sábado, dezembro 17, 2011

Nota do Blog

Finalmente, o ano de 2011 termina e começa mais um ano. E o ciclo se renova. Aproveitando o momento, agradeço as "espiadas" e os comentários de todos que acompanharam o blog nesse ano que passou. E que nos próximos 365 dias a gente não perca o contato.




FELIZ NATAL E UM ÓTIMO ANO PARA TODOS!



terça-feira, dezembro 13, 2011

Destaque nos cinemas


OS MUPPETS
(The Muppets, EUA, 2011) de James Bobin
Comédia. Os Muppets volta a ativa após descobrir que o seu teatro é alvo de um ganancioso empresário.











UM DIA
(One Day, EUA/Inglaterra) de Lone Scherfig
Comédia. Casal de universitários se conhecem e no decorrer de 20 anos, e nesse período, eles sempre se encontram uma vez por ano.









OPERAÇÃO PRESENTE
(Arthur Christmas, EUA/Inglaterra, 2011) de Sarah Smith
Animação. Na noite de natal, o filho de Papai Noel tenta entregar a tempo o presente de uma criança esquecida pelo bom velhinho.











MARGIN CALL - O DIA ANTES DO FIM
(Margin Call, EUA, 2011) de J. C. Chandor
Drama. Em plena crise econômica, funcionários de uma corporação tentam manter suas carreiras diante das demissões.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray


A ÁRVORE DA VIDA
(The Tree of Life, EUA, 2011) de Terrence Malick
Drama. Homem decide recordar o passado, especialmente da sua relação com os seus pais, um casal de personalidades diferentes.










HARRY PORTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE: PARTE 2
(Harry Porter and the Deathly Hallows: Part II, EUA/Inglaterra, 2011) de David Yates
Fantasia. O bruxo Harry Porter e seus amigos lutam contra o maléfico Lord Voldermont que tomou de conta de Hogwarts.




CONTRA O TEMPO
(Source Code, EUA, 2011) de Duncan Jones
Ficção científica. Ao participar de uma experiência, soldado acorda no corpo de uma outra pessoa com o objetivo de identificar o autor de um atentado terrorista.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

À Deriva



À Deriva me deixou desarmado. Pego de surpresa, o filme de Heitor Dhalia é totalmente diferente de suas obras anteriores (Nina e O Cheiro do Ralo) mas que reflete o contraste de seus cenários. Se os seus primeiros filmes se passam em um ambiente urbano e decadente, À Deriva se passa numa praia paradisíaca do litoral fluminense no fim da década de 70 em que Filipa, uma garota de 14 anos, descobre a sua própria sexualidade e, ao mesmo tempo, testemunha o fim da relação de seus pais: o pai francês escritor e a mãe, professora, que não pára de beber. Mas as coisas complicam quando Filipa descobre que o pai, um cara bacana e afeituoso, tem um caso com uma gringa. Por tudo isso, a pobre garota vive entre a linha tênue das suas próprias experiências relacionadas a sua idade como também lida com a crueza do universo do mundo das pessoas adultas. Mesmo diante de um lindo visual, ela vive boiando, à deriva diante de tantos sentimentos conflitantes. Com ótimas interpretações do trio Vincent Cassel, Débora Bloch e Laura Neiva, o filme chama a atenção pela qualidade da produção. Com uma bela e sensível direção de Heitor Dhalia, tem um bom roteiro, mas não dá para deixar de mencionar a bela fotografia de Ricardo Della Rosa e a linda (linda mesmo) trilha sonora de Antônio Pinto. Sinceramente, nem parece um filme brasileiro.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

