(Argentina, 2024)
Direção: Luciano e Nicolas Onetti
Elenco: Augustín Pardella, Carlos Portaluppi, Mario Alarcón, Augustin Olcese.
Direção: Luciano e Nicolas Onetti
Elenco: Augustín Pardella, Carlos Portaluppi, Mario Alarcón, Augustin Olcese.
Em plena Copa do Mundo da Argentina de 1978, os militares usavam a fachada do evento para esconder o momento mais violento da ditadura argentina. Enquanto o time portenho avança no esporte, agentes do Estado buscam células da oposição. E diante das terríveis sessões de tortura, os agentes descobrem um grupo mas não imaginam que estes fazem parte de um culto sobrenatural.
Sem sombra de dúvida o gênero terror está se transformando em um fantástico exemplo de criar enredos assustadores que se encaixam como crítica social. E o horror não tem nacionalidade. É universal. Um exemplo vem do horror argentino. Após realizar uma alegoria de um mundo em pré-pandemia de COVID no perturbador O Mal que Nos Habita; em 1978, os cineastas Onetti fazem um terror à lá de George Romero como alegoria de um país que tolera cada vez mais figuras mais autocráticas - como o presidente argentino atual Milei. E o horror dos tempos sombrios de uma ditadura nefasta, violenta (em que é tolerável torturar e matar) é similar a um bando de criaturas com sede de sangue. Aqui, os zumbis é um reflexo de um estado (ou sociedade) que busca mais um projeto de poder e subordinação que ao desenvolvimento e justiça social. Com uma primeira metade sensacional, o filme se joga no trash na outra parte final o que pode afugentar um público que criou uma expectativa de algo mais refinado e criativo. Mesmo veredando no óbvio, os irmãos Onetti criam elementos interessantes na sua conclusão em que o mal não esconde as suas vítimas. Por isso é questão de tempo surgir nos Estados Unidos um terror que reflita o caos e a desumanidade. Assim, o horror não vem do sobrenatural e desconhecidos. Vem de nós mesmos.
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