Direção: Fernando Coimbra
Elenco: Leandra Leal, Milhem Cortaz, Fabiula Nascimento, Juliano Cazarré
O surgimento do mal. Esse é o lema do primeiro filme de Fernando Coimbra que merece todos os aplausos pelo incrível cuidado técnico que inclui uma ótima montagem e um belo trabalho de som e a minimalista trilha sonora ambos de Ricardo Cutz. Vendo esse filme me fez lembrar demais da crueza do austríaco Michael Haneke que faz uma análise de um triângulo amoroso que vira um estopim para uma tragédia grega. Outro destaque fica com o trabalho minucioso dos movimentos de câmera que em determinados momentos me fez recordar o mestre Antoniani. E o elenco arrebenta, especialmente Leandra Leal que soube dar vida a Rosa, uma das personagens mais complexas do cinema brasileiro dos últimos tempos - um raio-x de uma garota que vai, aos poucos, mergulhando no "lado negro" da vida. Uma personagem que tem ecos das sofredoras personagens femininas de Lars von Trier como a Gracie de Dogville. Enfim, diante de tantas referências Coimbra surpreende e demostra maturidade ao relatar a maldade de uma forma que vai do drama ao suspense soturno e, em alguns momentos, ao humor escrachado; tudo isso sem perder o tom. Um cineasta pra ficar de olho; e um ótimo momento do cinema nacional que brota, recentemente, diretores que querem fazer a diferença.
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