O Palhaço



Muita gente deve imaginar que o filme O Palhaço seja uma comédia rasgada, bem popular. No entanto, o filme de Selton Mello é um drama leve e sensível sobre um homem deslocado (Benjamim, que vive o palhaço Pangaré) que perdeu o sentido da vida (e da graça) e procura desesperadamente por uma identidade (por ironia, nem carteira de identidade o coitado tem!). E a falta do RG é um sinal de que alguma coisa está fora dos trilhos, então ele tenta cair na estrada novamente – já que ele vive viajando no seu circo – e tentar alcançar o seu grande objetivo: comprar um ventilador (o que é difícil pois o produto é caro, e para pagar em prestações é necessário a carteira de identidade, taí o drama do rapaz).
Como Benjamim, Selton brilha como o palhaço que faz todo mundo rir, mas que não tem ninguém para deixá-lo sorridente. Com essa informação, o protagonista se mostra amargo, o que pode representar o estilo do diretor, já que o primeiro trabalho dele na direção é o denso e triste por excelência, Feliz Natal (2008). Mas aqui dá pra notar um pouco das comédias sentimentais italianas dos anos 50. Com uma deliciosa trilha sonora de Plínio Profeta e um ótimo desenho de produção (o filme se passa nos anos 70), o que me chama mais a atenção são as participações especiais de artistas que marcaram os anos 70 como Ferrugem, Tonico Pereira e principalmente Moacyr Franco como o delegado obcecado pelo seu gato. A cena da delegacia é altamente tarantiana mostrando que Selton Mello tem muita carta na manga.

sábado, dezembro 03, 2011

A Árvore da Vida



"Nós vivemos num mundo tão grande a ponto de transformar cada um em um grão de areia nessa imensidão imponderável. E as mudanças estabelecidas no ambiente repercutirão na rotina das pessoas e vice-versa." Bom! Foi isso que senti ao ver o trailler de A Árvore da Vida, e após conferir a obra de Terrence Malick realmente demonstra o poder da natureza sobre a humanidade. Que as mudanças do meio-ambiente afeta o homem, como é o caso de Jack, arquiteto/engenheiro que vive numa selva de pedra, mas que ao se deparar com uma árvore num canteiro de obras o faz recordar da sua infância, particularmente da sua relação com os seus irmãos e os seus pais.
O filme é dividido em duas partes. A primeira mostra o surgimento e a evolução do planeta Terra; do Big Ben a eliminação dos dinossauros em imagens de tirar o fôlego (a fotografia de Emmanuel Lubezki é linda; da mesma forma a supervisão musical composta por músicas clássicas e sacras). A segunda parte foca na relação de Jack com os seus pais que representam lados opostos da natureza (a mãe é amável, compreensiva, carinhosa; o pai é autoritário, exigente, cruel).
O vencedor da Palma de Ouro em Cannes de 2011 é realmente um belo filme, porém tem alguns defeitos: a montagem, o seu final e Senn Pean. O filme tem 2 horas e 20 minutos de duração, mas se tem a impressão de ter mais de 3 horas, o que as vezes torna cansativo (e olha que o filme foi editado por 5 pessoas incluindo o brasileiro Daniel Rezende, montador de Cidade de Deus). Não gostei do final na cena da praia à lá 8 e 1/2 de Fellini, mas que ficou meio new age demais. E Sean Penn aparece no máximo 10 minutos e só faz caras e bocas. Desnecessário.
Mesmo assim vale a pena conferir A Árvore da Vida em conta de seu experimentalismo e de suas belas imagens.

sábado, novembro 19, 2011

Destaques nos cinemas

A ÁRVORE DO AMOR
(Shan Zhan Shu Zhin Lian, 2010, China) de Zhang Yimou
Drama. Casal de classes sociais diferentes se apaixonam em plena Revolução Cultural Chinesa dos anos 60.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray




POUCAS E BOAS
(Sweet and Lowdown, EUA, 1999) de Woody Allen
Comédia. Mesmo casado com uma bela mulher, guitarrista decadente não consegue esquecer uma moça simples.






O VENCEDOR
(The Fight, EUA, 2010) de David O. Russell
Drama. Lutador de boxe sofre de um dilema familiar ao dar uma nova guinada na sua carreira de boxeador.





GENTE COMO A GENTE
(Ordinary People, EUA, 1980) de Robert Redford
Drama. Família tenta dar a volta por cima após uma sucessão de tragédias: a morte de um componente e a tentativa de suicídio de um outro membro.





