segunda-feira, janeiro 01, 2018

Eu, Daniel Blake

(I, Daniel Blake, Inglaterra/França, 2016)
Direção: Ken Loach
Elenco: Dave Jones, Hayley Squires, Micky McGregor, Natalie Ann Jamieson

Merecidamente vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2016, este drama humanista representa a essência do seu condutor, Ken Loach. Sempre focando nos menos favorecidos, o diretor vai direto na jugular ao expor o calvário burocrático do carpinteiro Daniel que após uma parada cardíaca sofre nas mãos de um sistema de assistência social desumano para conseguir o óbvio: trabalho, dignidade, dedicação.
Com uma direção simples e até mesmo convencional, Loach cria personagens cativantes e de empatia imediata - Daniel é aquele cara gente boa que conquista a todos instantaneamente. Outro ponto acertado é a ausência de trilha sonora que confere um tratamento realista e de urgência ao tema abordado. E o elenco desconhecido dá um show, especialmente Dave Jones como o protagonista que mesmo passando por dificuldades não vacila em ajudar as outras pessoas em virtude de um ideal: justiça. Dessa forma, o filme se torna tristemente universal: governos que gerenciam péssimos serviços, mas vá deixar de pagar um imposto para ver o que acontece? Uma dolorosa realidade em que os mais fracos são obrigados a suportar, seja na Inglaterra seja no Brasil.

Nenhum comentário: