sexta-feira, dezembro 31, 2021

Nota do Blog - Os Melhores Filmes do Ano

O ano de 2021 finalmente termina com o retorno gradual do público nos cinemas, além de uma boa safra de filmes - ainda um reflexo do caos de 2020 em que muitos filmes ficaram na gaveta aguardando dias melhores. E os melhores cineastas da atualidade não vacilaram e entregaram belas obras como Spielberg, Sciamma, Campion, Almodóvar, Farhadi, Baker, Anderson e o simplesmente Joe.  E belas surpresas como Ducornau e Hamaguchi. E o cinema brasileiro retornou tímido mas entregou um Muritiba intrigante e otimista. E que assim venha 2022.

***

MELHORES FILMES DE 2021:

Amor, Sublime Amor (EUA) de Steven Spielberg
O Ataque dos Cães (Nova Zelândia) de Jane Campion
Belfast (Inglaterra) de Kenneth Branagh
Deserto Particular (Brasil) de Aly Muritiba
Drive My Car (Japão) de Ryusuke Hamaguchi
Fuga (Dinamarca) de Jonas Poher Rasmussen
Um Herói (Irã) de Asghar Farhadi
Licorice Pizza (EUA) de Paul Thomas Anderson
Mães Paralelas (Espanha) de Pedro Almodóvar
Memoria (Colômbia) de Apichatpong Weerasethakul
Pequena Mamãe (França) de Céline Sciamma
A Pior Pessoa do Mundo (Noruega) de Joachin Trier
Red Rocket (EUA) de Sean Baker
Titane (França) de Julia Ducournau

Menção honrosa: Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina) de Jasmila Zbanic





FELIZ NATAL 
E UM ÓTIMO ANO NOVO
(E CONTINUANDO COM OS CUIDADOS E CAUTELA A RESPEITO DA PANDEMIA).

segunda-feira, dezembro 20, 2021

Destaques nos Cinemas

KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS

(EUA, 2021) de Reinaldo Marcus Green
Drama. A obstinação de um pai em querer transformar as suas filhas em verdadeiras campeãs do tênis (um esporte majoritariamente elitista branco).




AMOR, SUBLIME AMOR

(West Side Story, EUA, 2021) de Steven Spielberg
Musical. Na Nova Iorque da década de 1950, um americano e uma latina se apaixonam em meio aos conflitos de duas gangues rivais.




MATRIX: A RESSUREIÇÃO

(The Matrix Ressurections, EUA, 2021) de Lana Wachowski
Ficção científica. Após o fim da guerra entre humanos e máquinas, Neo vive na Matrix totalmente alienado da realidade.




BENEDETTA

(França/Holanda, 2021) de Paul Verhoeven
Drama. Na Itália do século 17, uma freira tem visões perturbadoras que a faz aproximar de uma noviça o que inicia em um tórrido caso de amor.



O HOMEM IDEAL
(Ich bin dein Mensch, Alemanha, 2021) de Maria Schrader
Comédia. Cientista cria um robô semelhante ao ser humano para uma provocativa missão: torná-la feliz.

quarta-feira, dezembro 15, 2021

Lançamentos nos Streaming

ATAQUE DOS CÃES
(The Power of the Dog, Nova Zelândia/EUA, 2021) de Jane Campion
Netflix
Drama. A relação de dois irmãos é conturbada com a chegada da nova esposa de um deles.



BEING THE RICARDOS 
(EUA, 2021) de Aaron Sorkin
Amazon Prime Video
Drama. No auge do sucesso, o famoso casal da TV americana da década de 1950, Lucille Ball e Desi Arnaz tentam resolver a sua crise matrimonial e as suas carreiras.



BELA VINGANÇA
(Promissing Young Woman, Inglaterra/EUA, 2020) de Emerald Fennell
Telecine Play
Suspense. Jovem apresenta uma dupla vida: de dia é uma comum garçonete; a noite caça homens se fazendo de bêbada.



A CHEGADA
(Arrive, EUA, 2016) de Denis Villeneuve
Star Plus
Ficção cientifica. Uma professora de linguística é contratada por militares para comunicar com extraterrestres que subitamente apareceram no planeta.



CLUBE DE COMPRAS DALLAS
(Dallas Byers Club, EUA, 2013) de Jean-Marc Vallée
Star Plus
Drama. Um mero eletricista rude luta pela sua sobrevivência após ser diagnosticado com HIV em 1985.



A FILHA PERDIDA
(The Lost Daughter, EUA, 2021) de Maggie Gyllenhaal
Netflix
Drama. Uma senhora passa férias na Europa e fica obcecada por uma jovem e sua filha o que a faz refletir sobre sua vida.



