quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Oscar 2017

Após a grande polêmica no Oscar 2016 em virtude de artistas negros e outras etnias terem sido excluídas nas indicações, a edição 2017 bateu recorde de atores negros indicados, 05 - e com reais chances de vitórias - e ainda impulsionou filmes como Um Limite Entre Nós, Estrelas Além do Tempo e Moonlight: Sob a Luz do Luar. No entanto, a festa tem dono: o musical La La Land: Cantando Estações. Desde do Festival de Veneza que o filme de Damien Chazelle vem causando frisson e a crítica se derreteu toda a ponto da Academia indicá-lo a 14 prêmios (um exagero). Por outro lado, o grande perdedor foi a bela ficção cientifica A Chegada que foi esnobado em categorias consideradas certas como efeitos visuais, trilha sonora e atriz para Amy Adams (um absurdo). E falando em melhor atriz, o discurso anti-Trump de Meryl Streep fez efeito e a dama do cinema americano abocanhou a sua 20ª indicação. E a Academia não gosta mesmo de Xavier Dolan - um dos favoritos ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o canadense É Apenas o Fim do Mundo caiu fora, polarizando a briga entre o iraniano O Apartamento (o favorito) e o alemão Toni Erdmann. Uma pena constatar que o brasileiro Aquarius poderia ter entrado com folga na lista. E por fim, vale lembrar que a "grande surpresa" de 2016, Deadpool, foi totalmente esquecido e não recebeu nenhuma indicação, diferente dos prêmios dos sindicatos - sinceramente eis uma conclusão que concordo com a Academia.

A CHEGADA
Quem diria que o grande filme de 2016 seria uma tocante, singela e simples ficção cientifica que apresenta temas tão caro ao gênero como o luto e a finitude da vida. Mais um belo trabalho do melhor cineasta de Hollywood do momento, um canadense que sabe casar o entretenimento com reflexão. Pena que as suas limitadas 08 indicações representa que o seu poder de fogo na cerimonia do Oscar poderá se transformar em uma fagulha, mas mesmo assim tem alguma chance para vencer nas categorias de roteiro adaptado, edição de som e mixagem de som.

A QUALQUER CUSTO
Despontado no último Festival de Cannes, o novo filme de David Mackenzie é lembrado por mostrar mais um trabalho de primeira do roteirista Taylor Sheridan que bebe muito do clássico Onde os Fracos Não Tem Vez e realiza o que os críticos chamam de neo-western - em que o sistema bancário é o grande vilão da estoria num país cada vez mais desencantado, e desigual socialmente. Com 04 indicações, o filme provavelmente não ganhará nada.

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM
Representando o filme de guerra, um gênero que a Academia adora, Até o Último Homem também significa o renascer das cinzas do antigo astro Mel Gibson que virou persona non grata nos últimos 10 anos em conta de sua atribulada vida pessoal (violência doméstica, alcoolismo). Tudo isso e as boas criticas que o filme recebeu - desculpe a sinceridade - O Resgate do Soldado Ryan com pegada cristã conquistou as surpreendentes 06 indicações, e ainda por cima é o favorito na categoria edição de som (um ótimo trabalho por sinal).

ESTRELAS ALÉM DO TEMPO
Sucesso de bilheteria, esse drama agridoce bem inofensivo agrada num ano que a Academia passou sufoco pelo boicote dos atores negros na última cerimônia. e lembrar Estrelas Além do Tempo é uma forma de pedir desculpas. Com 03 indicações, o filme de Theodore Melfi tem poucas chances de vitória.



LA LA LAND: CANTANDO ESTAÇÕES
Los Angeles. Cinema. Jazz. La La Land: Cantando Estações junta tudo isso e se transforma num produto tipico que a Academia ama - e sejamos francos, o diretor Damien Chazelle mereceu reconhecimento pelo seu brilhante trabalho anterior, Wiplash: Em Busca da Perfeição, e o Oscar parece que quer buscar justiça com o seu último filme. E alguém duvida quem vai fazer a farra na cerimônia na edição mais previsível dos últimos anos? Com 14 indicações, é o grande favorito para melhor filme, direção, roteiro original, direção de arte, fotografia, edição, canção, trilha sonora e mixagem de som.

LION: UMA JORNADA PARA CASA
Representando o clássico dramalhão, a obra que vem lá de longe, Austrália pra ser exato, agradou a Academia com o seu enredo multicultural mas que será lembrado por uma surpreendente atuação de Nicole Kidman num papel bem atípico. Com 06 indicações, o filme sairá de mãos abanando na entrega do Oscar.





MANCHESTER À BEIRA-MAR
Desde da sua estreia no Festival de Sundance, o novo filme de Kenneth Lonnegan arrancou críticas consagradoras graças a um bom roteiro e um elenco afiado com destaque para um surpreendente Casey Affleck em um papel exigente e dolorido. Com todo esse pedigree o filme não perdeu força, e com o passar do ano sempre presente na lista dos melhores do ano. Resultado? As 06 indicações que o filme recebeu, e ainda é o grande favorito a de melhor ator, além de ter chance na de roteiro original.

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR
O grande favorito da crítica, Moonlight: Sob a Luz do Luar é uma obra forte que vai além do tema preconceito e racismo. Autoconhecimento e a busca por questionamentos existenciais tornam o debut de Barry Jenkins em um verdadeiro achado, que criou uma bela palheta de cores e sons ao dar vida aos anseios do personagem principal chamado Black. Com 08 indicações, tem reais chances de vitória nas categorias de melhor roteiro adaptado e ator coadjuvante.


UM LIMITE ENTRE NÓS
Adaptado pelo próprio Denzel Washington para as telas, o filme não faz questão de esconder a origem teatral (o que para muitos é um ponto negativo da obra) mas no entanto deixa intacto o show de interpretação do elenco ao abordar temas tão humanos como conflitos familiares e sonhos virados em cinzas. Com 04 indicações, é o favorito para ganhar o de melhor atriz coadjuvante.

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