quinta-feira, março 05, 2020

1917

(Inglaterra/EUA, 2019)
Direção: Sam Mendes
Elenco: George MacKay, Dean-Charles Chapman, Mark Strong, Andrew Scott.

Nos últimos anos o Oscar premiou cineastas que usaram com maestria longos planos-sequências como Alfonso Cuaron (Gravidade e Roma) e Alejandro Gonzalez Inarritu (Birdman e O Regresso). Assistindo 1917, o diretor Sam Mendes usa e abusa do mesmo artifício mesmo sendo inovador ao realizar um filme de guerra em tempo real e sem a participação direta do protagonista em cenas de batalha. Mas também é só isso. O filme ganharia pontos se usasse diálogos mínimos ao invés de investir em frases rasas fruto de um roteiro fraco em toda sua projeção. No entanto a parte técnica é um primor, especialmente na impactante cena da vila em chamas a noite recordando Andrei Tarkovski. Mas até nesse quesito a fotografia do mestre Roger Deakins copia muito o trabalho do outro mestre Emmanuel Lubezki (especialmente em O Regresso). Assim no decorrer da projeção do filme a obra lembra demais Gravidade em conta de uma - previsível - enxurrada de cenas de grande impacto como a queda do avião e a do protagonista no rio. Mas o pior mesmo é transformar a guerra em um ato excitante o que descaracteriza do propósito de relatar o horror que existe nos combates. Não dá para negar o seu ritmo incessante mas como um filme de guerra, 1917 é um ótimo videogame. 

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