - e no mesmo instante algo extraordinário acontece - acaba tornando aborrecido no decorrer da narrativa. O raio não cai duas vezes no mesmo local. Isso estraga a experiência e torna um tanto quanto previsível. Mas o filme tem um clique interessante ao focar na estratégia das marcas de moda daquela época; na mudança da mentalidade da exclusividade para algo acessível. Mas no fim, Senhora Harris vai a Paris é uma boa e saudosa sessão da tarde.