CORALINE E O MUNDO SECRETO(Coraline, EUA, 2009) de Henry Selick.
Desenho. Garotinha descobre um portal que a leva para uma outra dimensão, onde encontra uma nova e estranha faceta de seus pais.
O VISITANTE(The Visitor, EUA, 2008) de Thomas Mccarthy.
Drama. Professor frustrado descobre um casal de imigrantes morando em seu apartamento, e desse encontro surgi uma inesperada amizade.
VALSA COM BASHIR(Vals Im Bashir, Israel/Alemanha/França/EUA) de Ari Folman.
Desenho. Ex-soldado tenta recordar, atraves de depoimentos, o envolvimento do exército israelense durante a Guerra do Líbano nos anos 80.







Austrália é o novo clássico do cinema cartão-postal ao mostrar de forma translumbrante as belíssimas imagens do país-título. Mas essa é a única boa notícia sobre o filme – além do habitual bom gosto do diretor Baz Luhrmann no desenho de produção. Já sobre o resto do filme, só tenho a lamentar. Com uma boa introdução (o estilo exagerado do diretor é evidente), o filme vai perdendo a graça ao longo de sua projeção, até se transformar num novelão daqueles. Com personagens sem muita consistência, e a falta de mão de Luhrmann quando envereda para o realismo fantástico, ele perde o controle nesse drama romântico à antiga, em que homenageia e cita grandes clássicos do cinema, particularmente e exageradamente com O Mágico de Oz. Mas a sua absurda duração é um tiro no pé. Nem aborígine é capaz de salvar.
A última vez que vi esse filme foi a dez anos atrás, e confesso que achei essa obra pretensiosa. Com um início genial, o filme foi perdendo consistência com a entrada do personagem Tyler Durden, que na minha opinião fora criado com o propósito de gerar um final-surpresa, uma característica marcante do diretor nos anos 90. Mas aos olhos de hoje, mudei de opinião sobre o filme. Mesmo que eu considere Zodíaco e Seven - Os Sete Crimes Capitais os melhores trabalhos de Fincher, Clube da Luta tem as suas singularidades. A começar pela melhor atuação da carreira de Edward Norton (até o momento), espetacular num personagem perdido entre os valores contemporâneo e primitivo. A ótima trilha sonora de The Dust Brothers, que mistura vários estilos, sem perder o tom. Mas o melhor mesmo é a aula de movimentos de câmera, em que Fincher usa efeitos visuais para criar ângulos incríveis. Com uma montagem ágil, a adaptação da obra de Chuck Palahniuk continua atual ao abordar pessoas sufocadas pelo consumismo, perdidas em um mundo material sem qualquer perspectiva a respeito de suas vidas. "O que faz sentindo na vida?".