quinta-feira, março 25, 2021

Globo de Ouro 2021


Com atraso de dois meses em conta da pandemia da Covid-19, aconteceu o tradicional Globo de Ouro 2021, premiação que no meu ponto de vista serve como tendência dos filmes que agradaram a indústria (e entrarão na temporada de prêmios) e os esnobados. E nesta edição os esquecidos foram Destacamento Blood de Spike Lee, First Cow de Kelly Reichardt e Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre de Eliza Hitman. No entanto, na hora da premiação a lista dos vencedores vieram mais para confundir do que para confirmar  preferências (particularmente na categoria de melhor atriz e atriz coadjuvante). A Associação de Imprensa Estrangeira prestigiou Mank, Bela Vingança, Meu Pai e Hamilton mas estes saíram de mãos vazias. Assim, Nomadland confirma o seu favoritismo em filme e direção. Soul se destaca cada vez mais tanto em animação e trilha sonora. E conforme o script Os 7 de Chicago vence em melhor roteiro. E como era esperado Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues) e Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) vencem em ator e ator coadjuvante. A surpresa vieram para a vitória de Andra Day (Estados Unidos vs Billie Holliday) como atriz em drama; a ex-barbada em atriz de comédia/musical da Maria Bakalova de Borat: Fita de Cinema Seguinte (vencida pela ótima Rosamund Pike de Eu Me Importo); e principalmente Jodie Foster (The Mauritanian) que passou a perna na briga entre Glenn Close (no mesmo dia que recebeu indicação ao Framboesa de Ouro de pior atriz coadjuvante por Era uma vez um Sonho) e Amanda Seyfried (Mank).

***

A lista dos vencedores do Globo de Ouro 2021:

Melhor Filme - Drama: Nomadland
Melhor Filme - Comédia: Borat: Fita de Cinema Seguinte
Melhor Direção: Chloé Zhao (Nomandland)
Melhor Ator - Drama: Chadwick Boseman (A Voz Suprema do Blues)
Melhor Ator - Comédia: Sacha Baron Cohen (Borat: Fita de Cinema Seguinte)
Melhor Atriz - Drama: Andra Day (Estados Unidos vs Billie Holliday)
Melhor Atriz - Comédia: Rosamund Pike (Eu Me Importo)
Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
Melhor Atriz Coadjuvante: Jodie Foster (The Mauritanian)
Melhor Filme Estrangeiro: Minari - Em Busca da Felicidade (EUA)
Melhor Longa em Animação: Soul
Melhor Roteiro: Os 7 de Chicago
Melhor Trilha Sonora: Soul
Melhor Canção: Rosa e Momo

sábado, março 20, 2021

Destaque nos cinemas

DRUK

(Dinamarca/Holanda/Suécia, 2020) de Thomas Vinterberg
Drama. Quatro professores decidem fazer uma inusitada experiência para melhorar o seu cotidiano: consumir uma quantidade generosa de álcool todo dia.

segunda-feira, março 15, 2021

Lançamentos nos Streaming

EU ME IMPORTO
(I Care a Lote, EUA/Inglaterra, 2020) de J Blakeson
Netflix
Comédia. Uma curadora que vive aplicando golpes contra indefesos idosos tem o seu plano em risco ao cuidar de uma senhora nada ingênua.




HOST
(Inglaterra, 2020) de Rob Savage
Netflix
Terror. No isolamento da pandemia da Covid-19, grupo de garotas tem a péssima ideia de realizar virtualmente uma sessão espirita.



RAYA E O ÚLTIMO DRAGÃO
(Raya and the Last Dragon, EUA, 2021) de Don Hall e Carlos Lópes Estrada
Disney Plus
Animação. Para salvar seu lar, uma guerreira decide ir a uma terra encantada para buscar um dragão.

quarta-feira, março 10, 2021

Domando o Destino

(The Rider, EUA, 2017)
Direção: Chloé Zhao
Elenco: Brady Jandreau, Lilly Jandreau, Tim Jandreau, Cat Clifford