GAROTA EXEMPLAR
(Gone Girl, EUA, 2014) de David Fincher
Star Plus
Suspense. Por trás de um casamento perfeito, marido é o principal suspeito do desaparecimento de sua esposa.



JOHN WICK 3 - PARABELLUM
(EUA, 2019) de Chad Stahelski
Telecine Play
Ação. Após matar um importante membro do crime organizado, John Wick é alvo de perigosos pistoleiros.


O IMPOSSIVEL
(The Impossible, EUA/Espanha, 2012) de Juan Antonio Bayona
Star Plus
Drama. Família de férias na Tailândia tenta sobreviver a um dos maiores desastres da natureza: o grande tsunami de 2004.


LA LA LAND - CANTANDO ESTAÇÕES
(EUA, 2016) de Damien Chazelle
Star Plus
Musical. A estória de amor entre um músico e uma atriz em uma Los Angeles de conto de fadas.


UM LINDO DIA DA VIZINHANÇA
(Beautiful Day in the Neighborhood, EUA, 2019) de Marriele Heller
Amazon Prime Video
Drama. Um jornalista faz uma matéria entrevistando um famoso apresentador de um programa infantil e desse encontro nasce uma grande amizade. 


A MÃO DE DEUS
(É Stata la Mano di Dio, Itália, 2021) de Paolo Sorrentino
Netflix
Drama. Na década de 1980, um jovem vive um turbilhão de emoções: da chegada do ídolo do futebol Maradona a uma tragédia familiar.


1917
(Inglaterra/EUA, 2019) de Sam Mendes
Amazon Prime Video
Guerra. Nas trincheiras da 1ª Guerra Mundial, dois soldados britânicos tem a difícil missão de atravessar o território inimigo para salvar a vida de colegas que correm perigo de vida.



NÃO OLHE PRA CIMA
(Don´t Look Up, EUA, 2021) de Adam Mckay
Netflix
Comédia. Dois desconhecidos astrônomos descobrem que um grande asteroide esta em direção a Terra - o que viram chacota por todos.




O QUARTO DE JACK
(Room, EUA, 2015) de Lenny Abrahamson
Star Plus
Drama. Mae e filho vivem em um minúsculo quarto isolado de todo mundo. 




O SACRIFICIO DO CERVO SAGRADO
(Killing of a Sacred Deer, EUA/Inglaterra, 2017) de Yorgos Lanthimos
HBO Max
Suspense. A vida de um renomado cirurgião é virada do avesso quando inicia uma amizade com um misterioso rapaz.

sexta-feira, dezembro 10, 2021

Identidade

(Passing, EUA/Inglaterra, 2021)
Direção: Rebecca Hall
Elenco: Tessa Thompson, Ruth Negga, Andre Holland, Bill Camp.

Em um dia quente de verão na Nova Iorque da década de 1920, a dona de casa Irene demonstra total desconforto em uma livraria rodeada de brancos. Para aliviar a tensão se desloca para uma casa de chá e lá se esbarra em uma antiga amiga chamada Claire. Desse reencontro, Irene não se sente nada agradável ao ver a vida que sua amiga vive: de cabelos platinados e casada com um branco rico que não esconde ser racista (ele não considera a esposa uma negra). Do reencontro problemático, Irene se distancia da amiga mas esta insiste em lhe contatar, e esta segunda oportunidade revela um olhar mais aguçado sobre Claire (que sente a necessidade de se conectar com as suas origens), e da própria Irene (uma mulher forte e decidida mas que aqui se revela insegura com relação ao futuro dos seus filhos).
Uma das revelações do Festival de Sundance 2021, Identidade impressiona por várias virtudes e a sua principal qualidade se chama Rebecca Hall. Atriz inglesa de prestigio, surpreende ao comandar a adaptação da obra de Nella Larsen. O filme apresenta um tom teatral mas que a diretora consegue superar essa adversidade graças as ótimas tomadas de câmera. Rebecca Hall de novata tem uma pegada de uma veterana. Outro ponto altíssimo da produção é o trabalho em simbiose entre a diretora e a fotografia soberba do espanhol Eduard Grau que aumenta a qualidade pois em certos momentos cada frame parece um lindo quadro. Outra curiosidade: de início o elaborado preto-e-branco da fotografia parece esconder, disfarçar os traços raciais das protagonistas o que de cara a imagem se torna um elemento que condiz com a temática do filme e até mesmo do seu titulo. Outro achado é o belíssimo design de produção de Nora Mendis que ajuda o público a embarcar no delicado contexto.
Além da parte técnica, o elenco arrebenta especialmente a ótima dupla formada entre Tessa Thompson e Ruth Negga (esta rouba a cena) dando vida a duas mulheres sensíveis que escondem e trazem a tona as dores da segregação racial. Enquanto a Irene de Tessa Thompson é politizada, consciente do que é ser negro nos EUA - no entanto surpreende ao apresentar uma decisão tipicamente materna mas que não condiz com a sua personalidade quando cria uma bolha de normalidade para os seus filhos; já Ruth Negga esbanja uma sensualidade melancólica no papel de Claire, uma mulher negra criada por brancos mas que vive no meio termo entre as raças tornando-a um ser vulnerável, frágil, e inseguro.
O debut de Rebecca Hall impressiona pois mesmo sendo branca, ela revela propriedade para falar do racismo mas com um contexto focado na minoria afinal ela está falando de mulheres em que independentemente da raça sofreram e ainda sofrem com o preconceito e o descaso de uma sociedade patriarcal. Mas aqui a diretora traz uma indagação: o que é ser negro, branco? Por um momento, a fotografia cria essa ilusão de ótica mas os anseios de Irene e Claire jogam na tela a dor de serem tratadas com insignificância. E através de um roteiro elegante e coeso, a diretora trata tanto os personagens como o público com sensibilidade, sem cair no melodrama. Uma ótima surpresa na safra de 2021.

