terça-feira, junho 20, 2023

Destaque nos cinemas

HOMEM -ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO

(Spider-Man: Across The Spider-Verse, EUA, 2023) de Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin Thompson
Animação. O jovem homem-aranha embarca em uma nova aventura no multiverso com a ajuda da mulher-aranha e outros heróis da turma Aranha.


INDIANA JONES E A RELIQUIA DO DESTINO

(Indiana Jones and the Dial of Destiny, EUA, 2023) de James Mangold
Aventura. Prestes a se aposentar, o famoso arqueólogo entra em uma nova aventura ao defender que um poderoso artefato caia em mãos erradas.



ELEMENTOS
(Elemental, EUA, 2023) de Peter Sohn
Animação. Em uma sociedade perfeita os quatro elementos da natureza (água, fogo, terra e ar) vivem em harmonia.

quinta-feira, junho 15, 2023

Lançamentos nos streamings

ALUCINAÇÕES DO PASSADO
(Jacob´s Ladder, EUA, 1990) de Adrian Lyne
Mubi
Suspense. Veterano do Vietnã volta a realidade nos EUA mas o passado traumático torna sua vida um tormento.


ATÉ OS OSSOS
(Bones and All, EUA/Itália, 2023) de Luca Guadagnino
Amazon Prime
Suspense. Garota embarca numa viagem para descobrir o seu passado e compreender o seu instinto canibal.


AVATAR: O CAMINHO DA AGUA
(Avatar: The Way of Water, EUA, 2022) de James Cameron
Disney+
Aventura. Após um período de paz o casal Jake e Neytiri foge da perseguição dos terráqueos em uma nova tribo que vive na água.


O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
(Brasil, 1968) de Rogério Sganzerla
Mubi
Policial. Bandido que ataca usando uma lanterna de luz vermelha é perseguido pela polícia.




FERRUGEM E OSSO
(De Roulille et D´os, França, 2012) de Jacques Audiard
HBO Max
Drama. Homem conhece uma treinadora de baleias e a relação entre eles se intensifica após um terrível acidente.



LADRÕES DE BICICLETA
(Ladri di Biciclette, Itália, 1948) de Vittorio de Sica
Mubi
Drama. Homem entra em desespero quando o seu meio de trabalho (uma bicicleta) é roubada.




PIXOTE - A LEI DO MAIS FRACO
(Brasil, 1980) de Hector Babenco
Mubi
Drama. A sofrida vida de um jovem delinquente que vive a mercê de um estado cruel e uma sociedade desumana.

sábado, junho 10, 2023

Retorno a Howard´s End

(Howard´s End, 1992)
Direção: James Ivory
Elenco: Emma Thompson, Anthony Hopkins, Helena Bonham-Carter, Vanessa Redgrave.

Na Inglaterra de 1910, uma estranha ligação acontece entre as liberais e pobres irmãs Schlegel e a família rica e conservadora Wilcox. Primeiro, a impulsiva e rebelde Helen Schlegel se apaixona por um dos filhos de Henry Wilcox mas a relação dura dias - tempo suficiente pata gerar atritos nas duas famílias. Mas também nasce uma amizade cordial entre a madura Margareth Schlegel e a sensível Ruth Wilcox, esposa de Henry. Quando esta morre, a família Wilcox fica surpresa ao descobri que Ruth tinha deixado a casa de campo chamada Howard´s End para Margareth. Esta situação faz Henry se aproximar de Margareth até surgir uma inesperada cumplicidade entre ambos. E também mais descontentamento entre as duas famílias.
A casa que dá título ao filme é o mero cenário das mudanças sociais e políticas da Inglaterra as vésperas da Primeira Guerra Mundial. Aqui surge o embate - e também a fascinação (?) - por mulheres modernas e liberais que tentam se distanciar das amarras sociais. E também dar visão a mais evidente classe trabalhadora.
E como toda produção da dupla Merchant-Ivory é um deleite cinematográfico. A linda fotografia de Toni Pierce-Roberts que explora com perfeição o cenário rural inglês. O design de produção que faz o público voltar ao tempo. A trilha sonora no ponto de Richard Robbins que é dramática mas não cai no melodrama. O roteiro da veterana Ruth Prawer Jhabvala que é uma especialista em adaptação literária (especialmente E. M. Forster) é uma aula de escrita com os seus diálogos naturais que mostra com clareza os sentimentos humanos e a rigidez social do período. E como todo filme britânico o elenco é afiado com destaque para a até então desconhecida Emma Thompson que sai consagrada nesta produção.
Atualmente vejo críticos mais jovens menosprezando o filme por achar monótono e chato. Mas eu vejo o oposto. James Ivory filma uma crônica elegante e classuda sobre a emancipação política das mulheres que buscavam se informar mais (ler livros de teor político e social,  e participar de clubes de discursão) e ajudar o mais próximo.

segunda-feira, junho 05, 2023

Noites Alienígenas

(Brasil, 2022)
Direção: Sérgio de Carvalho
Elenco: Chico Diaz, Gabriel Knoxx, Adanilo Reis, Joana Gatis.

