segunda-feira, janeiro 20, 2020

Globo de Ouro 2020

E no primeiro domingo do ano ocorreu o Globo de Ouro 2020, primeiro premio do ano que serve como parâmetro para o Oscar (nem tanto). E nesta edição a imprensa estrangeira encheu a Netflix de indicações mas na hora h a famosa streaming saiu de quase de mãos abanando dando um sinal óbvio que Hollywood tem cisma com a nova realidade - o que é uma pena. Desse modo, Tarantino foi o grande premiado da noite com tres estatuetas por Era uma Vez em... Hollywood. Mas o drama de guerra 1917 de Sam Mendes foi a surpresa da noite roubando o premio de filme e direção do já classico filme de Martin Scorcece, O Irlandês (um absurdo).

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A lista dos vencedores do Globo de Ouro 2020:

Melhor Filme - Drama: 1917
Melhor Filme - Comédia: Era uma Vez em... Hollywood
Melhor Direção: Sam Mendes (1917)
Melhor Ator - Drama: Joaquín Phoenix (Coringa)
Melhor Ator - Comédia: Taron Egerton (Rocketman)
Melhor Atriz - Drama: Renée Zellweger (Judy)
Melhor Atriz - Comédia: Awkwafina (The Farewell)
Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt (Era uma Vez em... Hollywood)
Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern (História de um Casamento)
Melhor Filme Estrangeiro: Parasita (Coréia do Sul)
Melhor Longa em Animação: Link Perdido
Melhor Roteiro: Era uma Vez em... Hollywood
Melhor Trilha Sonora: Coringa
Melhor Canção: I´m Gonna Love Me Again (Rocketman)

quarta-feira, janeiro 15, 2020

Destaque nos cinemas

O FAROL
(The Lighthouse, EUA/Canadá, 2019) de Robert Eggers
Suspense. Jovem é contratado para trabalhar em um remoto farol mas o seu chefe apresenta um estranho comportamento.




ADORÁVEIS MULHERES
(Litlle Women, EUA, 2019) de Greta Gerwig
Drama. A saga de quatro irmãs que buscam a felicidade após o fim da Guerra da Secessão Americana.




RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS
(Portrait de la Jeune Fille en Feu, França) de Céline Sciamna
Drama. Em uma ilha uma pintora é contratada para criar quadros de uma jovem prestes a casar.



O ESCÂNDALO
(Bombshell, EUA, 2019) de Jay Roach
Drama. Grupo de mulheres se juntam para processar um magnata da comunicação por abuso sexual.




OS MISERÁVEIS
(Les Miserables, França, 2019) de Ladji Ly
Drama. Recém chegado em um bairro, jovem se mete em encrenca com uma perigosa gangue local.





1917
(Inglaterra/EUA, 2019) de Sam Mendes
Drama. No auge da Primeira Guerra Mundial, dois soldados britânicos se deparam em uma arriscada missão.

sexta-feira, janeiro 10, 2020

Parasita

(Gisaengchung, Coréia do Sul, 2019)
Direção: Joon-ho Boong
Elenco: Kang-Ho Song, Woo-sik Choi, Park So-Dam, Chang Hyae Jin

Nas duas últimas edições do Festival de Cannes, o cinema asiático abocanhou o prêmio máximo. E o mais estranho: ambos desmitificam a imagem de igualdade social que o mundo tem do Japão e da Coréia do Sul. Estou me referindo ao Assunto de Família e Parasita. Se a obra japonesa é um belo melodrama sobre uma família de miseráveis que sobrevive graças a pequenos delitos; o filme coreano usa, cirurgicamente, uma ironia singularíssima ao relatar os planos de uma família folgada - e de classe baixa - em se aproveitar do vazio de uma família burguesa. Contar mais da estória de Parasita estragaria muito das surpresas que o filme proporciona. Assim, o novo filme de Joon-ho Boong é a representação máxima de um dos cinemas mais originais do momento. Uma mistura equilibrada, perfeita do drama, comédia e suspense. E uma aula de edição do Yang Jin-mo que aproveita ao máximo o espirituoso roteiro mais a direção certeira de Boong que soube usar os movimentos e ângulos de câmera na medida certa para reforçar a crítica social (o aperto da família pobre em contraste com o espaço aberto demais do proletariado). Um clássico sobre manipulação...e que os planos não saem como previstos.

domingo, janeiro 05, 2020

O Irlandês

(The Irishman, EUA, 2019)
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Robert DeNiro, Al Pacino, Joe Pesci, Harvey Keitel

O Irlandês é um ponto fora da curva do atual cinema estadunidense, e também da carreira do mestre Martin Scorsese. Em um mercado dominado por Marvel e DC Comics; assistir O Irlandês pode causar estranhamento pela sua longuíssima duração (três horas e meia), e o seu ritmo lento. Se o público espera algo na linha de Os Bons Companheiros e Cassino poderá se decepcionar. Afinal os filmes dos anos 90 apresentam uma energia contagiante, frenéticos movimentos de câmera, e violência gráfica; O Irlandês é uma experiência melancólica, um retrato cruel e triste da máfia. Mas a obra também aborda sobre as dores, a culpa que o tempo proporciona ao ser humano (justificando a edição mais contida). E com uma mão certeira, Scorsese faz um drama histórico ao revelar que o crime organizado sempre esteve lado a lado com a política americana. Com uma produção caprichada, com destaque a trilha sonora à lá Enio Morricone de Robbie Robertson, O Irlandês é uma superprodução à moda antiga. E o elenco de estrelas está a vontade para brilhar com destaque para um contido Joe Pesci que interpreta um mafioso astuto e racional. Sem sombra de dúvida, Scorsese concebe o seu filme mais maduro ao imprimir um olhar seco, franco - e sem romantismo - do tabuleiro de xadrez que o mundo do crime proporciona.

quarta-feira, janeiro 01, 2020

Doutor Sono

(Doctor Sleep, EUA, 2019)
Direção: Mike Flanagan
Elenco: Ewan McGregor, Rebecca Ferguson, Kyliegh Curran, Cliff Curtis

Na metade da exibição de Doutor Sono constatei que a Warner usou a mesma tática da Fox na saga Alien. Enquanto Alien, O 8º Passageiro é um aterrador terror claustrofóbico; Aliens, O Resgate é um filme de ação em alta voltagem. A respeito da obra de Stephen King, O Iluminado é um terror psicológico único em que Kubrick usou todo o seu conhecimento cinematográfico em uma estória aparentemente simples. E Doutor Sono é um eficiente suspense, um jogo de gato e rato repleto de camadas. Trocando em miúdos: se Kubrick vai fundo na sensação; Flanagan usa ao seu favor os vários subenredos da trama - é bem didático na adaptação mas nem por isso faz um filme ruim. Pelo contrario, Doutor Sono aproveita os enigmas do filme de 1980 e cria novos elementos além de homenagear o clássico de Kubrick ao usar a sua antológica trilha sonora e recria algumas cenas clássicas. Com todo esse material em mãos, o diretor usa toda a sua competência ao realizar um ótimo filme inquietante além de brincar de Kubrick. Pelo jeito ele deve ter se divertido bastante com a produção, gerando a mesma sensação para o público. Uma boa surpresa.