domingo, dezembro 05, 2021

Noite Passada em Soho

(Last Night in Soho, Inglaterra/EUA, 2021)
Direção: Edgar Wright
Elenco: Thomasin McKenzie, Anya Taylor-Joy, Terence Stamp, Diana Rigg

Na projeção de Noite Passada em Soho, fiquei surpreso (e até encantado) com o uso de canções e números musicais em um filme de terror psicológico!!! Em seu filme anterior, o empolgante Em Ritmo de Fuga, o diretor Edgar Wright também usa uma ótima coletânea de músicas que encaixa perfeitamente nas cenas de perseguição típica do gênero de ação. Conclusão: será uma trilogia musical que brinca com gêneros distintos? Pelo menos o diretor consegue explorar terrenos com muita criatividade.
Aqui vai o resumo de Noite Passada em Soho. Eloise é uma jovem que concretiza um sonho: estudar moda em uma conceituada universidade de Londres. Sob os cuidados da avó, esta não gosta da ideia da neta sozinha e demonstra que Eloise esconde algo. Mesmo assim, a protagonista se muda para a capital da Inglaterra. Mas a chegada a república é pesada com a estranha figura de um homem de comportamento hostil e obsceno, além dos atritos com a colega de quarto nada receptiva. Com o clima tenso, ela decide se mudar para uma quitinete. E neste local - inusitadamente - ela consegue voltar ao tempo e realizar uma outra fantasia sua: vivenciar a Londres da década de 1960. E nesse ambiente, ela conhece Sandy, uma garota sexy que sonha em ser cantora. Mas este desejo vai enveredando por caminhos nebulosos.
Com um trabalho fantástico de design de produção de Marcus Rowland, o filme realmente consegue levar o público a efervescência cultural de Londres na década de 1960, um período revolucionário na moda, música e costumes. E esse universo cai como uma luva para Wright elaborar ótimas tomadas de câmera em conjunto com a montagem de Paul Machliss que sempre se encontra na quinta marcha. Outro destaque é a psicodélica fotografia de Chung-hoon Chung que usa e abusa de cores neon em muitos cenas reforçando a atmosfera de sonho (ou pesadelo?) o que recorda o barroquismo de Suspiria. Mas o filme bebe direto da fonte do clássico Repulsa ao Sexo (lançado no ano que o filme de Wright se passa). Em Noite Passada em Soho relata uma garota retraída com traumas familiares, além de esconder um estranho dom tornando-a a vítima perfeita para o bullying. Aqui a obra envereda para o terror da desvalorização da mulher tanto por parte dos homens na década de 1960, como pelas próprias mulheres
como é o caso da colega do curso de moda Jocasta que trata mal a protagonista.
Com um ótimo material em mãos, o diretor faz um bom trabalho mas não chega no mesmo nível do filme anterior pois percebo uma certa preocupação no estilo o que distancia de outros filmes consagrados no horror atual tanto na linguagem como na imagem como A Bruxa e Midsommar: O Mal Não Espera a Noite. Mas para quem busca bons sustos, o filme é uma boa pedida.

