domingo, setembro 05, 2010

O Golpista do Ano

Steven Russell é um policial exemplar que tem a vida perfeita: religioso, casa com uma devota e tem uma bela filha. Mas diante desse mar de rosas, coisas obscuras começam a surgir sob as palavras do próprio policial: na adolescência ele descobre que foi adotado, e revela uma queda por homens. No momento atual, ele tem uma vida dupla: casado, mas dá uns pulos na cerca a procura de sexo com homens. Em uma dessas escapadas, ele sofre um acidente de carro e joga tudo para o alto. Revela a família a sua homossexualidade e parte para a Flórida e escancarra uma relação com Jimmy Kemple. Mas para bancar e satisfazer os desejos do latin lover, Steven volta ao velho vício de mentir e começa a dar golpes na praça. Mas a polícia - sempre ela - descobre e o coloca atrás das grades. Na prisão, ele acaba se apaixonando loucamente pelo detento Phillip Morris, um rapaz sensível, de boa índole - mas não é o suficiente para que Steven deixe o velho hábito de passar a perna em todo mundo.
Diante de uma premissa interessante, O Golpista do Ano é mais uma comédia do sorriso amarelo, que começa bem mas que vai perdendo força no decorrer de sua projeção. O filme tem os seus momentos inspirados como a hilária cena em que Steve e Phillip estão abraçados na sua cela ao som de uma música romântica enquanto acontece um motim no corredor da prisão em conta justamente da música. A sua montagem é interessante e tem bons movimentos de camêra (a cena do acidente de carro impressiona). Mas o grande destaque é a ótima trilha sonora de Nick Urata e a excelente atuação de Ewan McGregor numa composição delicada, mas sem cair para a caricatura e afetação. Já Jim Carrey, com um visual decadente, volta ao antigo hábito da atuação física, o que deixa as coisas meio forçada - a estória é estranha demais para esse tipo de humor - afinal Steven é um homem que gosta de agradar os outros mas sempre com o intuito de passar pra trás, mentir, mas faz isso sem pensar nas consequências.

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