quinta-feira, abril 05, 2018

Eu, Tonya

(I, Tonya, EUA, 2017)
Direção: Craig Gillespie
Elenco: Margot Robbie, Sebastian Stan, Allison Janney, Paul Walter Hauser.

Após o fim da sessão de Eu, Tonya o público fica atordoado com a loucura, e o grau de imbecilidade a respeito do caso do ataque a patinadora Nancy Kerrigan. E o diretor Craig Gillespie que já tinha realizado o ótimo A Garota Ideal (que já demonstrava um pé no bizarro) realiza o que podemos dizer a versão do perturbador Cisne Negro sob a ótica dos irmãos Coen. E nessa mistura adiciona uma linguagem de documentário, o que transforma no seu ponto fraco pois não é muito bem explorado, e no fim perde força. Mas o seu argumento é tão bom - e inacreditável - que espanta não ter rendido uma filmagem. E também coragem ao humanizar Tonya Harding, que de monstro é somente uma garota que teve o azar de ter uma mãe megera (numa atuação monstruosa de Allison Janney, a melhor coisa do filme) e viver num mundo hostil em que a violência doméstica e carinho não faz tanta diferença assim. E o filme prova a versatilidade da australiana Margot Robbie que atua com garra uma jovem talentosa mas que a sua origem (uma família desfuncional) e sua falta de modos se tornaram um obstáculo em um esporte tão fantasioso, cor de rosa...e conservador.

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