quarta-feira, dezembro 01, 2021

Amor, Sublime Amor

(West Side Story, EUA, 2021)
Direção: Robert Wise e Jerome Robbins
Elenco: Natalie Wood, Richard Beymer, Rita Moreno, George Chakiris

Assisti Amor, Sublime Amor na minha adolescência e confesso que o filme não me encantou. Pelo contrário, achei chato e maçante. Resumo da ópera: não estava preparado para conferir o filme na sua totalidade. E com a aproximação da versão de Steven Spielberg (que agora me preocupa) dei mais uma chance a este musical tão falado e admirado. Pois bem, mordi minha língua. Que filmaço! Antes não tinha reparado na força e criatividade dos seus realizadores nesta singular obra que usa um enredo batido (Romeu e Julieta de novo!!!) mas de uma forma revigorante, energética além de inserir criticas sociais pertinentes.
No subúrbio de Nova Iorque da década de 1960, brancos e a comunidade latina não conseguem se entender numa situação representada pela rincha entre duas gangues: a americana Jets e a porto-riquenha Sharks. E esse caldeirão prestes a explodir ganha mais um combustível: o branco Tony se apaixona pela irmã do chefe dos Sharks, Maria.
Amor, Sublime Amor inicia com uma linda abertura em que a câmera sobrevoa Nova Iorque partindo de Manhattan expondo prédios, ruas assimétricas até chegar no subúrbio pobre onde vivem os protagonistas. Assim, o grande Robert Wise (A Noviça Rebelde) realiza um musical com veia cinematográfica, e com a ajuda primordial do seu co-diretor e coreógrafo Jerome Robbins, ambos criam fantásticos movimentos de câmera que hora acompanham os atores, em outros momentos brinca com a posição do elenco na cenografia. Ótimo uso de efeitos óticos como no primeiro encontro de Maria e Tony. Aqui a dupla Wise e Robbins realizam um musical que mais dançado do que cantado gerando cenas de impacto como os 15 minutos iniciais em que não existe dialogo e sim uma coreografia que expõe a rotina do bairro e joga de cara o conflito das gangues. Confesso que o inteligente uso da cenografia e danças me chamou muita atenção e não lembro de um outro filme que use esse recurso (penso que o britânico Os Sapatinhos Vermelhos (1948) também usou o mesmo artifício mas não assisti ao filme de Michael Powell e Emeric Pressburger).
Outro destaque é o show da parte técnica. O fantástico casamento entre a fotografia quente e iluminada de Daniel L. Fapp e a direção de arte de Boris Leven e Victor A. Gangelin que recria em estúdio o subúrbio é o suficiente para a dupla de diretores encenarem belas cenas. A montagem de Thomas Stanford também tem um papel importante ao imprimir uma energia contagiante ao filme.
E a Natalie Wood e Robert Beymer estão bem como "Julieta e Romeu" mas é a dupla de latinos Rita Moreno e George Chakiris que roubam a cena com a energia e sensualidade à flor da pele.
Amor, Sublime Amor é mais uma adaptação do clássico de Shakespeare mas que se sobressai pela criatividade, vigor e pujança e por tocar no dedo em feridas ainda atuais como a violência urbana, a xenofobia, o ódio (a polícia faz pouco caso com as desavenças o que alimenta mais esse segregacionismo). E de quebra tem um final tocante e emocionante. Vencedor merecidamente de 10 Oscars incluindo melhor filme e direção, Amor, Sublime Amor é um clássico atemporal que dar um pontapé inicial ao musical adulto em que anos mais tarde seria dominado pelo mestre Bob Fosse.

quinta-feira, novembro 25, 2021

Mostra de Cinema de São Paulo 2021

 


Nos dias xx de outubro a 03 de novembro realizou (de forma híbrida, sessões online e presenciais) a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2021. O júri composto por Beatriz Seigner, Carla Caffe e Joel Zito Araújo premiaram Clara Sola da sueca Nathalie Álvarez Mesén. O público aprovou o brasileiro Urubus de Claudio Borrelli e Onoda - 10 Mil Noites na Selva do francês Arthur Harari. Mas o grande chamariz da Mostra foram os destaques nos principais festivais. De Cannes vem a sensação Titane da francesa Julia Ducournau; o elogiado A Crônica Francesa do americano Wes Anderson; e o super comentado Um Herói do iraniano Asghar Farhadi. Do Festival de Veneza chega o terror particular Noite Passada em Soho do britânico Edgar Wright; e o representante do Brasil no Oscar 2022, Deserto Particular de Aly Muritiba.


