sexta-feira, janeiro 10, 2020

Parasita

(Gisaengchung, Coréia do Sul, 2019)
Direção: Joon-ho Boong
Elenco: Kang-Ho Song, Woo-sik Choi, Park So-Dam, Chang Hyae Jin

Nas duas últimas edições do Festival de Cannes, o cinema asiático abocanhou o prêmio máximo. E o mais estranho: ambos desmitificam a imagem de igualdade social que o mundo tem do Japão e da Coréia do Sul. Estou me referindo ao Assunto de Família e Parasita. Se a obra japonesa é um belo melodrama sobre uma família de miseráveis que sobrevive graças a pequenos delitos; o filme coreano usa, cirurgicamente, uma ironia singularíssima ao relatar os planos de uma família folgada - e de classe baixa - em se aproveitar do vazio de uma família burguesa. Contar mais da estória de Parasita estragaria muito das surpresas que o filme proporciona. Assim, o novo filme de Joon-ho Boong é a representação máxima de um dos cinemas mais originais do momento. Uma mistura equilibrada, perfeita do drama, comédia e suspense. E uma aula de edição do Yang Jin-mo que aproveita ao máximo o espirituoso roteiro mais a direção certeira de Boong que soube usar os movimentos e ângulos de câmera na medida certa para reforçar a crítica social (o aperto da família pobre em contraste com o espaço aberto demais do proletariado). Um clássico sobre manipulação...e que os planos não saem como previstos.

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