quarta-feira, julho 03, 2013

Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas

(Loong Boonmee Raleuk Chat, Tailândia/Inglaterra/Alemanha/Franca, 2010)
Direção: Apichatpong Weerasethakul
Elenco: Thanapat Saisaymar, Jenjira Ponepas, Sakda Kaewbuadee, Natthakaru Aphaiwonk.

Pelo título parece mais um filme de temática espirita tão explorada pelo cinema brasileiro. Ledo engano. Ao meu ver a obra tailandesa usa o fantástico, o inusitado para cutucar uma ferida daquele pais: o conflito entre a Tailândia e Laos. E nesse contexto, o filme usa, como metáfora, os últimos dias de um fazendeiro, o tio Boonmee do título, que sofre de uma doença renal grave e em uma noite recebe a visita do espirito de sua falecida esposa e do filho desaparecido que virou um macaco fantasma!?!?
Estranhamentos a parte, o vencedor da Palma de Ouro de Cannes chama atenção pelo visual e o som: raramente o cinema expõe com tanta riqueza a beleza, o fascínio e os mistérios de uma floresta. As imagens da natureza é de cair o queixo. E até os efeitos visuais chamam atenção mostrando que com criatividade não há necessidade do uso da computação gráfica, como a primeira aparição do espírito da esposa e os olhos vermelhos do macaco fantasma rodando na escuridão da floresta.
Contudo, não considero Tio Boonmee um ótimo filme, mas achei interessante pelo visual, representando o cinema na sua essência pelo apelo visual e sensorial; e também confesso que não entendi o seu final, um dos mais abruptos que já vi na vida.

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