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A lista dos vencedores da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2021:


Prêmio do Júri - Melhor Filme: Clara Sola (Suécia, Costa Rica e Bélgica) de Nathalie Álvarez Mesén

Prêmio do Público - Melhor Filme Internacional: Onoda - 10 Mil Noites na Selva (França, Japão, Alemanha, Bélgica, Itália e Camboja) de Arthur Harari

Prêmio do Público - Melhor Documentário Internacional: Summer of Soul (...ou, Quando a Revolução Não pôde Ser Televisionada  (EUA) de Ahmir Questlove

Prêmio do Público - Melhor Filme Brasileiro: Urubus de Cláudio Borrelli 

Prêmio do Público - Melhor Documentário Brasileiro: O Melhor Lugar do Mundo É Agora de Caco Ciocler

Prêmio da Crítica - Melhor Filme Internacional: O Compromisso de Hasan (Turquia) de Semih Kaplanoglu

Prêmio da Crítica - Melhor Filme Brasileiro: Urubus de Cláudio Borrelli

sábado, novembro 20, 2021

Destaques nos Cinemas

MARIGUELLA

(Brasil, 2019) de Wagner Moura
Drama. História do deputado Carlos Mariguella que se opôs a ditadura militar brasileira ao se transformar em um guerrilheiro.




NOITE PASSADA EM SOHO

(Last Night in Soho, Inglaterra, 2021) de Edgar Wright
Terror. Estudante de moda se fascina tanto com a Londres da década de 1960 que consegue voltar ao tempo...mas com consequências sombrias.

A CRÕNICA FRANCESA

(The French Dispatch, EUA, 2021) de Wes Anderson
Comedia dramática. Na França do século XX, um jornal americano chamado A Crônica Francesa relata estórias singulares da região.




CASA GUCCI

(House of Gucci, EUA, 2021) de Ridley Scott
Drama. Biografia de uma importante família italiana que se destacou no mundo da moda e das páginas policiais.





DESERTO PARTICULAR

(Brasil, 2021) de Aly Muritiba
Drama. Um policial com a carreira em risco em Curitiba joga tudo para o alto ao se enveredar pelo sertão baiano para encontrar uma pessoa que conheceu virtualmente.



MEDIDA PROVISÓRIA
(Brasil, 2021) de Lázaro Ramos
Drama. No Brasil do futuro, dois homens se escondem das autoridades após o governo federal criar uma medida obrigando todos os negros brasileiros a retornarem a África.

segunda-feira, novembro 15, 2021

Lançamentos nos Streamings

ANTES DO PÔR DO SOL
(Before Sunset, EUA, 2004) de Richard Linklater
HBO Max
Drama. Após um breve e inesquecível encontro 09 anos atrás, Celine e Jesse se reencontram novamente em Paris 




OS BONS COMPANHEIROS
(Goodfellas, EUA, 1990) de Martin Scorsese
HBO Max
Drama. Biografia do mafioso Henry Hill, um americano ítalo-irlandês que encontrou a glória e a decadência no mundo da máfia de Nova Iorque.


DOUTOR SONO
(Doctor Sleep, EUA, 2019) de Mike Flanagan
Telecine Play
Terror. Após sobreviver a traumática infância, Dan Torrance se envolve em uma aventura sobrenatural envolvendo uma garota que tem os mesmos poderes que o dele.


DUNA
(Dune, EUA, 2021) de Denis Villeneuve
HBO Max 
Ficção cientifica. No futuro distante, uma guerra intergaláctica inicia quando vários povos lutam pelo controle de um planeta rico de uma substancia vital nas viagens espaciais.




O FAROL
(The Lighthouse, EUA, 2019) de Robert Eggs
Amazon Prime
Terror. Jovem de passado misterioso chega em uma ilha para trabalhar em um insólito farol e entra em choque com o funcionário local.



IDENTIDADE
(Passing, EUA, 2021) de Rebecca Hall
Netflix
Drama. O encontro de duas mulheres negras que apresentam um comportamento distinto a respeito do preconceito racial em plena década de 1920 nos EUA.


QUE HORAS ELA VOLTA?
(Brasil, 2015) de Anna Muylaert
Netflix
Drama. Jovem decide morar com a mãe, uma empregada doméstica, o que desestabiliza a rotina da casa da patroa.




SHANG-CHI E A LENDA DOS DEZ ANÉIS
(Shang-Chi and The Legend of the Ten Rings, EUA, 2021) de Destin Daniel Cretton
Disney Plus 
Aventura. Um lutador de artes-marciais é assombrado pelo passado quando encontra uma organização chamada de Dez Anéis.