O HOMEM AO LADO
(El Hombre de al Lado, Argentina, 2009) de Mariano Cohn e Gastón Duprat
Drama. Designer bem sucedido tem a sua rotina alterada quando o seu vizinho decide fazer uma reforma.

terça-feira, novembro 15, 2011

Tela Super8: Quanto Mais Idiota Melhor

Quando eu tinha 15 anos, vi uma matéria sobre uma comédia besteirol que fez muito sucesso de bilheteria na época (somente nos EUA) chamado Quanto Mais Idiota Melhor (Wayne´s World, EUA, 1992) de Penelope Spheeris. Curioso, acabei conferindo, mas no fim a obra é uma decepção total pelo humor da linha "feito por norte-americano para norte-americano". Contudo foi atráves desse filme que escutei pela primeira vez a incrível música "Bohemian Rhapsody" da banda Queen.

domingo, novembro 13, 2011

O Homem do Futuro



O Homem do Futuro é o primeiro filme de Claudio Torres que eu assisti, e pelo que vi o diretor já chama atenção por sair do lugar comum do cinema nacional: critica social, violência; e cai de cabeça numa mistura de comédia bobinha anos 80 e ficção cientifica (só na ficção que cientista físico sabe que tudo o que acontece no passado repercute o futuro, ora bolas). Cientista genial chamado João leva uma vida frustrada apos levar um baita fora nos longíquos 22 de novembro de 1991 pela garota que ele sempre foi apaixonado: Helena. Ao criar uma máquina do tempo, João cria a desculpa perfeita para mudar o passado a partir dessa data. Atingido o seu objetivo, o cientista percebe que as mudanças do passado desencadeou em alterações no presente/futuro, com consequências desastrosas. E mais uma vez João volta ao passado para que tudo volte ao normal.
Com um início capenga, que não empolga muito (vale tambem para as cenas de flashbacks que o diretor faz um efeito irritante ao deixar a tela quase toda em branco), o filme vai ganhando pontos ao explorar o drama de João em tentar consertar as burradas passadas e futuras. Neste momento, o público torce e entende o esforço do cientista muito bem interpretado por Wagner Moura. O que fica difícil de explicar é o que essa Helena tem de especial, além da beelza. Outro ponto negativo é a irritante trilha sonora de Luca Raele e Maurício Tagliari que é televisivo; mas a seleção de músicas é excelente incluindo "Creep" do Radiohead, "By My Side" do INXS e "Tempo Perdido" do Legião Urbana, que serve como metáfora sobre a situação encontrada por João. O argumento de O Homem do Futuro lembra um pouco as estórias malucas do grande roterista americano Charlie Kauffman, mas não é inteligente, engraçado, sagaz. É só bobinho.

quinta-feira, novembro 10, 2011

Planeta dos Macacos: A Origem



No ano passado, eu assisti ao Planeta dos Macacos (original de 1968) e um amigo meu me disse que tanto o filme quanto o livro que originou a versão cinematográfica é uma obra que tem uma visão totalmente negativa sobre a humanidade. E ao conferir o Planeta dos Macacos: A Origem essa afirmação continua viva mostrando o homem brincando de ser Deus para ganhar altos lucros; ou simplesmente são seres mesquinhos estressados ou maléficos. O que torna interessante é que o personagem principal, o símio Ceaser, é um ser "humano" demonstrando animosidade, mas que por dentro existe uma violência e hostilidade que ganha contraponto com as pessoas a sua volta.
Mas o enredo brinca com temas instigantes como: será que a inteligência deixa os seres mais suscetíveis a violência? A sede de poder? E as vezes faz uma analogia sobre a seleção natural de Charles Darwin em que os mais fortes e inteligentes sobrevivem.
E são essas facetas que torna o novo Planeta dos Macacos um filme interessante ao relatar a estória de Caeser. Uma pena que a sua introdução não seja contada de uma forma calma, sem pressa – parece que o diretor Rupert Wyatt queria rechear o início de cenas de ação e efeitos visuais (alias que nem são lá essas coisas, exceto a representação de Caeser).
Dr. Will Rodman trabalha em uma indústria farmacêutica na busca da cura para o mal de Alzhaemer (o seu pai sobre dessa enfermidade). Para atingir esse objetivo ele faz experiências com macacos, o que é bem-sucedido ao conseguir provas relatando a inteligência de um macaco. Mas uma das cobaias fica com a "macaca" (violenta, força de expressão) e é fuzilada. Com o fim do projeto Will é surpreendido com a descoberta de que a macaca pariu um filhote no laboratório. E Will decide esconder o filhote em sua casa, que surpreende ao exibir sinais de inteligência excepcional.