Brady é um jovem peão de rodeio que está impossibilitado de competir em conta de uma grave sequela na cabeça ocasionada por uma queda ocorrida em uma competição. Por estar fora dos rodeios, ele tenta dar um novo rumo em sua vida, além de ajudar na rotina miserável de sua família. Quando se assiste Domando o Destino percebe-se o DNA do clássico O Segredo de Brokeback Mountain: a natureza idílica, o silêncio e a calmaria ensurdecedora, a virilidade masculina. A comparação é inevitável pois ambos abordam cowboys que não conseguem mudar a sua natureza. No filme de Chloé Zhao, baseado numa estória real, a cineasta vai fundo no realismo e escala os protagonistas verdadeiros para atuar a si mesmos com a intenção de buscar uma maior veracidade...e a diretora foi feliz pela ousadia. A produção ganha pontos com o roteiro enxuto da própria cineasta e a bela fotografia de Joshua James Richard. Zhao faz um bonito trabalho sobre um jovem que não vê sentido em sua vida além de domar cavalos e correr risco por tal impulso.

sexta-feira, março 05, 2021

Uma Noite em Miami

(One Night in Miami, EUA, 2020)
Direção: Regina King
Elenco: Kingsley Ben-Adir, Leslie Odom Jr., Eli Goree, Aldis Hodge.

No efervescente ano de 1964, o polêmico orador Malcom X convida três amigos, o cantor famoso Sam Cooke, o lutador campeão de box Cassius Clay, e o melhor jogador do momento Jim Brown para passar uma noite juntos em um hotel de Miami. Desse encontro, os quatro personagens discutem a importância e o impacto da fama do quarteto para ajudar a combater a segregação racial.
Em virtude dos personagens históricos reais, Uma Noite em Miami surpreende pelo ar de descontração e leveza. Se a o seu argumento não foge do tema racismo, pelo menos o roteiro é tão minucioso que vai além e aborda o despertar politico das minorias em geral.  O elenco está sensacional com destaque para Leslie Odom Jr e Kingsley Ben-Adir respectivamente como Sam e Malcom X. A produção simples se revela caprichada com uma delicada trilha sonora de Terence Blanchard e a bonita fotografia de Tami Reiker. Outras qualidades: a impressionante segurança de Regina King na direção que logo na sua estreia como cineasta soube adaptar bem a peça teatral no formato cinematográfico sem cair na armadilha de um teleteatro, além do ótimo trabalho de edição de Tariq Anwar que deixa o ritmo fluir em toda a sua duração. Ótimo filme sobre a importância da consciência da luta por direitos humanos mais justos.

segunda-feira, março 01, 2021

Pieces of a Woman

(EUA/Canadá/Hungria, 2020)
Direção: Kornéi Mundruczó 
Elenco: Vanessa Kirby, Shia LaBeouf, Ellen Burstyn, Molly Parker.

Martha e Sean é um casal que está esperando a chegada de seu primeiro bebê e tem a péssima ideia de realizar um parto domiciliar; e quando o momento único surge, ocorre complicações no parto concluindo no óbito da criança. Com um impressionante trinta minutos iniciais em que mostra em uma única sequência o sofrido parto, Pieces of a Woman é um dolorido estudo do luto e como cada um reage a esse sentimento de maneira pessoal. Assim, Martha se isola de tudo e até decide doar o corpo de sua filha para instituições de pesquisa, alimentando ainda mais a indiferença e o distanciamento de seu companheiro, além da raiva de sua mãe (uma mulher extremamente dominadora, e que faz questão de se intrometer na relação de Martha). O primeiro filme em inglês do cineasta húngaro Mundruczó é um bonito trabalho que ganha mais força quando mostra em cena o embate entre mãe e filha expondo a força do sentimento maternal - e Kirby e Burstyn estão fantásticas quando estão juntas o que ofusca o papel de LaBeouf. E achei desnecessário inserir nesse tipo de narrativa uma trilha sonora mesmo que a composição de Howard Shore seja sutil e não atrapalhe a condução. Pieces of a Woman é uma obra recheada de simbolismo sobre a superação de uma perda que é sentida a cada instante: a ida ao trabalho, nas compras do supermercado, na convivência com a família e na solidão do lar.