TICK, TICK...BOOM

(EUA, 2021) de Lin-Manoel Miranda
Netflix
Musical. Jovem tem o desejo de se tonar um grande compositor mas a difícil realidade torna esse sonho distante.



VINGANÇA & CASTIGO

(The Harder They Fall, EUA, 2021) de Jeymes Samuel
Netflix
Faroeste. A saída de um criminoso da cadeia faz com que um bandido e sua trupe o cace em busca de vingança. 

quarta-feira, novembro 10, 2021

First Cow - A Primeira Vaca da América

(EUA, 2019)
Direção: Kelly Reichardt
Elenco: John Magaro, Orion Lee, Toby Jones, Scott Sherpherd

Nos dias atuais, um cachorro fareja algo estranho na beira de um rio e a sua dona descobre a ossada de duas pessoas. A estória dá uma salto no tempo e volta para o século 19 expondo um jovem cozinheiro, Cookie Figowitz, desbravando a costa oeste dos EUA. E no caminho ele se depara com o chinês King-Lu. Do inusitado encontro nasce uma amizade mas King-Lu se entusiasma com o talento de Cookie para a realização de doces. E esse empreendimento ganha força com a chegada da primeira vaca na região.
O filme da estadunidense Kelly Reichardt é uma clara demonstração que menos é mais. Com uma produção pequena ela faz um filme grande e ambicioso. Aqui ela realiza um pequeno raio x do processo de expansão dos EUA. Um tema que poderia muito bem descambar para o faroeste. Mas se neste gênero o conflito surge na luta de um protagonista e antagonista; em First Cow o conflito existe mas é com outro intuito: sobreviver a um ambiente hostil, degradante. A diretora foca no contexto histórico do inicio da criação dos EUA com a chegada do homem branco; a fronteira sem lei que foi a costa oeste americana; e a convivência nem sempre pacifica com outras etnias vale estrangeiros e indígenas.
A obra  usa um estilo mais naturalista ao expor a realidade daquela época. Assim, a fotografia de Chris Blauvelt enaltece a natureza (a floresta densa, úmida, e fria) e a rusticidade das casas (as vilas decrepitas cheias de lama). E a trilha sonora de William Tyler apresenta uma partitura delicada e tímida.
O elenco também reflete o estilo "econômico" típico de uma produção independente o que dá mais autenticidade a obra como é o caso da boa atuação da dupla John Magaro e Orion Lee. Lee reencarna o chinês esperto e ambicioso que descobre no dom de confeitaria de Cookie a oportunidade perfeita para sair da miséria. Já Magaro representa um personagem que o seu semblante calmo esconde um ser deslocado ao se enveredar por um lugar que de fato não lhe pertence.
First Cow - A Primeira Vaca da América fala do poder da amizade; do empreendedorismo; e politicamente aborda um estado que não acolhe os mais necessitados privilegiando a elite como é o caso do reverendo, dono da única vaca da região.
Com um ritmo lento e contemplativo, o que pode afugentar o público desacostumado a este formato mas se este conseguir embarcar na estória se encantará com a simplicidade que a diretora usa ao recriar o nascimento de uma nação. Um filme encantador.

sexta-feira, novembro 05, 2021

Meu Pai

(The Father, Inglaterra/França, 2020)
Direção: Florian Zeller
Elenco: Anthony Hopkins, Olivia Colman, Olivia Williams, Rufus Sewell.