terça-feira, novembro 08, 2011

Quero Matar Meu Chefe



O título original de Quero Matar Meu Chefe é Chefes Horríveis, mas bem que poderia se chamar de Três Idiotas Querem Matar seus Chefes. Partindo de uma premissa interessante ao exibir a relação dos subordinados com os seus patrões intragáveis, e assim poder demonstrar que o autoritarismo exarcebado é um pesadelo na rotina das organizações. Infelizmente, da metade para o fim, o filme perde força ao focar na tentativa dos três de matar os seus respectivos chefes. Nick dedica anos na corporação com o objetivo de ser promovido, mas o seu plano vai por água abaixo em conta do seu chefe egocêntrico e egoísta que adora infernizar a sua vida. Dale é assistente de uma bela dentista mas doida e ninfomaníaca o bastante para abusá-lo sexualmente. Já Kurt trabalha numa empresa em que o novo patrão é um irresponsável que usa os lucros para torrar em sexo e cocaína.
Confesso que ri no decorrer da projeção do filme, mas é um riso irritante já que em alguns momentos o trio de amigos é tão burro que passa da conta. E fica difícil de acreditar que esses idiotas atuem em cargos importantes já que o público questiona o Q. I. dos caras - outro ponto que incomoda é que os três babacas gostam de cinema (eles comentam do clássico Pacto Sinistro ao cult Jogue Minha Mãe no Trem e até o desconhecido Neve Sobre os Cedros). Será que o cinema emburrece as pessoas?
Um dos defeitos de Quero Matar Meu Chefe é que o diretor Seth Gordon não soube utilizar um humor correto. O argumento desse filme exige um humor negro, o que definitivamente não fazia parte dos planos da produção. Em compensação queriam transformar em um novo Se Beber, Não Case!, com a presença do humor chulo, grosseiro e politicamente incorreto. A escolha acabou matando o filme e a chance de fazer uma obra bacana no porte de Como Eliminar o seu Chefe (1980) de Colin Higgins com Jane Fonda, Lily Tomlin e Dolly Parton.

sábado, outubro 15, 2011

Destaques nos cinemas






MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO
(Bridesmaids, EUA, 2011) de Paul Feig
Comédia. Garota é convidada para ser madrinha e responsável pela despedida de solteira de sua melhor amiga, o que resultará em muita confusão.




COPACABANA
(França, 2010) de Marc Fitousse
Comédia. Senhora de espírito jovial tenta dar uma guinada em sua vida após descobrir que a sua única filha tem vergonha do seu estilo de vida.




A PELE QUE HABITO
(La Piel Que Habito, Espanha, 2011)
Drama. Cirurgião plástico decide se vingar de um grupo de homens que estupraram a sua filha.





ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS
(All Good Things, EUA, 2010) de Andrew Jarecki
Suspense. Rapaz da alta classe se envolve com uma garota humilde até que, de repente, esta desaparece.





TUDO PELO PODER
(The Ides of March, EUA, 2011) de George Clooney
Drama. Ao se aventurar numa campanha política, um jovem extremamente ético se decepciona com este meio.






O PALHAÇO
(Brasil, 2011) de Selton Mello
Comédia. Após passar a vida toda trabalhando como palhaço de circo entra em crise o que faz buscar por novas experiências.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray




VIOLÊNCIA E PAIXÃO
(Gruppo di Famiglia in un Interno, Itália/França, 1974) de Luchino Visconti
Drama. Professor solitário tem a sua rotina alterada com a chegada de novos inquilinos no seu prédio.




TURNÊ
(Tournée, França, 2010) de Mathieu Amalric
Drama. No auge da carreira, produtor de televisão francês larga tudo para buscar sucesso profissional nos EUA.




INCÊNDIOS
(Incendies, Canadá, 2010) de Denis Villeneuve
Drama. Casal de irmãos que vivem no Canadá decidem ir a um país do oriente médio para descobrir o passado dos seus pais.





