quinta-feira, dezembro 10, 2020

Um Estranho no Ninho


(One Flew Over the Cuckop´s Nest, EUA, 1975)
Direção: Milos Forman
Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Will Sampson, Brad Dourif

Saído da antiga Tchecoslováquia, o cineasta Milos Forman ganhou um presentão ao adaptar o livro de Ken Kesey. A sua escalação não foi em vão pois o diretor conhecia muito bem o que é viver em um sistema politico autoritário. E a estória de McMurphy, um condenado que pensa que vai escapar de sua pena ao se fazer de louco e ser internado num hospício comandado por uma enfermeira sádica cai como uma luva sobre o que é viver num mundo opressivo. Diretamente o filme faz uma poderosa critica sobre o tratamento desumano nas clinicas psiquiátricas em que profissionais da saúde de má índole tem liberdade total para destruir vidas. Com um enredo desses necessita-se de um duelo de titãs no elenco. Assim, mesmo que Jack Nicholson dê um show como um elemento que desestabiliza a ordem no manicômio; quem rouba a cena é a surpresa Louise Fletcher que com um gesto e um olhar dissemina uma frieza e uma falta de humanidade poucas vezes vista no cinema - não sei porquê essa personagem, a enfermeira Ratched, é tão pouco divulgado pois quando ela entra em cena sentimos que coisa boa não virá. Com um final de cortar o coração, Um Estranho do Ninho mereceu o Oscar de melhor filme em 1975 (mas admito que Um Dia de Cão é mais filme) ao abordar o horror do autoritarismo em nossas vidas.

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