sábado, setembro 05, 2020

Graças a Deus

(Grâce à Dieu, França, 2018)
Direção: François Ozon
Elenco: Melvil Poupaud, Denis Ménochet, Swann Arlaud, Eric Caravaca.

François Ozon é um cineasta francês conhecido pelo seu estilo provocativa como Swimming Pool - À Beira da Piscina e Dentro de Casa. Mas ao abordar a pedofilia na Igreja Católica, o diretor surpreende ao pisar no freio perante a um material estritamente polêmico. E inesperadamente o tom contido faz bem ao filme ao focar os traumas e a luta por justiça das vítimas e ainda alfineta a hipocrisia das pessoas próximas dos protagonistas que prefere "deixar pra trás" essa terrível experiência para não provocar a ira da sociedade e da Igreja. Com uma pegada mais realista, Ozon faz uma obra condizente, adequada que reflete a coragem que as pessoas tem hoje de expor as suas fragilidades e empeitar de frente os seus algozes e poderosos. E diante de tantas narrativas, o destaque fica com a ótima montagem de Laure Gardette que nunca perde o ritmo. E Graças a Deus mostrar algo inusitado: homens, religiosos, brancos e héteros como minoria. Pensando melhor, este fato talvez seja provocativo o bastante especialmente para um cineasta gay como é o caso de Ozon. Mas isso só reforça o fato que injustiças e abusos não escolhe raça, sexo, religião, ideologia. O importante é denunciar.

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