Nos primórdios do cinema, a principal referência aos realizadores era o teatro. Por ser uma arte recém-criada, a linguagem cinematográfica foi surgindo aos poucos. Mas por ironia da vida, quase sempre as adaptações de peças teatrais enfatizam mais a linguagem teatral gerando teleteatros. Já na década de 1970, Hollywood se surpreendeu pelo enorme sucesso de bilheteria de Love Story e começou uma enxurrada de filmes sobre doenças que sempre caiam no melodrama carregado. Pois um autor de teatro francês, Florian Zeller, em seu debut, mistura teatro e mal de Alzheimer e surpreende por fazer uma obra CINEMATOGRAFICA e sem cair no piegas.
Anne é a filha única que cuida de seu pai, Anthony, um engenheiro aposentado que sofre de alto estágio de demência. Mesmo tentando manter a mente sã, Anthony está totalmente desorientado do tempo e das pessoas próximas que lhe acolhem o que gera transtorno para a sua filha que fica no embate entre lhe dar suporte ou o encaminhar para um asilo.
O filme Meu Pai apresenta duas visões de quem sofre em conta da demência. a vitima que luta para continuar a viver mas totalmente imerso na desorientação da realidade. E a filha do doente que testemunha a descida ao inferno do ente querido e ao mesmo tempo fica dividida entre os cuidados do pai e a sua vida particular.
Sob o ponto de vista técnica, a obra de Zeller chama atenção pela brilhante direção de arte de Peter Francis que transforma o apartamento em um labirinto refletindo o caos mental de Anthony tornando a imediata imersão do público na cabeça do protagonista. A montagem delicada e intricada de Yorgos Lamprinos sabe conduzir os devaneios do personagem de Anthony Hopkins.
E como um cineasta maduro e perspicaz, a fantástica estréia de Florian Zeller na direção chama atenção ao adaptar a sua própria peça e surpreende ao pegar uma narrativa teatral e transformá-la perfeitamente em uma obra cinematográfica. E esse tipo de filme exige um elenco afiado - e a dupla Anthony Hopkins e Olivia Colman dão um show. Os dois representam a dor em ficar sozinho. Ela que carrega o fardo de cuidar do pai cada vez mais o que se transforma numa responsabilidade pesada demais. Já o pai é um homem controlador que se desespera por justamente perder esse senso além do temor da solidão (sem esposa, a outra filha morta). E Hopkins dá um show particular no final de partir o coração. Meu Pai é uma dolorosa experiência sobre a demência tanto por parte da vítima como nas pessoas mais próximas.

segunda-feira, novembro 01, 2021

Minari - Em Busca da Felicidade

(EUA, 2020)
Direção: Lee Isaac Chung
Elenco: Steven Yeun, Ye-Ri Han, Alan S. Kim, Yuh-Jung Youn.

Minari é uma planta comestível muita usada na culinária coreana e utilizada nos mais variados pratos. De fácil cultivo, basta plantar em áreas úmidas que cresce rápido. E é esta versatilidade que alimenta a família de Jacob Yi em sua estadia nos EUA.
Em meados da década de 1980, uma família de coreanos larga a Ásia e parte para a zona rural do Arkansas nos EUA em busca do mítico sonho americano. Mas quando chegam no lugar nos deparamos com um casal em constante atrito: o marido Jacob sonha enriquecer através do agronegócio; a esposa Monica prefere a zona urbana em virtude do filho caçula sofrer sérios problemas cardíacos.
Minari é um filme autobiográfico do diretor estadunidense Lee Isaac Chung que relata a sua infância nos EUA. E com um olhar aguçado e sensível aborda o poder da família, a gama em passar por obstáculos e principalmente de preservar as raízes (por isso a força da natureza é tão representativa no filme). Aqui, a ótima direção e roteiro de Chung foca no drama familiar em que os membros tentam lidar com diferentes visões sobre a sua sobrevivência em um país tão distinto e surpreendentemente acolhedor. Assim, o filme ganha pontos ao expor a chegada de uma nova cultura mas sem cair no óbvio tema da xenofobia. Em Minari, o interior dos EUA é retratado como uma comunidade receptiva e acolhedora - aqui existe uma rara união entre os coreanos e americanos que lhe confere um sopro de bondade tanto por parte das pessoas como a própria natureza da região. Não é de estranhar que a produção tenha caprichado na sua parte técnica. A linda fotografia de Lachlan Milne que mostra a natureza da região como um Jardim do Édem. Já a etérea trilha sonora de Emile Mosseri amplifica um senso contemplativo na estória.
Mas o ponto alto é a rica galeria de personagens cativantes incluindo até o ajudante americano de religiosidade exacerbada numa demonstração da versatilidade do ator Will Paxton. E a dupla Steven Yeun e Ye-Ri Han expõe uma ótima química ao imprimir o contraste entre o marido sonhador e a esposa mais realista. Mas não tem como se encantar com a dupla emocionante formada entre o travesso neto David e a avó não muito convencional Soon-ja interpretada pela coreana Yuh-Jung Youn que mereceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante ao dar vida a uma senhora esperta e ao mesmo tempo amorosa.
Minari é belo filme sensível e emocionante sobre as adversidades da vida, o poder do núcleo familiar, a importância e a força das nossas origens culturais e também uma contemplativa narrativa sobre o poder da natureza sobre as pessoas.

segunda-feira, outubro 25, 2021

Festival de Toronto 2021

 

Quando o Festival de Toronto se aproxima é sinal que a temporada dos festivais se finaliza...e inicia o período das premiações e especulações sobre o Oscar. E nesta edição, filmes consagrados em festivais de Veneza, Cannes e Berlim estiveram presentes e alguns conseguiram sair da cidade canadense com algum prêmio como foi o caso de Power of the Dog, prêmio de direção em Veneza confirmando a crescente força de Jane Campion nesta temporada, e o cult francês vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Titane. Mas o prêmio máximo na edição 2021 foi para o drama em preto-e-branco autobiográfico do cineasta irlandês Kenneth Branagh chamado Belfast. Outros filmes que chamaram a atenção foram - e que não participaram de outro festival - foi a produção estadunidense The Humans de Stephen Karan sobre um jovem casal que recebe a visita de familiares no dia de ação de graças; o britânico Benedicia de Terence Davies, biografia do poeta Siegfried Sassoon.


