sábado, dezembro 11, 2010

Senna


Esse documentário (produção inglesa) mudou o meu ponto-de-vista sobre a Fórmula 1. Observando a corrida no ambiente interno, revela-se um cenário feroz, competitivo, um troço que para quem não tem cabeça boa pode ser destruidor. Mas o destaque da obra do diretor britãnico Asif Kapadia foi mostrar Senna de uma forma humana, como um homem capaz de tudo numa pista de corrida; sua droga é sempre chegar na frente e em primeiro lugar...ou seja ganhar, ganhar, ganhar. Uma cena me comoveu muito foi vê-lo caminhando sozinho após ganhar o campeonato mundial de 1990 de uma forma inusitada: para ganhar o campeonato, bastava que o seu eterno rival, o francês Proust, saísse da corrida. Para se vingar do campeonato passado, que a situação era inversa, Senna bate em Proust e os dois caem fora da corrida, permitindo que o brasileiro ganhasse o campeonato. O andar de Senna mostra uma vitória amarga, um gosto azedo em relação a um esporte em que a política e a influência é constante. Aliás, a pressão é tanta que os jovens pilotos envelhecem pra caramba com a curta carreira. Não dá para acreditar que Senna morreu com 34 anos, e se aparentava muito mais...ok! Ver o filme numa tela de cinema é transparente, dar pra ver as suas rugas, pés de galinha.
Para a galera da administração, seria muito interessante mostrar esse documentário em aulas de administração como um exemplo de um ambiente competitivo, agressivo, que qualquer vacilo pode acarretar em fim de carreira.
Outro aspecto interessante sobre o documentário foi a nostalgia. Me fez lembrar da minha infância, época de Nelson Piquet e depois Senna, um período em que as corridas eram um evento. Todo mundo parava para ver a corrida: ora acordava cedo (as corridas ocorridas na Europa) ou ficávamos acordado até tarde para ver o Grande Prêmio do Japão ou Austrália. Mas sempre era uma festa. Como os tempos mudaram.

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