segunda-feira, setembro 08, 2014

Pixote - A Lei do Mais Fraco

(Brasil, 1981)
Direção: Hector Babenco
Elenco: Fernando Ramos Silva, Jorge Julião, Gilberto Moura, Edilson Lino

"Tenho família em Minas Gerais. Vamos lá?". A frase de uma das personagens resume bem a angústia da jornada dos seus protagonistas. Afinal, família simboliza a salvação, o amor, o respeito. Mas isso parece ser um sonho distante para os personagens. Como uma família de amigos, Pixote, Lilica, Dito e Chico são vitimas de várias núcleos familiares: a íntima que não soube educá-los e não sabe lidar com eles jogando-os em uma outra família - a institucional. O Estado, desumano e corrupto, representado pela Febem é um inferno na terra que também não sabe educá-los, potencializando ainda mais a marginalização dos jovens. 
Babenco faz um filmaço com um realismo impressionante, sempre direto e objetivo, com cenas que ainda hoje nos faz chocar, e o pior, são mais atuais que nunca. O seu argumento me fez lembrar da velha máxima do filósofo iluminista Rousseau: "o homem nasce bom e a sociedade o corrompe". Mas convenhamos, todos nós temos poder de rescrever as nossas estórias. No entanto, o universo de Pixote, a dureza e a aspereza da vida é um eterno balde de água fria. E o elenco está ótimo em que Fernando Ramos Silva é um achado como Pixote, e Marília Pêra está antológica no papel da prostituta Sueli (a sua última cena é sensacional). Um filme para ver, refletir e tentar mudar. E se você tem uma família amorosa, carinhosa, que se importa com você, levante a mão para os céus.

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