NAMORADOS PARA SEMPRE
(Blue Valentine, EUA, 2010) de Derek Cianfrance
Drama. Mesmo diante de uma crise conjugal, casal de namorados recordam bons momentos para saber o significado do amor.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Tela Super8: Leningrad - "Malen´kiy Mal´chik"

Uma Vida Iluminada (Everything Is Illuminated, EUA, 2005) de Liev Schreiber é um bonito filme sobre descorbetas e origens, mas o que me conquistou foi a sua ótima trilha sonora, com destaue para a música "Malaen´kiy Mal´chik" da banda punk rock da Rússia chamada Leningrad.

segunda-feira, outubro 10, 2011

Cisne Negro



O balé Lago dos Cisnes conta a estória de uma princesa que sofre de uma maldição: de dia é um belo cisne branco; a noite se materializa em forma humana. A única forma de quebrar o feitiço é encontrar o homem dos seus sonhos. Mas o preterido é seduzido por um cisne negro confundindo-o com a amada. Diante da confusão, a maldição não pode ser quebrada terminando na morte trágica de ambos.
Já o filme Cisne Negro conta a estória de Nina, uma bailarina perfeccionista de 28 anos que realiza o grande sonho de se tornar a estrela da compania ao protagonizar o clássico O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky. No decorrer dos ensaios, Nina interpreta primorosamente o Cisne Branco, uma personagem frágil e sensível; mas o seu calcanhar de Aquiles é dar vida a sedutora e lasciva Cisne Negro. A pressão é tanta para causar impacto como Cisne Negro que Nina começa a ter visões a ponto de não saber o que é realidade e ilusão.
Tendo como referência o clássico Repulsa ao Sexo (1965) de Roman Polanski, Cisne Negro é um misto de drama asfixiante e terror psicológico ambientado no mundo competitivo e voraz do balé. O diretor Darren Aronosfky volta ao estilo que o consagrou em Réquiem para um Sonho ao explorar personagens que caem numa espiral sem volta personificado por Nina. Ela é um retrato de uma pessoa que quer agradar a todos mas que vai mais fundo do poço em conta de sua competitividade; mas que por dentro é insegura, frígida e dominada pelos anseios da mãe. Ou seja, ela é uma bomba-relógio prestes a explodir em conta de tanta tensão, stress e dedicação.
Mesmo que Cisne Negro não seja tão marcante como Réquiem para um Sonho, Aronosfky faz um ótimo trabalho ao criar uma personagem riquíssima e complexa como Nina. E Natalie Portman dá um show na garota que é controlada por todos a sua volta: sua mãe castradora, uma ex-bailarina frustrada (a ótima Barbara Hershey); o coreógrafo que a manipula pois sempre esta insatisfeito com a sua perfomance de Cisne Negro; e a presença da bailarina Lily, que fascina e repulsa pela sexualidade escancarada.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Super 8



Para quem passou a infância ou adolescência nos anos 80, assistir Super 8 é um bom programa nostálgico. Já a galera nova que curte filmes como Contatos Imediatos do Terceiro Grau ou E. T. - O Extraterrestre vai gostar dessa bonita homenagem que o diretor J. J. Abrans faz aos clássicos de Steven Spielberg, que também é o produtor dessa obra.
No final dos anos 70, grupo de garotos vivem numa pequena cidade e aproveitam a temporada de férias escolares para fazer um filme trash sobre invasão de zumbis com a clássica câmera Super 8. Do grupo destaca-se Joe, filho de policial que acabara de perder a mãe - mas ele acaba se envolvendo com Alice, a nova componente do grupo para ciúmes do diretor do filme, que é o seu melhor amigo. Durante as filmagens em uma antiga estação ferroviária, o grupo testemunha um bizarro acidente de trem envolvendo um professor da escola. Após o acidente, a cidade é invadida por militares e coisas estranhas acontecem como o desaparecimento de pessoas e animais.
J. J. Abrams seguiu a cartilha spielberguiana desenvolvendo um enredo que explora a força da amizade, o difícil processo de amadurecimento e uma cutucada no militarismo/autoritarismo (parece cópia carbono de E. T. - O Extraterrestre), mas o diretor fez um trabalho agradável, com um ritmo certo, uma boa trilha sonora e a ótima fotografia de Larry Fong que explora em muitas cenas faixas de luzes azuis na tela com a intenção de brincar com os enquadamentos dos filmes de Spielberg citadas acima.
Observação: lendo o argumento de Super 8, me fez lembrar de A Noite Americana e 8 e 1/2 em conta das dificuldades de se fazer um filme; da mesma forma mostra como é prazeroso esse processo - uma brincadeira de criança.

