sábado, outubro 10, 2020

Morangos Silvestres


(Smultronstället, Suécia, 1957)
Direção: Ingmar Bergman
Elenco: Victor Sjöstrom, Ingrid Thulin, Bibi Andersson, Gunnar Björnstrand.

Um professor de medicina aposentado tem um dia atípico: irá receber uma condecoração sobre os seu serviços prestados. Mas horas antes de receber a homenagem ele reflete sobre a sua vida enquanto cruza com várias pessoas.
Morangos Silvestres é a primeira obra-prima do mestre Bergman que faz um antológico trabalho sobre a brevidade da vida e memória. Mas a obra é tão contundente que me arrisco a dizer que o tema principal do filme seja o estudo da consciência e as relações familiares. Aqui, o professor Isak reflete sobre os atos e escolhas que fez na vida e que isso se materializou em um homem frio e egoísta (algo que ele não acreditava) e o pior, a sua austereza foi transmitida para o seu filho da mesma forma que o protagonista apresenta perfil próximo da sua mãe, mostrando um comportamento que passa de geração em geração. Surpreendentemente, este road-movie reflexivo não perde a atualidade e o vigor graças ao ritmo ágil e o seu tom leve e cômico comprovando que para ser profundo não é necessário ser extremamente lento e contemplativo.

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