Direção: Cláudio Assis
Elenco: Fernando Teixeira, Caio Blat, Dira Paes, Matheus Nachtergaele.
Diante da bela natureza da zona da mata pernambucana, a degradação humana mostra as caras. Sem deixar de lado o estilo sensacionalista, o diretor Cláudio Assis faz um filme interessante sobre a exploração humana especialmente das mulheres que são tratadas como objetos perante a uma sociedade patriarcal e sem escrúpulos. Um ciclo vicioso maldito encrostado nos mais velhos e passado adiante pelos mais novos. E como um mosaico humano da região expõe entre as festividades locais um avô explorando sexualmente a sua neta, um playzinho que estuda em Recife mas que sempre volta a região para anarquizar, e as rixas de prostitutas num bordel miserável. Com cenas pesadas e um enredo que em determinados momentos soa previsível, filme surpreende pelo senso de humor (a desativada sala de cinema da cidade serve para alguns personagens fazer danação). E o ótimo elenco faz um bom trabalho especialmente o sempre doido Matheus Nachtergaele atuando como um filhinho de papai inconsequente. Pena que o diretor não esticou mais um pouco a estória para compreendermos melhor o embate entre a natureza local, os costumes da região e alguns dos seus personagens bestiais. Mas gostei do filme, bem produzido, ótimos movimentos de câmera e a linda fotografia do craque Walter Carvalho.
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