quarta-feira, setembro 05, 2007

O Anjo Exterminador

O filme “O Anjo Exterminador” conta a estória de um grupo de burgueses da alta classe social que vão a um jantar concedido por um dândi rico local depois de assistirem a uma ópera. Porém fatos estranhos começam a acontecer dentro da mansão onde ocorre o jantar. Primeiro, os empregados vão embora da mansão, deixando os nobres convidados sozinhos. Mas o problema de fato surge quando os convidados não conseguem sair da sala de jantar, por motivos estranhos e inexplicáveis. Fato este, deixa em polvorosa tanto os convidados quanto as autoridades locais que não compreendem esse insólito ato.

Clássico do mestre surrealista espanhol Luis Buñuel, um em dos seus grandes trabalhos, em que mais uma vez ele alfineta o Estado, sociedade, Igreja em um argumento em que damas e cavalheiros travam uma luta feroz pela sobrevivência e sanidade mental. Em meio ao caos, a burguesia mostra a sua falta de “finesse”, enquanto do nada surgem carneiros dentro da sala de estar (significaria a inocência?); um urso circula livremente pela mansão (seria a brutalidade humana?); penas e pernas de galinhas dentro da bolsa de uma das convidadas (a mulher seria um objeto para copular?). Cenas, imagens, objetos são expostos para que o público fique perdido, tonto, angustiado, asfixiado num universo, num mundo que o homem tenta compreender, mas, no entanto, não consegue achar resposta, saída.
Pessoalmente, O Anjo Exterminador é uma interrogação ao caos que o homem se auto-submete por causa de regras que ele próprio criou para se manter vivo.

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