terça-feira, outubro 04, 2011

Os Fantasmas e os Duendes da Morte



Quantos adolescentes não se sentem deslocados, incompreendidos em qualquer instância social vide família, amigos, escola a ponto de querer sumir, fugir do lugar em que vivem? Bom! A grande maioria diria que já passou ou passa por isso incluindo um jovem que vive uma rotina chata, sem graça em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. A sua válvula de escape é ficar horas na internet, batendo papo no msn, escrevendo versos no seu blog e vendo video-post estranhíssimos de um casal. Ao receber a notícia de que o seu grande ídolo, o cantor Bob Dylan, fará um show no Brasil, deixa o garoto mais apreensivo, ampliando o desejo de sair da sua cidade.
Confesso que achei o filme Os Fantasmas e os Duendes da Morte estranho, se bem que o título já sugere que não é uma obra comum, mas é uma grata surpresa ao testemunhar que este seja um dos melhores filmes brasileiros dos últimos anos. Criativo, experimental e extremamente delicado, a estréia do diretor Esmir Filho nos cinemas é uma linda surpresa pois mescla o cinema e a internet e a sua influência (net) na vida do personagem principal e também no enredo da obra. Com uma bela fotografia que ilustra bem a zona urbana e rural da cidade gaúcha, em que o diretor capricha nos ótimos movimentos de câmera ao som de belas músicas (outro ponto alto do filme) tornam a obra mais acessível e receptiva a qualquer público, particularmente aos jovens que se reconhecerão na frase que surge logo no começo do filme: "longe é o lugar que a gente vive de verdade". E daqui por diante aguardarei o próximo filme de Esmir Filho, sinto que esse cara promete um belo futuro profissional. Espero não estar jogando praga no coitado.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Destaque nos cinemas



O PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM
(Rise of the Planets of the Apes, EUA, 2011) de Rupert Wyatt
Ficção científica. Cientista faz estudos com macacos para descobrir a cura ao Mal de Alzheimer, gerando um símio extremamente inteligente e imprevisível.




UM SONHO DE AMOR
(Io Sono L´amore, Itália, 2009) de Luca Guadagnino
Drama. Patriarca rico decide nomear filho e neto para a sucessão dos negócios, mas a sua nora acaba se envolvendo com um jovem amigo de seu filho.




O HOMEM DO FUTURO
(Brasil, 2011) de Cláudio Torres.
Comédia. Cientista descobre a máquina do tempo, o que acaba lhe levando para o pior dia de sua vida, lhe dando a chance de mudar o seu futuro.

quarta-feira, setembro 14, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray




NÃO ME ABANDONE JAMAIS
(Never Let Me Go, EUA/Inglaterra, 2010) de Mark Romanek
Drama. Três jovens são cobaias de uma experiência científica: eles são clones de pessoas reais e tem o objetivo de serem doadores dessas pessoas.





O PRIMEIRO QUE DISSE
(Mine Vagante, Itália, 2010) de Ferzan Ozpetek
Comédia. Jovem escritor tenta se reunir com a família para "sair do armário", mas os seus planos vão por água abaixo quando o seu irmão assume ser gay.







CÓPIA FIEL
(Copie Conforme, Irã/França, 2010) de Abbas Kiarostami
Drama. Mulher se encontra com um renomado escritor e começam a debater sobre a arte e a vida.











REENCONTRANDO A FELICIDADE
(Rabbit Hole, EUA, 2010) de John Cameron Mitchell
Drama. Oito meses após a morte trágica de seu único filho, casal tenta voltar a rotina, mas as lembranças e a família da matriarca são obstáculos.





BIUTIFUL
(México/Espanha, 2010) de Alejandro González Iñárritu
Drama. Homem com poderes paranormais vive na mira da polícia por se envolver no contrabando de produtos piratas.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Tela Super8: Coldplay - "Don´t Panic"

Nas últimas férias assisti ao filme Hora de Voltar (Garden State, EUA, 2004) de Zach Braff, uma obra muito comentada e que eu nunca tinha conferido antes. Sinceramente, uma obra tipicamente indie, mas que me agradou pela boa trilha sonora. E um dos destaques é a bela música "Don´t Panic" do Coldplay, que fazia algum tempo que não escutava.



