domingo, março 13, 2011

Bravura Indômita

Era de esperar que os irmãos Coen algum dia explorariam o gênero americano por natureza: o faroeste. Com uma filmografia que imprime um vigor visual surprendente como o mar de neve de Fargo, as planícies áridas de Onde os Fracos Não Tem Vez, a fotografia noir de O Homem que Não Estava Lá, não seria surpresa que a dupla iria arrebentar com o ótimo Bravura Indômita. Adaptado da obra de Charles Portis, que foi filmado em 1969, esta nova versão chama a atenção por ser uma das obras mais acessiveis dos irmãos Coen (a ótima bilheteria que o filme teve é prova disso), mas que não deixa de lado as suas caracteristicas como o humor negro e a violência quase gratuita. No século 19, garota de 14 anos, Mattie Ross, tenta procurar justiça em conta do assassinato de seu pai. O assassino, Chaney, fugiu para terras indígenas o que dificulta a sua prisão, mas Mattie não perde as esperanças e ela própria contrata um policial, uma espécie de pistoleiro legal chamado Rooster Cogburn, competente justiceiro, mas que está em franca decadência em conta do alcoolismo. E na parada ainda tem a ajuda do xerife LaBoeuf, que está atrás de Chaney para vingar uma morte. Visualmente o filme é belíssimo, explorando de forma poética as paisagens do interior dos EUA. A montagem é envolvente e a trilha sonora de Carter Burwell é muito bonita, que me chama a atenção pois de início ela faz uma citação/homenagem das trilhas típicas dos filmes de western. O elenco está ótimo, cheia de figuras taribadas como Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin. Mas o grande destaque é a excelente atuação de Hailee Steinfeld como Mattie. De certa forma, ela é a grande protagonista, uma garota durona, decidida e corajosa, mas que ao se lançar nessa aventura, vemos uma garota sensível, responsável - que ao embarcar nessa jornada, ela não está apenas em busca de justiça, mas compreenderá a força da lealdade e se assustará com o espírito instável do homem, que quando se adentra nas matas, pisa em um terreno sem lei, a brutalidade, o respeito e a sobrevivência andam juntos.

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