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A lista dos vencedores do Festival de Toronto 2021:

Prêmio da Audiência: Belfast (Reino Unido) de Kenneth Brangh (1º lugar); Scarborough (Canadá) de Sasha Nakhai e Rich Williamson (2º lugar); The Power of the Dog (Nova Zelândia) de Jane Campion (3º lugar)

Documentário: The Rescue (EUA/Reino Unido) de Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin

Seleção Midnight: Titane (França) de Julia Ducournau

quarta-feira, outubro 20, 2021

Destaques nos cinemas

O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE

(The Man Who Sold His Skin, Tunísia, 2020) de Kaouther Ben Hania
Drama. Para sobreviver na Europa, um refugiado sírio aceita a proposta de um artista de ter as suas costas tatuado como uma obra de arte.




O ÚLTIMO DUELO

(The Last Duel, EUA/Inglaterra, 2021) de Ridley Scott
Drama. Na idade média, um duelo atiça a França entre um cavaleiro e um escudeiro, este acusado de violar a esposa do cavaleiro.



DUNA
(Dune, EUA/Canadá/Hungria, 2021) de Denis Villeneuve
Ficção científica. Em futuro distante, um planeta chamada Duna contém uma substância milagrosa que gera conflito com outros povos. 

sexta-feira, outubro 15, 2021

Lançamentos nos Streamings

CAPITÃO PHILLIPS
(Captain Phillips, EUA, 2013) de Paul Greengrass
Star Plus
Drama. Navio cargueiro dos EUA é sequestrado por piratas da Somália quando se aproxima da costa africana. 



CLUBE DA LUTA
(Fight Club, EUA, 1999) de David Fincher
Netflix
Suspense. Homem que tem uma vida monótona vê a sua realidade mudar quando participa de um clube em que os participantes lutam boxe entre si.


CORINGA
(Joker, EUA, 2019) de Todd Phillips
Telecine Play
Drama. Homem emocionalmente vulnerável em conta de uma estranha síndrome vai mergulhando em uma espiral de loucura que alimenta o caos em sua cidade.

CRY MACHO: O CAMINHO PARA REDENÇÃO
(EUA, 2021) de Clint Eastwood
HBO Max
Drama. Peão de rodeio aposentado tem a sua última missão: transportar o filho de seu antigo chefe do México para os EUA.




GUERRA AO TERROR
(The Hurt Locker, EUA, 2008) de Kathryn Bigelow
Netflix
Drama. Veterano da guerra do Iraque, especialista em desarmar bombas, não consegue lidar com o cotidiano quando volta aos EUA.



O LADO BOM DA VIDA
(Silver Linners Playbook, EUA, 2012) de David O. Russell
Star Plus
Comédia dramática. Homem que tenta a normalidade após um tempo em uma clinica psiquiátrica se apaixona por uma jovem bonita e problemática.

MALIGNO
(Malignant, EUA, 2021) de James Wan
HBO Max
Terror. Após a morte do marido, mulher tem estranhas visões que terminam em violentos assassinatos.


MIB: HOMENS DE PRETO
(Men is Black, EUA, 1997) de Barry Sonnenfeld
Star Plus
Ficção cientifica. Jovem entra numa agência de espionagem nada convencional: caçam alienígenas que quebram a estabilidade entre os homens.



MINARI: EM BUSCA DA FELICIDADE
(EUA, 2020) de Lee Isaac Chung
Amazon Prime
Drama. Nos anos de 1980, uma família de coreanos se muda para o interior dos EUA como desejo de viver o sonho americano.



O RESGATE DO SOLDADO RYAN
(Saving Private Ryan, EUA, 1998) de Steven Spielberg
Netflix
Guerra. No fatídico Dia D, expõe a visão dos estadunidenses sobre a invasão da Normandia na França.




VERÃO DE 55
(Eté 85, França, 2020) de François Ozon
Telecine Play
Drama. Aproveitando o verão de 1985, jovem é atraído por um rapaz que lhe salvou de um afogamento no mar.