terça-feira, abril 05, 2016

A Bruxa

(The Witch, Canadá/EUA, 2015)
Direção: Robert Eggers
Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw

Como nasce o mal? Essa é a pergunta que persiste no filme A Bruxa, e a possível resposta vem do clima de repressão e do medo que uma família de colonos sentem após se mudar para um lugar isolado na América do século 17. Repressão associada pelo sufocamento religioso (o homem já nasce do pecado afirma o patriarca) e o medo vem da reação natural perante o desconhecido. E assim testemunhamos a metamorfose da adolescente Thomasin  a filha mais velha de uma família que se torna uma persona non grata em casa - sua beleza inocente desperta o desejo e o sexo dos homens...em outras palavras pecado.
Através de um clima pesado, lento e introspectivo, o diretor Robert Eggers (em sua estreia) faz um ótimo trabalho ao impor na tela todo o clima opressivo que vive Thomasin, e o diretor arrebenta nos enquadramentos e movimentos de câmera, e cria lindas cenas tanto da floresta quanto dentro da casa (especialmente as noturnas). Mas o ponto alto é a assustadora trilha sonora de Mark Korven que utiliza uma confusa cacofonia de sons e vozes com o objetivo de mostrar a presença do mal. Uma bela surpresa mas que não é para todos os gostos, pois a obra não é comercial, não cai na armadilha do susto fácil - porém conta com sutilidade o poder da maldade no sentido mais sensorial.

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