quinta-feira, agosto 20, 2009

Destaques nos cinemas

ANTICRISTO
(Antichrist, Dinamarca/França/Suécia, 2009) de Lars von Trier
Drama. Após a morte do filho, casal tentar dar uma segunda chance a relação ao se isolar numa cabana misteriosa.






ARRASTE-ME PARA O INFERNO
(Drag Me to Hell, EUA, 2009) de Sam Raimi
Terror. Para conseguir uma promoção, funcionária de um banco acaba sendo amaldiçoada por uma cigana vingativa.



SE BEBER, NÃO CASE
(The Hangover, EUA, 2009) de Todd Phillips
Comédia. Numa festa de desperdida de solteiro, os amigos do noivo entram em desespero ao perder de vista o ilustre convidado, o noivo.

terça-feira, agosto 18, 2009

Lançamentos em DVD

DÚVIDA
(Doubt, EUA, 2008) de John Patrick Shanley
Drama. Em uma escola católica, noviça testemunha o conflito entre uma madre-superiora conservadora e um padre flexível.





VALSA COM BASHIR
(Vals Im Bashir, Israel/Alemanha/França, 2008) de Ari Folman
Drama. Ex-soldado israelense procura pessoas para recordar de fatos sobre um massacre sobre os palestinos no qual ele participou.

sábado, agosto 15, 2009

Tela Super8: The Cardigans - "Lovefool"

O filme Romeu & Julieta (Romeo + Juliet, EUA, 1996) de Baz Luhrmann marcou uma época pela ousada mistura de encenar a obra de Shakespeare na íntegra sob o pano de fundo moderno e atual. Mas a melhor coisa do filme, além de sua linda fotografia é a trilha sonora. E que trilha! Radiohead, Garbage, Everclean, ... Ufa! Mas a que me marcou (sempre me faz lembrar do tempo da faculdade) foi The Cardigans com a canção "Lovefool". Impossível ficar parado e não sair cantando e dançando com esse refrão.

quarta-feira, agosto 12, 2009

A Insustentável Leveza do Ser

O filme “A Insustentável Leveza do Ser” conta a estória do jovem cirurgião Tomas, um homem que curte a vida como poucos, encarando-a como um mundo de aventuras e oportunidades – além de ser um mulherengo incorrigível. E de tantas mulheres em seu destino, a artista Sabina é a quem mais lhe fascina, por ser uma mulher forte, liberal e extremamente sensual, que adora o fetiche de se vê transando no espelho. Mas um dia, Tomas é chamado para fazer uma operação num spa. Depois do compromisso, pelas andanças no spa, uma moça lhe chama a atenção. Com o seu jeito galanteador, Tomas conquista a garota, Tereza, mas não teve tempo para levá-la para cama. Retornando a vida cotidiana em Praga, ele recebe a visita de Teresa, e a paixão é fulminante. Mas a relação será testada, por conta das “escapadas” de Tomas, e pela instável situação política da Tchecoslováquia do fim dos anos 60.




Bonita adaptação do clássico de Milan Kundera, com o padrão de qualidade do produtor Saul Zaentz (Amadeus, O Paciente Inglês, Brincando nos Campos do Senhor) que como sempre arrasa no desenho de produção, em que o destaque vai para a linda fotografia do mestre Sven Nykvist (merecidamente indicado ao Oscar).
Abordando a liberdade em tempos de instabilidade política (Primavera em Praga), o seu enredo mostra o choque entre pessoas livres, autônomas, independentes como Tomas e Sabina; e pessoas carentes, perdidas como Tereza. Mesmo sendo diferentes, Tomas e Tereza conseguem se manter unidos diante de todas as dificuldades. Mas é Sabina o espírito irrequieto, que mostra que o mundo é muito além do que as suas rotinas. Ou seja, no mundo existem vários tipos de liberdade. Mas seja qual for a liberdade, ela traz consigo cobranças e alegrias.

domingo, agosto 09, 2009

Adeus, Minha Concubina

O filme “Adeus, Minha Concubina” conta a estória de dois garotos, Cheng e Duan, que se conhecem numa rígida escola que prepara atores para a famosa Ópera de Pequim. A amizade dos dois é tamanha que eles conseguem se destacar e firmam com louvor nos papéis principais da peça “Adeus, Minha Concubina”, no qual Duan interpreta o rei e Cheng com o papel da concubina (o que no início lhe causa problemas pois ele é obrigado a fazer um papel feminino o que acaba lhe incomodando). Essa amizade será posta em cheque por conta das mudanças históricas que a China presenciou no século XX; além da entrada da prostituta Juxian na vida de Duan, que deixará Cheng com ciúmes, se entregando de corpo e alma a sua paixão pela ópera.


Bonito trabalho do diretor Chen Kaige que aborda as grandes transformações que a China testemunhou no período da década de 20 até os anos 70. Além de mostrar os bastidores da famosa Ópera de Pequim. Mas o filme conta a estória de amor de dois homens pela arte (o que acaba estendendo para fora dela, de forma implícita) e da dificuldade de criar o seu próprio destino, pois a vida de um está entrelaçada ao outro. Com uma produção caprichada, o destaque fica por conta da atuação de Gong Li, bela como Juxian, que se entrega num personagem mais complexo e enigmático da estória. Uma mulher que queria ser acolhida pelo seu amado, mas o destino lhe reserva mais surpresas impondo-lhe grandes sacrifícios.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Lavoura Arcaica

O filme “Lavoura Arcaica” conta a estória de André, um rapaz que se isola de tudo e de todos em uma pensão. Porém, ele recebe a visita de seu irmão, Pedro, que está a sua procura por conta de um objetivo: levá-lo de volta para casa. Mas o encontro entre os irmãos não é nada agradável. André surpreende pelo seu comportamento hostil, e informa a Pedro o verdadeiro motivo de ter abandonado a família. Mesmo ouvindo verdades que machucam, Pedro não desiste da idéia de retornar ao lar ao lado de André.


Assistir ao primeiro filme de Luíz Fernando Carvalho não é uma experiência fácil. Longo, lento e um texto extremamente poético, a adaptação do livro de Raduan Nassar é uma das obras mais viscerais que o cinema nacional apresentou recentemente. Com uma linguagem que explora prosas, poemas - nada de diálogos reais, naturais - a obra tem um tom extremamente teatral que pode incomodar muita gente. Mas o filme é uma aula de produção técnica. Tudo está no seu devido lugar. E o que faz a diferença são as idéias ousadas do diretor, que deixou bem claro que fez o filme do jeito que queria, pois a obra transborda personalidade (em certos momentos, o filme me fez lembrar o lindo trabalho da diretora Jane Campion em O Piano). Luíz Fernando Carvalho cria imagens belíssimas, como a cena do lago, e também a emocionante conversa entre o pai e André após o seu retorno. Mesmo que as vezes o filme exagere na teatralidade, o seu enredo me chamou a atenção por lembrar o livro O Apanhador no Campo de Centeio de J. D. Salinger, em que tanto Holden como André estão soltos num mundo em busca de uma resposta para o seu inconformismo. Mas também mostra o sufocamento que relações familiares extremas (o autoritarismo do pai versus o amor incondicional da mãe versus a paixão pela própria irmã) podem causar.