quinta-feira, janeiro 05, 2012

É Proibido Fumar



De início, É Proibido Fumar me fez lembrar o cinema argentino ao expor o drama tipicamente urbano de Baby, uma professora de violão, perfeitamente adaptada ao concreto e a solidão da capital paulista. Preocupada em não receber de herança um sofá velho de uma tia, a coitada tem como velha companheira o cigarro. Inesperadamente, Baby descobre a chegada de um novo vizinho, o músico Max, e o seu coração se derrete todo. A professora, para chamar atenção do vizinho, se produz toda e acaba atingindo o seu objetivo; o que ela não esperava eram as crises de ciúmes ao escutar estranhos gemidos do apartamento de Max, como a exigência deste para que Baby largue o vício do cigarro.
Com um final abrupto, o filme de Anna Muylaert registra as mudanças geradas por Baby, uma mulher solitária que é pressionada a achar o tal "príncipe encantado", e quando sai do seu próprio casulo reproduzirá momentos a lá Crime e Castigo ao enredo. Com a ótima interpretação de Glória Pires, humanizando uma mulher amarga, o filme perde pontos por ser rápido demais, 1 hora e 20 minutos, já que a sua personagem principal é deveras interessante ao abordar um ser que a princípio parece acostumada ao seu modo de viver, mas que quando observa que a sua chance vai mudar, ela não vacila; se arrisca para atingir a sua meta. Uma pena.

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