domingo, fevereiro 01, 2015

Azul é a Cor Mais Quente

(La Vie d´Adèle, França, 2013)
Direção: Abdellatif Kechiche
Elenco: Adèle Exarchopoulos, Léa Seydoux, Jeremie Laheurte, Catherene Salée.

Adèle é uma garota bonita, atraente, busca independência, mas em conta da idade (17/18 anos) é um poço de insegurança. Quer ser professora mais por temer o desemprego. E na vida amorosa tem consciência que é lésbica (o que ela reprime), e essa afirmativa se concretiza quando conhece Emma uma estudante de Belas Artes. E a paixão entre as duas é fulminante, se entregando tanto no sexo quanto na cumplicidade. Mas nem tudo são flores.
O diretor Kechiche (Vênus Negra) faz um filmaço relatando a jornada da primeira grande relação amorosa de uma pessoa (indiferente de sua orientação sexual) por isso acho super válido o uso de cenas de sexo quase explícito ao exibir que a personagem realmente sente amor, prazer de verdade com a outra. E a incrível montagem é um capítulo à parte, nem dá para notar as três horas de duração. Gostei também da trilha sonora, bem sutil. Mas o filme não seria o mesmo sem a incrível atuação da dupla Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, que expõe na tela uma química sensacional, em que a segura, decidida e vivida Emma é o elemento que falta no caos interior de Adèle. E que atuação da atriz-chara! É de cortar o coração ver Adèle agradar a amada e também testemunhar os seus erros típicos de sua idade. Nesse sentido o filme expõe todo o processo de amadurecimento de uma pessoa através do típico romance entre a jovem inexperiente e a adulta já vivida. E focando nesse momento, o diretor revela com tintas realistas todas as fases de uma relação amorosa, e também expõe que a juventude atual não é tão liberal como se pensa. Um ótimo filme para discutir sobre sexualidade e super merecido a sua vitória no Festival de Cannes 2013.

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