Na periferia da capital do Acre, Rio Branco, somos apresentados a um pacato traficante de droga local chamado de Alê, o seu subordinado e ambicioso Riva (e consequentemente a sua namorada Sandra e a sua mãe Beatriz), e por fim ao usuário de drogas Paulo que se afundou de vez no vício (e ex-companheiro de Sandra). 
A primeira produção do Acre a vencer o Kikito de melhor filme no Festival de Gramado 2022 chama atenção em expor a diversidade da periferia de Rio Branco (o que poderia ser facilmente encontrada em outras cidades do país). A crueza do funk com a sensualidade do carimbó; o sincretismo dos costumes indígenas com a forte presença da igreja evangélica; a busca pelo empoderamento das minorias (negros, pobres, gays e transexuais). Mas o seu o alvo é a violência gerada pelo comércio das drogas. Neste tópico foca em três pontos: o chefe do tráfico, o traficante e o usuário. O primeiro retratado com maneirismo (e brilhantismo) por Chico Diaz que transforma Alê em uma espécie de Dom Corleone que sempre atuou no ramo ilegal mas de uma forma comedida e à sua maneira (ajuda outras pessoas e oferece drogas de graça quando lhe convém). O seu comportamento é reprovado pelo traficante Riva que não vê mais futuro com o Alê, e decide trabalhar por uma facção criminosa de fora que atua de forma repressora e violenta. E por fim o usuário Paulo (interpretado com naturalismo impressionante de Adanilo Reis) que não consegue se desligar do vício o que gera um enorme desapontamento a si e aos que estão em sua volta.
Noites Alienígenas é um retrato da omissão do Estado perante a tudo que o pobre favelado representa no Brasil: a busca constante pela sua identidade e dignidade em um país que faz questão de marginalizar e diminuir; a violência das organizações criminosas que se sentem mais a vontade de expor a sua dominação sem limites (afinal a elite não se interessa com o que acontece nas periferias).O segundo filme de Sérgio de Carvalho é uma boa denúncia e também um retrato pulsante sobre um microcosmo de uma pequena grande realidade brasileira.

quinta-feira, junho 01, 2023

Nada É Para Sempre

(A River Runs Throught It, EUA, 1992)
Direção: Robert Redford
Elenco: Craig Sheffer, Brad Pitt, Tom Skerritt, Emily Lloyd.

No início do século XX entre rios e floresta do estado da Montana nos Estados Unidos, vive uma família encabeçada por um rígido pastor e sua esposa amável e submissa. O núcleo restante é formado pelos irmãos Norman e Paul. Enquanto o primeiro é o mais velho e tem senso de responsabilidade; o mais novo é rebelde e impulsivo. Mas as diferenças não atrapalham a bela amizade entre os dois que conseguem se conectar através da arte da pescaria.
Com a linda fotografia de Philippe Rousselot, que ganhou merecidamente o Oscar, é o grande destaque da obra de Robert Redford que invoca o poder da natureza na vida dos homens. Aqui o pueril e o bucólico dão o tom ao filme que está longe de ser arrastado (boa montagem de Robert Estrin e Lynzee Klingman) e que foca na jornada dos dois irmãos. E o enredo não transforma os protagonistas em um duelo de personas ou uma competição familiar, e sim como elementos individuais que se complementam. A família e o sangue se juntam mas é o dom pescaria que torna tudo mais complexo. Redford consegue fazer lindas cenas das pescarias que facilmente dá para enquadrar em alguma moldura. O elenco é bom com destaque a um energético Brad Pitt que iniciava a sua escalada ao estrelado com este filme.
Nada É Para Sempre é um filme comercial mas com um viés contemplativo; as mudanças na narrativa acontece sem pressa e com delicadeza. Redford faz um bonito filme sobre o poder da natureza e a força da família.