quinta-feira, setembro 08, 2011

Reencontrando a Felicidade



"Após a tempestade vem a calmaria". Esse é o lema do casal Howie e Becca que estão no luto de 8 meses após a perda do único filho. Mas achar uma saída para voltar ao normal é um dilema difícil de decifrar para o casal, especialmente a esposa Becca em que a dor existe dentro e fora do seu casamento. Por dentro, Becca tenta a normalidade ocultando todos os vestígios de seu filho, algo que Howie não aceita. Por fora, a sua relação com a mãe e a irmã é um caos. A mãe tenta desastrosamente se aproximar de Becca, pois ela conhece a dor da perda de um filho, mas Becca odeia comparar a morte de seu filho (atropelamento) com a do irmão (overdose). Já a irmã é uma garota imatura que fica grávida de um músico pobretão.
De forma surpreendentemente sensível, o diretor John Cameron Mitchell se distancia totalmente de suas obras anteriores ("Hedwig - Rock, Amor e Traição" e "Shortbus") e conduz essa triste estória com uma delicadeza que torna tudo mais humano e vulnerável. Se o filme é tocante, mas sem ser profundo demais e muito menos melodramático, se deve ao fato de que sair do luto é sair de uma proteção de um mundo que a gente projetou, mas que por alguma circunstância, tudo mudou.
Além do bom trabalho de direção e roteiro, o filme vale pela ótima dupla Nicole Kidman e Aaron Eckhart. Ela que finalmente encontrou um projeto desafiante e tirou toda a maquiagem e botox que a estava deixando estranha. Já Eckhart mais uma vez mostra sensibilidade em exibir um pai desesperado em voltar a velha rotina. Aliás, já está na hora da Academia prestar a atenção nele.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Trabalho Sujo



Trabalho Sujo bebe muito do ótimo Pequena Miss Sunshine, mas lhe faltou carisma e sensibilidade no argumento - a participação de Alan Arkin como o avô doidão pesa ainda mais na comparação, aliás o ator americano deveria variar nos personagens para não se estereotipar. E como quase sempre toda obra indie americana fala sobre os fracassados, loosers. Rose e Norah são irmãs e se encontram na mesma situação: não conseguiram subir na vida. Norah não curte responsabilidade e não estuda, o seu lance é beber, fumar um baseado. Já Rose, que na escola foi a garota mais popular, se tornou uma espécie de diarista - só o fato de cuidar sozinha do filho e ter um caso com um antigo amor da escola, que se encontra casado com outra, reforça o seu descontentamento com a sua vida. Desesperada por dinheiro, aceita a ideia sugerida por seu amante de limpar uma casa após a ocorrência de um crime. Percebendo um mercado inexplorado na cidade, Rose decide, com o auxílio de sua irmã, abrir uma empresa que faz serviços de limpeza em lugares que alguém morreu (por crime, suicídio ou morte natural). Com o trabalho indo de vento em popa, ela e Norah buscam uma nova guinada para melhorar as suas vidas.
Com um enredo agridoce, esperava-se muito mais em conta do ótimo elenco, afinal Amy Adams e Emily Blunt juntas como irmãs valem uma espiada. Pena que a personagem de Emily seja pouco explorada, não tenha tanta força. Já Amy ganha mais destaque - a cena em que Rose conversa com a mãe morta via radio do carro é linda, a melhor do filme. Pena que o resto da obra não brilhe tanto.

sábado, setembro 03, 2011

Inverno da Alma



A América é conhecida pela terra da oportunidade, da liberdade, igualdade entre homens e mulheres; da mesma forma pela pujante classe média que vive confortavelmente em suas casas sem muros em um pacato e seguro subúrbio. Diante dessa imagem comum, o filme Inverno da Alma exibe um outro lado. Logo de cara mostra crianças brincando em um quintal descuidado, sujo. Esse é o cenário da adolescente Ree Dolly, uma garota de 17 anos que tem que cuidar dos irmãos mais novos e de sua mãe doente. Vivendo com ajuda da comunidade, Ree e sua família vivem como podem. Mas o pior está por vir. Um policial aparece em sua porta com uma péssima notícia: se o seu pai, um traficante foragido, não comparecer ao tribunal onde vai ser julgado, a casa da família será penhorada. Desesperada, Ree luta contra o tempo em busca do seu pai, mas para atingir esse objetivo a garota lidará com pessoas perigosas, da pior estipe, que tem contas a acertar com o seu pai.
Com uma ótima fotografia em tons escuros (a luz do Sol é um elemento que não existe neste cenário) e uma quase onipresente trilha sonora, o filme de Debra Granik (seu primeiro trabalho) expõe com sensibilidade, coragem e amargura a via crucis de Ree, uma garota dura na queda, que está habituada a hostilidade do lugar e de seus habitantes. Se de início o filme mostra Ree vivendo num mundo em que os homens dominam as mulheres; na metade por fim esse raciocínio é jogado por água abaixo, literalmente, na impressionante cena do lago. Com um ótimo elenco (fiquei feliz de rever a eterna Laura Palmer de Twin Peaks, a atriz Sheryl Lee atuando) em destaque para a dupla Jennifer Lawrence e John Hawkes, que merecidamente concorreram ao Oscar de atriz e ator coadjuvante.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Destaque nos cinemas




CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR
(Captain America: The First Avenger) de Joe Johnston
Aventura. Rapaz franzinho aceita virar cobaia para se tornar forte e poderoso com a meta de combater um vilão perigoso.





MELANCOLIA
(Melancholia, Suécia/Alemanha/Dinamarca, 2011) de Lars Von Trier
Drama. Noiva deprimida realiza o seu casamento no momento em que um planeta chamado Melancolia está em rota de colisão com a Terra.


A ÁRVORE DA VIDA
(The Tree of Life, EUA, 2011) de Terrence Malick
Drama. A conturbada e emocionante saga de uma família em que a sua estória acaba se misturando com a evolução da natureza no planeta Terra.



SUPER 8
(Super 8, EUA, 2011) de J. J. Abrams
Ficção científica. Grupo de garotos fazem um filme amador e testemunham um acidente que causará misteriosas consequências na região.

domingo, agosto 14, 2011

Lançamentos em DVD/Blu-Ray



POESIA
(Shi, Coréia do Sul, 2010) de Chang-dong Lee
Drama. Idosa começa a ver a vida com outros olhos após participar de um curso de poesia.





VIPS
(Brasil, 2011) de Toniko Melo
Drama. Rapaz com habilidade de se passar por várias pessoas começa a dar golpes a ponto de se distanciar de sua própria personalidade.




A ÚLTIMA ESTAÇÃO
(The Last Station, Inglaterra/Alemanha, 2009) de Michael Hoffman
Drama. Após suspeitar de que o seu marido, o grande escritor Tolstoy, está mudando o testamento, sua esposa fará de tudo para reverter a situação.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Tela Super8: The Zombies - "Time of the Season"

O filme Bruna Surfistinha (Brasil, 2010) de Marcus Baldini é um dos poucos filmes nacionais que apresenta uma trilha (muito boa por sinal) que contêm canções estrangeiras. Mesmo com a presença de "Fake Plastic Three" do Radiohead (que eu amo, sem comentários), curti muito a abertura bacana do filme que brinca com os blogs. Ao som de "Time of the Season" de The Zombies, o filme já mostra de cara o veículo que tornou a personagem na celebridade que conhecemos hoje.



quarta-feira, agosto 10, 2011

A Garota Ideal



"Um estranho e solitário rapaz se apaixona por uma boneca inflável". Bom! Diante de um argumento desses descambaria ao humor chulo, explorando a bizarrice do gesto. Ou então se transformaria num drama denso, mostrando que essa atitude resvalaria para o preconceito, aflorando o pior do ser humano. Mas o filme A Garota Ideal surpreende, e vai contra tudo que é descrito acima. O diretor Craig Gillespie foi inteligente ao mostrar uma outra visão sobre essa estória. E nesse contexto, exibe a grande bondade e a humanidade de uma comunidade em aceitar o novo casal da região. O apaixonado Lars Lindstrom é um rapaz calado, introspectivo, mas que todos reconhecem nele uma pessoa do bem. Por conta dessa "ficha limpa", todos que estão ao seu redor aceitam a relação e encaram a boneca inflável, que se chama Bianca (que tem descendência brasileira e dinamarquesa), como a mais nova integrante da comunidade.
E que o roteiro do filme tem de poderoso é mostrar que as vezes o homem é um ser surpreendente; e que quando se mostra tolerante é capaz dos mais belos gestos. É uma típica obra que faz você acreditar nas pessoas. Que a humanidade e a compreensão são forças poderosas que vale a pena investir. Desculpe os milhões de clichês nessa resenha, mas foi o que eu senti após ver esse filme. Me senti muito bem, mesmo que isso seja breve e que a qualquer momento o preconceito, a ignorância, o medo surgem no caminho.