quarta-feira, julho 10, 2024

Dublê de Corpo

(Body Double, EUA, 1984)
Direção: Brian De Palma
Elenco: Craig Wassom, Melanie Griffiths, Gregg Henry, Deborah Shelton.

Jake é um ator na luta pelo estrelado em Hollywood - mas que no mesmo dia é demitido de uma filmagem por causa de claustrofobia e descobre a traição de sua namorada. Mas o início da amizade com o também ator Sam simboliza uma mudança de rumo em sua vida. E sensibilizado por estar sem teto, Sam "empresta" um moderno e suntuoso apartamento para Jake por um tempo. E ao mostrar o apartamento, Jake descobre uma vizinha sexy e exibicionista no outro lado da rua. A atração é imediata o que faz com que Jake acompanhe os passos da vizinha e perceba que um estranho "índio" está a perseguindo gerando um risco de vida a bela mulher.
Rever Dublê de Corpo depois de muitos anos me fez voltar no tempo e recordar o primeiro cineasta que me atraiu no mundo cinema: Brian De Palma. Mas confesso que esqueci muita coisa do filme de 1984, o que ocasionou em boas surpresas (e um pouco de frustração). Mas também não esperava uma conexão com o clássico do David Lynch, Cidade dos Sonhos.
E no auge da carreira, o mestre De Palma não esconde as referências ao Alfred Hitchcock e em Dublê de Corpo, ele referencia ou parodia dois clássicos do mestre do suspense: inicialmente homenageia Janela Indiscreta - e na metade por fim joga Um Corpo Que Cai no enredo. Mas De Palma, usa a expertise hitchcockiana para fazer uma veemente crítica a Hollywood como uma indústria que destrói sonhos artísticos. E o diretor usa e abusa da metalinguagem como uma grande brincadeira cinematográfica. Também vale destacar a ótima e dramática trilha sonora de Pino Donaggio que deixa tudo mais carregado e tenso. No entanto, o filme envelheceu um pouco com o tempo (um certo exagero no voyeurismo) mas as brincadeiras com a linguagem ainda tem um certo frescor pois percebesse um cineasta totalmente a vontade com a sua obra - e afiado em sua crítica a Hollywood.

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